CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Revista / Entrevista

Ana Furtado relembra o câncer: 'Tive uma segunda chance de ser melhor'

Quatro anos depois de lutar contra o câncer de mama, Ana Furtado revela detalhes do tratamento e celebra a vitória contra a doença

Por Fernanda Chaves Publicado em 21/10/2022, às 09h17

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Ana Furtado na Revista CARAS - Fotos: Paulo Gonçalves
Ana Furtado na Revista CARAS - Fotos: Paulo Gonçalves

Receber o diagnóstico de um câncer de mama é um baque, mas não é o fim. E foi isso que motivou a apresentadora Ana Furtado (48) desde o início do tratamento, em 2018. “O pensamento positivo não me deixava tirar o foco da cura!”, recorda. No mês do outubro rosa, período da campanha de conscientização que tem como principal objetivo alertar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, a carioca fala sobre a batalha que enfrentou e celebra os quatro anos de remissão. Rumo à cura definitiva, ela também está de olho em novos projetos profissionais após sua saída da TV Globo.

– O que sentiu quando recebeu o diagnóstico?
– Foi bem difícil. Muito complicado, do nada, descobrir que estava com um câncer de mama. Pensei: ‘Vou morrer disso? É o fim? Não é justo!’. Me perguntava constantemente: ‘Por que eu? Logo eu que me cuido tanto?’.

– Descobriu no autoexame? Fazia parte da sua rotina?
– Faço constantemente e há muitos anos o autoexame durante o banho. Momento ideal para apalpar as mamas até as axilas, para investigar se tem algum caroço ou algo diferente. Em 2018, senti um caroço e corri para minha ginecologista e mastologista, que me indicou fazer os exames de imagem que incluíram a mamografia, ultrassonografia e ressonância das mamas. Uma autópsia também foi solicitada e, em três dias, descobri que se tratava de um câncer. Tive muita sorte! Peguei logo no início. É muito importante dizer que o autoexame não substitui os exames de rotina, pois nem todos os tumores são palpáveis.

Ana Furtado na Revista CARAS

– Como foi o tratamento?
– Fiz quimioterapia, radioterapia e sigo fazendo o bloqueio hormonal até completar cinco anos do início do tratamento. Químio e rádio são devastadores. Tratamentos duros. Não foi fácil, mas foi possível. Antecipar a menopausa com o bloqueio hormonal também não foi fácil, mas não reclamo. Apenas agradeço pela oportunidade de estar viva e, em breve, ser definitivamente considerada curada.

– Como fez para não perder a esperança, a positividade?
– A fé que tenho em Deus não me deixou fraquejar em nenhum momento. Reuni também todas as minhas forças para resistir ao tratamento e seguir a minha vida normal dentro do possível. O pensamento positivo não me deixava focar em outra coisa que não fosse cura! Não deixei a doença ser maior que eu e a minha vontade de vencê-la. Não dei a ela esse poder. Decidi isso desde quando recebi o diagnóstico.

– Se descobriu mais forte?
– Sempre me senti uma mulher muito forte. A própria MulherMaravilha, capaz de encarar qualquer desafio. Invencível! A doença me ensinou muito! Todos nós temos fraquezas e fragilidades. Precisamos reconhecê-las, aceitá-las e respeitá-las. Essa mulher não existia e não poderia continuar tentando ser ela. Precisava superar mais esse desafio. Difícil pra mim que, por toda a minha vida, tive que provar o meu valor e capacidade de dar o melhor em tudo o que eu fazia. Então, o câncer me deu a real. Ele me tornou mais forte ao me confrontar com as minhas fraquezas. Me fez reavaliar toda a minha vida e escolhas. O câncer, no fundo, me salvou. Entendi a lição que ele estava me dando. Uma segunda chance para ser e viver melhor.

Ana Furtado na Revista CARAS

– O apoio da família foi muito importante nesse período?
– Fundamental! É vital! A caminhada foi menos difícil porque todos estavam ao meu lado. Me apoiando em tempo integral.

– O câncer também mexe com a autoestima, por causa da queda de cabelo. Como lidou com isso?
– Durante as sessões de químio eu usei uma touca de crioterapia que me ajudou a perder pouco cabelo. Continuei treinando regularmente, me alimentando bem, trabalhando, me cuidando e mantendo a minha autoestima boa.

– O que diria para quem está passando pelo mesmo problema?
– É difícil, mas é possível. Acredite na sua cura. Tenha fé, força e coragem para enfrentar esse desafio gigante, mas que não é maior do que você. Que a cura também seja sua!

– Você está passando por uma fase de mudanças, só que profissionais. Após 26 anos, você deixou a TV Globo...
– Eu encerro esse ciclo de forma leve, muito agradecida e feliz. E com vontade e energia para fazer mais. Muito mais!

– Quais são seus planos?
– As férias já acabaram. Agora estou dedicando o meu tempo aos meus projetos guardados há algum tempo. O que eu mais tenho são planos futuros. Pessoais e profissionais. E todos com um único objetivo: o de ser feliz! 

Ana Furtado na Revista CARAS

Ana Furtado na Revista CARAS

Fotos: Paulo Gonçalves