Jorge Pontual: fase madura

Com 15 novelas no currículo desde 1991, quando estreou aos 24 anos em O Dono do Mundo, novela de sucesso que a Globo exibiu no horário nobre, o ator Jorge Pontual (42) diz estar pronto para uma nova empreitada: ele quer entrar para o cinema. Cearense, mas carioca de coração, se hospedou no Castelo de CARAS, que fica na charmosa e tranquila cidade de Tarrytown, antes de mergulhar em seu período de 51 dias de estudos na agitada Manhattan. Na TV, seu último trabalho foi na terceira parte da saga dos mutantes na Record, Promessas de Amor. Enquanto aguarda novo chamado da emissora, investe na carreira cinematográfica. A primeira oportunidade surgiu ainda no Rio de Janeiro, quando entrou como sócio da produtora Manjubinha Filmes. Já em New York, o ator aproveitou para comprar equipamentos e conhecer a New York Film Academy Acting and Film School, onde recebeu um convite para ser bolsista, o qual teve de declinar por viver no Brasil. Solteiro há um ano, ele aproveitou seus momentos às margens do rio Hudson para refletir sobre a maturidade e celebrar a formação profissional do filho, Felipe (21). - O que veio fazer em NY? - Estudar inglês, que fiz na adolescência, mas faltou prática. Não dava para eu chegar aqui e querer fazer interpretação se eu tivesse que buscar as palavras em inglês. Posteriormente, quero voltar e fazer outro curso, daí de atuação. - Tem planos para o cinema? - Eu nunca fiz cinema antes porque não me dispunha a procurar. Agora, fui convidado para filmar um curta-metragem em New York, em dezembro, fazendo o papel de um esquizofrênico. Também tenho vontade de dirigir um filme meu. - Algum projeto nacional? - Estou com uma produtora no Rio. Me chamaram para fazer um trabalho como ator, gostei tanto que entrei como produtor. É a primeira série de alta qualidade para web. Ficou tão bom por conta da interatividade, que nós chamamos a atenção de algumas empresas grandes. E quero oferecer para a Record. Também tenho um documentário engatilhado. É sobre esta questão tão difícil que é a individualidade. Até que ponto hoje em dia o casamento dá certo, algo próximo deste tema. - É algo biográfico? - Estou há quase um ano sozinho, sem namorar, e está sendo muito bom assim. Tenho várias vezes a necessidade de ficar um pouco só. Neste tempo em que estou solteiro, vi como as coisas são quando se está sozinho. É importante a gente estar feliz. Daí, pode ter uma pessoa que vá lhe fazer feliz, mas não necessariamente morando juntos. Pode ser que eu mude de ideia. Quanto mais mudamos, melhor, porque estamos evoluindo. Tive algumas experiências que foram um pouco traumáticas em relação a cobranças do casal. - Como é 'viver' em NY? - Estou curtindo a cidade porque não tinha esta visão de quem mora em Manhattan, só a do turista. O cotidiano é totalmente diferente. Tenho um casal de amigos, o Billy Marcus e a Renata, que estão me dando suporte e fazendo verdadeiros programas nova-iorquinos. Estou conhecendo os clubs de NY, está sendo muito gostoso. Andamos de bicicleta por Tribecca e já fomos também a Long Beach, onde praticamos esportes. - Gostou do Castelo? - New York é aquela loucura, aquela pressa contínua, aquela cidade grande que não para. A vinda para o Castelo de CARAS é muito prazerosa. Dá para respirar, curtir o verde. Parece que estou muito longe de Manhattan e são só 40 minutos. Mantenho uma rotina normal: vou para a academia, restaurantes, vida cultural intensa e tem também o lado off-Broadway. - E a relação com seu filho? - Meu pai sempre me falava que amigo não tem preço. A maior riqueza que você pode ter na vida é um amigo. Sempre digo isso para meu filho. Antes de ser pai, quero que ele entenda que sou amigo. É uma preciosidade na minha vida, um menino de caráter. Me orgulho de ver que meu filho se tornou uma pessoa maravilhosa. Por mais que ele more em São Paulo e eu no Rio, temos uma relação muito boa. Adoro a profissão que ele seguiu, o Marketing.