Com Marilene, ele conta em NY como diferenças viram amor
Redação Publicado em 15/12/2009, às 07h39 - Atualizado em 17/12/2009, às 20h46
Ele, assumidamente caipira, de Mimoso do Sul, no Espírito Santo. Ela, urbana, criada em Ipanema, Rio. Ele mais tranquilo, sossegado. Ela, agitada, falante. Em comum, Stenio Garcia (77) e Marilene Saade (41) mantêm a paixão pela arte de atuar e um grande amor iniciado há quase 12 anos. "Entre nós existe um consenso. Somos de duas faixas etárias distintas com origens e experiências diferentes que se trocam e aceitam totalmente a maneira de ser do outro. A gente acaba criando uma terceira pessoa, que é a relação a dois", explica Stenio. Após oficializar a união em maio, durante cerimônia em Gramado, na serra gaúcha, o casal festejou a lua de mel no Castelo de CARAS, em Tarrytown, NY, no melhor estilo conto de fadas. "Quando soube que vinha para cá, disse para o Stenio: vamos brincar de príncipe e princesa?!", diverte-se Marilene, que derrama- se ao falar do marido. "Nossa união não é apenas carnal. Somos os melhores amigos, cúmplices, comparsas. A gente troca sonhos, momentos difíceis e, principalmente, muito amor", orgulha-se ela. "Nos respeitamos e nos curtimos", emenda ele, de férias após Caminho das Índias.
Empolgada, a atriz conta que planeja para o novo ano retomar a carreira de atriz após quase "sair de cena da vida" por três vezes. A primeira em 1999, devido a uma pancreatite aguda biliar, a segunda em 2003, com um câncer de mama, e a terceira em 2004, ao enfrentar a hepatite B. "Já estou recuperada. Agora quero fazer novela, emendar no teatro e trabalhar muito", diz ela, que pretende ainda adotar uma criança. "Mas é um projeto só meu. Stenio já é realizado, criou duas filhas, não quero dar essa responsabilidade a ele aos 45 do segundo tempo. Talvez seja o padrinho ", adianta ela, citando Cássia (32) e Gaya Faro (31), filhas dele com a atriz Clarice Piovesan (55).
- Pretende conciliar a volta ao trabalho com a adoção?Marilene - Estou decidida. Em 2011 adoto. Visito orfanatos e ver aquelas crianças me deixa muito sensível. Quero muito me dedicar à carreira. Tenho feito participações, mas desejo me entregar a um papel. Almejo ser uma grande atriz, não apenas mais uma. E acho perfeitamente possível conciliar as duas coisas. Sou muito mãezona de todos à minha volta. E meu filhão é o Stenio. Ele me chama até de vovó porque me preocupo, cobro visitas ao médico, exercícios e boa alimentação. Respeito o espaço dele, mas precisa se cuidar.
- O que é essencial para o sucesso do relacionamento?Marilene - É questão de sintonia, afinidade sexual, espiritual. Somos grandes amigos e temos liberdade total um com o outro.
Stenio - As diferenças criam uma série de curiosidades particulares que geram um prazer grande, o que eu considero amor.
- Stenio, você é cercado de mulheres. Como é a convivência?
- Com elas me torno mulher. Não que homem me aborreça, mas como já convivo comigo, procuro entender sobre o universo feminino. Quando me separei, fiquei com minhas filhas pequenas. Para melhor entendê-las, fui estudar o livro O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir. Uma grande inveja que tenho é a de não poder gerar. É a razão de tudo. Aí entendo minha mãe, meu amor, minhas filhas... a sociedade é machista e tento compensar esse poder masculino.
- Por que elegeram New York para a lua de mel?Marilene - Aqui não tem dia ou noite. É frenético, as pessoas pulsam. Em compensação, o Castelo é muito sossegado, mágico.
Stenio - Sempre gosto de me reciclar após um trabalho. E NY é minha fonte de armazenamento, a cidade engloba tudo da arte do espetáculo. A região de Tarrytown é linda, cercada por uma natureza incrível. É muito interessante o contraste da tecnologia com o bucólico. O Castelo é um sonho.
- Querem atuar juntos de novo após as novelas e Carga Pesada?Marilene - Achamos que é melhor não, para não acharem que minha carreira está atrelada a do Stenio. Mas ele quer atuar comigo em Escola de Mulheres, com estreia em março. E talvez ele também faça Pamonha e Panaca, em abril.
- Stenio, você saiu insatisfeito de Caminho das Índias?Stenio - Meu personagem tinha uma função social que foi mal desenvolvida ao longo da trama. E no último capítulo, os cortes da edição atrapalharam o desfecho dele. Mas passou. Sou funcionário da Globo e não guardo mágoas.
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