Estilista Lino Villaventura comprova seu império na moda; ele apresenta coleção rica em tecidos inventivos e promove experiências sensoriais
Publicado em 07/06/2024, às 17h00
Palco fértil para as experimentações, as coleções do estilista paraense Lino Villaventura (73) são um convite ao extraordinário e ao escapismo bem-vindo do design de alto valor artístico de quem já não precisa mais se explicar ou se provar.
A riqueza visual das peças reflete a riqueza de repertório do próprio estilista. Muito mais do que texturas elaboradas, a coleção promove experiências sensoriais instigantes, é repleta de detalhes, de barulhos, de percepções.
As construções aqui são complexas e rigorosas e essa habilidade técnica pode ser notada no patchwork que permeia grande parte da sua coleção, nas misturas de cores vibrantes que formam padronagens únicas e nos plissados que costumam trazer tanta delicadeza para as roupas, mas que aqui são trabalhados com vitalidade e estruturação.
Vestidos repletos de recortes e de assimetrias são apresentados com a imodéstia do paetê e possuem um toque oitentista que exprime a atmosfera da coleção. O estilista também apresenta peças que são praticamente obras de arte que parecem ter sido construídas na silhueta das modelos, ricos em estruturação, em dimensões e em texturas, os vestidos lembram flores de origami.
Um bloco constituído por criações em tons mais profundos e materiais densos demonstra o talento de Villaventura também para o lado obscuro, com vestidos longos que lembram o movimento gótico, calças de couro e blusas pesadas trabalhadas com nervuras e cortes assimétricos.
O desfile também foi marcado pela presença de modelos veteranas e de personalidades como as apresentadoras Isabella Fiorentino (46) e Ticiane Pinheiro (47) e as icônicas Marina Dias (47) e Vivi Orth (33).