Em entrevista à CARAS Brasil, Lara explicou decisão de entrar para o mercado da música e relembrou apoio do pai, Faustão
Publicado em 21/11/2023, às 21h00 - Atualizado em 03/12/2023, às 14h00
"Às vezes temos essa ideia que ter coragem é fazer algo sem ter medo, mas é o oposto. É fazer algo morrendo de medo". A frase é de LARA, primogênita de Fausto Silva, que superou o receio da exposição para iniciar a carreira como cantora. Em entrevista à CARAS Brasil, a artista recordou conselhos que recebeu do pai e também contou detalhes de seu primeiro EP, Faíscas.
O projeto será lançado nesta terça-feira, 21, e conta com cinco canções autorais, além de uma versão de Preciso Dizer Que Te Amo, de Cazuza e Bebel Gilberto. Nesta quarta-feira, 22, a filha de Faustãofará seu show de lançamento junto ao projeto Rolling Stone Novas Vozes, no Blue Note, em São Paulo.
"É uma mistura de animação, emoção, medo e ansiedade. Estou me entendendo pela primeira vez nessa dinâmica", completa Lara. A artista conta que sempre esteve em contato com a música, e começou a estudar canto aos 14 anos. Apesar de encarar como um hobbie, percebeu que seu propósito na arte era seguir a carreira musical e, desde então, teve apoio dos pais.
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"A partir do momento que eu tomei a decisão eles estão me apoiando desde o primeiro dia", conta sobre Faustão e sua mãe, Magda Colares. "[Meu pai] não trabalha nessa área, mas ele me dá conselhos sobre como lidar com a exposição, principalmente. Tem coisas que aprendi vendo ele trabalhar."
Lara sempre foi bastante discreta quanto à vida pessoal —até agosto deste ano, seu perfil no Instagram era privado—, porém, apesar das mudanças, ela assegura que tem se sentido livre e acolhida pelo público desde sua primeira apresentação, no palco do Faustão na Band.
A artista diz que ainda não refletiu sobre tudo o que aconteceu no ano de 2023, desde a virada em sua carreira até a internação do pai, que passou por um transplante de coração no fim de agosto. "Aconteceu tanta coisa que parece que o tempo se esticou.Parece que veio cinco [anos] em um", brinca. "Nesse final de ano, tenho muito o que agradecer e muita vontade de criar, crescer e aprender."
Abaixo, Lara conta mais detalhes sobre o processo criativo de seu primeiro clipe, Faíscas, revela inspirações e o início de sua carreira musical e também comenta seus sonhos para o próximo ano. Confira trechos editados da conversa.
Como você começou a se envolver com a música?
Comecei na música fazendo aulas de canto aos 14 anos. Antes disso, eu vivia em uma casa com muita música –não necessariamente havia alguém que trabalhava com música, mas uma casa cheia de som. Eu sempre soube que eu era das artes e ia por esse caminho, eu fui pelo meio de aprendizado. Aprendi instrumentos, composição, produção e fui carregando a música na minha vida como hobbie até criar coragem para assumir isso como profissão. Finalmente consegui e estou aqui agora.
Qual foi o momento da virada de chave para a música deixar de ser um hobbie?
Não foi uma questão de um momento, foi um processo que se acumulou. Um acúmulo de certeza. Eu fui tentando traçar outra carreira, achei que faria outra coisa nesse meio criativo. Trabalhei com audiovisual, fotografia e direção criativa. Fui percebendo que não era nisso que estava meu propósito, e que esse medo que eu tinha de me expor como cantora estava apontando o que realmente importa. Tomei coragem e nunca mais olhei para trás, e foi um alívio.
O clipe de Faíscas é bastante minimalista. Como foi o processo criativo da produção?
Eu fiz a direção criativa desse clipe. Assim que a gente chegou na locação eu falei: 'Tem que por uns espelhos'. A locação já era linda! Fizemos clipes simples, mas visualmente tem muita coisa acontecendo. Na simplicidade você acha a fantasia do negócio.
O que podemos esperar do seu EP?
O EP como um todo segue uma linha de produção mais minimalista, não tem muitos elementos. As composições tratam sobre temas simples, universais, mas vistas de uma perspectiva muito pessoal, brincando com a poesia, palavra e o lúdico. Quando eu vejo o projeto como um todo é como se fosse uma casa, e cada faixa é um quarto. Eles se encaixam. É um retrato meu agora.
Você costuma contar experiências próprias em suas composições?
O meu processo de composição não se trata muito de contar histórias, é um pouco mais fluido. Nunca começo uma música pensando: 'Vai começar assim e terminar assim'. Isso é pessoal, cada compositor tem seu jeito de criar, e eu sou mais de deixar ser guiada pelo processo. É muito diferente, tem que experimentar.
Qual sua principal inspiração para a carreira musical?
Tenho muitas inspirações, é difícil falar uma. Cada entrevista que eu dou eu falo uma nova [risos]. Mas, nacionais, eu sempre olhei muito a carreira da Marisa Monte, ela lida de uma forma muito autonoma, Ney Matogrosso, Elis Regina, Zé Ibarra, Luedji Luna, Seu Jorge… Em casa a gente sempre ouviu bastante soul como Anita Baker, Johnnie Bassett, Nina Simone, Lionel Richie, Beyoncé, eu amo mais que tudo!, David Bowie… São pessoas muito diferentes, mas me vejo em coisas separadas em cada um deles. Um eu me identifico mais com o show, outro com a imagem, outro com as composições.
Quais seus sonhos a longo prazo para a carreira musical?
Sempre sonhei muito, mas não tenho uma coisa específica. Tenho uma visão de ambição de trabalho, do tipo de show que quero fazer, videoclipes, quem eu quero colaborar. É uma vontade de me descobrir e me desenvolver cada vez mais como artista, compositora e diretora criativa da parte audiovisual do meu trabalho.
Você tem planos para 2024 que possa nos contar?
Temos muitos sonhos e projetos que ainda não são certeza, mas vem mais trabalho e música boa vindo por aí. Não vou parar tão cedo, estou muito animada.
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