No castelo, a cantora fala da relação com a única herdeira
Redação Publicado em 15/12/2009, às 16h36 - Atualizado em 17/12/2009, às 20h43
Muito mais do que uma feliz união entre mãe e filha, a cantora Fafá de Belém (53) construiu com a única herdeira, a também cantora Mariana Belém (29), fruto do casamento com o saxofonista Raul Mascarenhas (56), uma linda relação de amizade e cumplicidade. Elas não dividem mais o mesmo teto há 10 anos, mas sempre que as agendas de ambas permitem estão juntas. O programa preferido da dupla é viajar pelo mundo. "Nos respeitamos muito porque além de mãe e filha somos mulheres. Só de nos olharmos já sabemos o que a outra está sentindo", contou Mariana, em temporada no Castelo de CARAS, em Tarrytown, a 40 minutos de Manhattan, em New York. "As últimas três vezes que estive aqui foram em momentos tristes. Dessa vez estou curtindo ao lado de Maricota", disparou Fafá, antes de dar sua gostosa risada.
- Mariana, como é para você ser filha de Fafá de Belém?
- Eu sou muito coruja e me espelho muito nela. Acho o máximo ser chamada de Fafázinha. Admiro minha mãe não só como cantora, mas como pessoa. O modo que ela batalhou pelas coisas sem pisar em ninguém e acreditando em seus ideais me deixa muito contente.
- Fafá, vendo a Mariana crescida, qual é o sentimento?
- Me sinto orgulhosa e muito feliz. Vejo tanta gente que focou na carreira e esqueceu a casa e tenho a certeza que trabalhei, fui à luta, mas nunca deixei minha casa de lado. Essa é a grande vitória da minha vida. Fico feliz em ver Mariana despontando, fazendo o trabalho que ela gosta. Ela ensaiou durante três meses em busca de repertório, descobriu a MPB e buscou o caminho dela.
- Como foi a decisão da Mariana ir morar sozinha?Mariana - Moro sozinha desde os 19 anos. Fui para a Itália e fiquei um ano lá. Depois morei mais seis meses nos Estados Unidos e fiz mochilão pela Europa durante seis meses. Quando voltei ao Brasil continuei morando sozinha. Eu e minha mãe somos diferentes. Eu sou Amélia, sonho casar de branco na igreja e sou romântica. Minha mãe é uma mulher independente, do mundo. Se a gente fosse morar juntas eu atrapalharia a liberdade dela e ela iria acabar atrapalhando a minha também. Nos respeitamos como mulher. Ela tem a casa dela, eu tenho a minha.
Fafá - Desde que saí de casa aos 16 anos nunca mais voltei. A Mariana saiu de casa em busca dela e foi ótimo para seu crescimento. Dei total apoio na decisão. Incentivei ela a ir para o mundo.
Mariana - Ela disse que me daria metade do dinheiro aqui e metade quando estivesse lá. Só que a outra metade nunca chegou e tive que me virar. (risos) Foi uma viagem de autoconhecimento e de organização financeira. Trabalhei, paguei minha faculdade sozinha e aprendi muito com isso. Nunca tive moleza por ser filha dela.
- Como é viajar juntas?Fafá - É engraçado. Às vezes temos divergências de rumos. Somos mulheres com olhares diferenciados. (risos)
Mariana - A gente se respeita muito. Eu sou muito organizada, faço roteiros dos lugares para visitarmos e ela, às vezes, viaja sem reservar hotel. A gente ri uma da outra. Gostamos de viajar juntas porque temos a liberdade para fazer o que queremos. Somos palhaças e damos risadas o dia inteiro. A vida toda fomos muito unidas. Sabemos só de olhar o que a outra está sentindo e isso é muito gostoso.
- Que tal New York?Fafá - A viagem veio em uma hora maravilhosa. Viemos de uma maratona de trabalho e é uma oportunidade ótima para curtimos juntas. Hoje em dia é mais difícil conciliar as agendas. Quando pequena, a Mariana viajava para me encontrar pelo mundo. Estamos nos preparando para viajar também no final do ano. Este Castelo é lindo e estamos aproveitando para conversar sobre os rumos da carreira dela. Estava recordando que as minha últimas três viagens para New York não foram bacanas. Uma tinha terminado um casamento, a outra havia perdido um bebê e na outra estava um frio absurdo e não consegui aproveitar. Desta vez estou conseguindo fazer tudo o que gosto, andar a pé pelas ruas, ver a moda, as vitrines e assistir aos musicais na Broadway, que adoro.
- Quais os próximos passos da carreira de vocês?Fafá - Estou comemorando 35 anos de carreira. A Sony está relançando dois álbuns meus. É um presente maravilhoso neste fim de ano. Também vamos relançar meu disco de fado, que gravei em 1995.
Mariana - Tenho oito anos de carreira e em janeiro vou gravar o meu primeiro CD, que será em Belém, com músicos regionais. Me encontrei vocalmente e nunca fui tão feliz. Com a pesquisa em busca de repertório fui encontrando o nome da minha família dentro da MPB. Minha avó Carminha era cantora do rádio e me apaixonei por esse universo. Todas as coisas que optei fazer sempre tive apoio dos meus pais. Graças a isso cresci e sou feliz profissionalmente.
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