A atriz e cantora Carolina Oliveira está radiante com sua vida na Espanha e o início de sua carreira na música. Saiba todos os detalhes da nova fase dela
A atriz e cantora Carolina Oliveira está em uma nova fase de sua vida. Depois de conquistar a fama como atriz mirim em diversos projetos na TV, ela se aventurou em solo estrangeiro e deu asas para outra paixão: a música! Nesta sexta-feira, 5, a estrela lançou a música Ese amor del que hablan las canciones, que já está disponível nas plataformas digitais, e faz parte de seus primeiros passos como cantora. Porém, não pensem que ela pretende deixar a atuação de lado. Carol revelou que sua alegria é contar história, seja em forma de novelas ou músicas.
Em entrevista exclusiva com a CARAS Digital, a artista contou detalhes de como a música surgiu em sua vida ainda na adolescência e o que fez para aflorar este lado na vida adulta. “Eu decidi que não queria mais me privar de fazer uma das coisas que mais gosto”, afirmou ela, que tem uma rotina regrada de composição.
Além disso, ela explicou como foi a decisão de se mudar para a Espanha em 2021 e sozinha. “Aprendi a estar comigo mesma, a não ter medo de estar sozinha em todos os sentidos”, declarou ela, que fala inglês e espanhol fluentemente e está aprendendo catalão. “Estou orgulhosa de mim e não mudaria nada. Estou mais segura de quem eu sou e já não quero me esconder”, declarou.
-Como surgiu o desejo de ser cantora?
A música sempre foi parte da minha vida, desde o Hoje é Dia de Maria, quando comecei a fazer aulas de canto para a série. Sempre amei cantar. E, quando tinha mais ou menos aos 14 anos, aprendi sozinha a tocar violão, compus minha primeira música, chamada I wish you were here. Mas claro, a carreira de atriz sempre teve um papel muito de protagonista na minha vida. Então, na época, nem pensei em focar mais na música… Depois disso eu fiquei com vergonha de cantar em público a não ser que fosse para um personagem… Sempre me senti muito exposta e vulnerável cantando e durante um tempo isso me deu medo. Foi depois de chegar na Espanha e muito trabalho na terapia, que eu decidi que não queria mais me privar de fazer uma das coisas que mais gosto!
-Como foi o seu processo de composição das novas músicas?
Eu literalmente sentei a b*nda na cadeira e escrevi! [risos] Tenho o hábito de escrever todos os dias num caderno o que quer que seja que esteja na minha cabeça. Não tem que ser bom, não tem que fazer sentido. Isso faz com que o ato de escrever, pra mim, seja natural. Então, quando eu sento pra escrever com um propósito, as ideias normalmente fluem. Claro que, durante o processo, vou fazendo vários ajustes de acordo com a melodia e etc, mas no geral é isso.
-O que a música ‘Ese amor del que hablan las canciones’ representa para você?
Pra mim representa um passo à frente, tanto no sentido pessoal e interno quanto profissional. Uma das minhas poetas favoritas, Elvira Sastre, uma vez disse: “Hagas lo que hagas, busca el latido [Faça o que fizer, procure a batida - Tradução livre]”, que diz pra seguir o coração. E é isso que tenho feito. Ainda que às vezes me custe muita coragem, essa música é uma prova de que estou conseguindo.
-Como foi o processo de composição do novo single?
Dessa vez, eu, naturalmente, queria uma música que refletisse mais quem eu sou agora. E a Carol hoje é muito fã do rock espanhol. Tive a oportunidade de ir em um show da banda Sidecars e fiquei ainda mais apaixonada e inspirada. Então, mandei algumas referências de som para o meu produtor, Jeff Santana, que também é brasileiro, e quando fomos para o estúdio. Eu já tinha uma boa parte da letra e um pouquinho da melodia, Jeff começou a tocar o violão, eu comecei a cantar. Meu amigo que é um cantor incrível, Attih Soul, também estava lá com a gente e, no mesmo dia, já tínhamos a primeira demo. Foi um processo muito legal, de ir ao estúdio várias vezes acompanhar o trabalho do Jeff, escolher os sons juntos e literal ver ele fazer a mágica dele e ficava emocionada a cada dia com os resultados.
-Você tem facilidade em criar músicas em Espanhol? Quer criar músicas em português também?
Eu sempre escrevo no idioma que estou pensando agora… No meu dia a dia uso muito mais o espanhol e o inglês do que o português, por exemplo. Então na hora de escrever, o espanhol acaba saindo até mais fácil do que o português, mas a minha próxima música vai sem em português sim ou sim [risos]. Tem coisas que a gente só consegue dizer no idioma nativo.
-Qual é o sentimento de começar uma nova carreira depois de conquistar o sucesso como atriz?
Acho que demorei um pouco pra “aceitar” que queria ser cantora porque uma parte de mim pensava que tinha que abdicar e deixar de lado tudo o que eu já construí, quando na verdade tudo vem apenas para somar. Entendi finalmente que não tenho que ser cantora ou atriz, posso ser cantora e atriz. Agora mesmo, o sentimento é o de alívio por não ter que escolher [risos]. Sempre fui muito exigente comigo então também tinha uma parte que me prendia porque pensava que eu tinha que começar como cantora do mesmo lugar onde eu já estou como atriz, e não é assim… É um mundo novo que estou descobrindo e estou aprendendo a me exigir menos a aproveitar o caminho.
-Falando nisso, você pretende voltar a atuar ou já virou a página?
Eu sempre vou ser atriz… É uma parte muito grande de mim e isso nunca vai mudar. Acho que no fundo eu sou uma contadora de histórias. Então, onde tiver uma história que me toque, eu vou estar lá pra ajudar a contar. Seja cantando, atuando, falando, escrevendo…
-Pensando na carreira de cantora, o seu foco é o mercado internacional ou o brasileiro?
Eu vejo o mundo como uma coisa só… Desde pequena quando alguém me perguntava de onde eu sou eu sempre respondi “do mundo” e hoje vejo minha música e minha carreira do mesmo jeito… A minha missão é contar minhas histórias e produzir emoções em quem quiser escutar, em quem quiser sentir, independente do idioma ou de onde eu ou o público estiver.
-Você já disse que está fazendo shows intimistas. Como é essa experiência?
Já havia atuado em grandes palcos no Brasil com teatro musical, mas estar num palco pequeno, pertinho do público como eu mesma é uma troca de energia incrível que eu estou curtindo muito. Estou trabalhando no projeto de um evento que será muito eu, e que vou amar levar pro Brasil logo logo!
-Você está morando na Espanha. Como foi essa mudança?
Eu comecei a atuar escutando a minha intuição quando me disse que eu tinha que pedir aos meus pais que levassem numa agência de modelos. Em 2021, aquela mesma voz falou de novo dizendo que eu tinha que vir morar na Espanha. Comecei a pensar sobre e a me mover para ver o que acontecia e tudo foi fluindo a favor. Quando vi, já estava aqui. Quando cheguei não conhecia ninguém. Claro que, fazer amizades sendo adulto, sem um trabalho pra ir todos os dias ou uma faculdade ou o que seja, é um pouco mais dificil. Por um lado aprendi a estar comigo mesma, a não ter medo de estar sozinha em todos os sentidos e por outro lado também fui construindo um circulo de amigos que hoje eu amo e é como se fosse uma família aqui!
-Teve algum motivo especial para escolher viver em Barcelona?
Eu nunca tinha estado na Espanha antes. Então não sabia nem para onde estava vindo direito [risos. Só tinha certeza que por algum motivo era aqui onde eu deveria estar. Barcelona tem praia e um estilo de vida algo mais parecido com o do Rio de Janeiro, então talvez por isso… Eu amo a vida na Espanha, amo poder ir andando pra todos os lados. Barcelona, para os padrões daqui, é uma cidade grande, mas pra mim que cresci no Rio é bem pequena e eu adoro essa vibe, de ter o meu café preferido de ir sempre, de saber o nome da senhora da frutaria, de comprar meu vinho sempre no mesmo lugar… Acho que por enquanto não tem parte que eu menos gosto… Claro que gostaria de estar mais perto da minha familia e amigos do Brasil, mas eu já sabia da distância quando decidi me mudar então acho que não conta [risos].
-Como é a sua rotina no dia a dia?
A minha rotina é bem flexível e muda muito de uma semana para outra dependendo dos projetos que eu estou trabalhando no momento, mas eu gosto de rotina. Sendo uma pessoa um pouco ansiosa, eu preciso de ordem pra poder relaxar, então algumas coisas eu controlo e na medida do possível ficam iguais. Por exemplo, as minhas aulas de pintura uma vez na semana, as aulas de capoeira, a academia… E sempre tento fazer todas as coisas de trabalho até às 18h e me obrigo a relaxar depois, senão a cabeça não para nunca.
-O que você aprendeu com as mudanças em sua vida nos últimos anos?
Que por mais que eu tente, nada está sob o meu controle e é muito melhor assim. Aprendi a estar aberta às mudanças e às possibilidades. Aprendi e estou aprendendo cada dia mais a ser mais independente.
-Você percebe diferenças em sua personalidade antes e depois da mudança de país?
Com certeza, esse é um trabalho que venho fazendo há anos com a minha psicóloga, sou super a favor da terapia e não só em momentos de crise. Para mim, cada sessão é uma aula de vida. Antes, apesar de ter crescido aos olhos do público, eu sempre sentia a necessidade de me esconder, sentia sempre que estava atrapalhando. Minha essência continua a mesma, o que mudou é que agora estou mais segura de quem eu sou e já não quero me esconder. É um processo constante, mas até agora estou orgulhosa de mim e não mudaria nada.
-Ao olhar para trás, como você define a sua trajetória até aqui? Você realizou tudo o que planejava?
Com certeza ainda não, de alguma forma sinto que só estou começando, mas já tenho muito orgulho de tudo o que construí nesses 20 anos de carreira e quase 30 de vida!
-Qual é o sonho que ainda quer realizar?
São muitos que ainda estou descobrindo, então prefiro guardá-los quietinhos dentro de mim por enquanto!
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