Estilista americano Wes Gordon, no comando da direção criativa da Carolina Herrera, relança as interpretações da marca e acerta ao misturar referências
Publicado em 04/10/2024, às 17h00
A designer venezuelana Carolina Herrera (85) lançou sua marca no começo dos anos 1980 e a estética efusiva do período foi bastante explorada pela estilista, que manifestava essa dinâmica repleta de exageros sob seu olhar sofisticado e ultrafeminino.
As flores, brilhos, volumes, as polka dots e o alto-contraste sempre fizeram parte do DNA da marca, que traz a exuberância para o campo do romantismo quase descomedido por suas interpretações literais dos símbolos que fazem parte de toda essa narrativa.
Com o estilista americano Wes Gordon no comando da direção criativa da Carolina Herrera desde 2019, essa feminilidade máxima não só é constantemente revivida, como também é reconfigurada para o presente.
Nesta coleção apresentada durante a Semana de Moda nova-iorquina para a temporada spring 25, Gordon relança as interpretações da marca sobre a década de 1980, mas acerta ao misturar essas referências com peças de design contemporâneo e quase minimalista, promovendo o equilíbrio inteligente entre o passado e o presente.
Afinal, nem tudo se resume aos arquivos de marca, mas ele sabe da importância dessa revisitação. Gordon propõe um olhar sobre essa estética oitentista ao trazer as mesmas flores, polka dots e volumes do começo da marca com o twist atualizado das misturas de estampas e usar os recursos que elevam a feminilidade tão familiar ao trabalho de Herrera para o campo da sensualidade e da vida cosmopolita, ao inserir a transparência, recortes e comprimentos míni em seu design.
Gordon trabalha com estruturas que ora são rígidas e dramáticas, ora desabam em babados fluidos, camadas de tule em tops e saias e representações florais tridimensionais.