Em entrevista à CARAS Brasil, Nany People reflete sobre o Dia Internacional das Mulheres e compartilha mais detalhes de sua vida pessoal
Neste ano, a homenagem à Nany People (59) em um bloco pós-Carnaval ganha um significado ainda mais especial, pois o desfile será realizado no Dia Internacional das Mulheres. A humorista declara em entrevista à CARAS Brasil: "Eu sou uma exceção à regra, eu sou uma mulher trans de 60 anos de idade, a gente sabe que a realidade no Brasil não passa de 35 anos de vida [para] uma trans. Quando elas começam a mostrar a que vieram, a família, que é a célula, ao invés de acolher, segrega".
Ao contrário desta dura realidade para muitas mulheres trans no Brasil, Nany People destaca que teve uma ótima relação com a mãe. A artista não poupa elogios para se referir à matriarca e reforça a inspiração que sentia por ela.
"Eu tive uma família, tive a sorte de ter uma mãe muito empoderada que me empoderou, me encorajou, e me conseguiu ter até lucidez de não ficar ditada pela cartilha dos outros. De sempre ter minha própria cartilha, minhas próprias leis", avalia.
Nany People ainda comenta sobre sua participação no The Masked Singer. A artista foi desmascarada com sua fantasia de Nazaré Tadesco no dia 2 de março, chamando a atenção dos fãs do reality show da Globo: "The Masked Singer é um desafio muito grande, dizem que é igual casamento. Você entra achando que tem um controle, vai vendo e vai mudando o roteiro adaptado. É uma dificuldade você cantar e não poder cantar mesmo. Você canta antes, no estúdio sozinha. O boneco em si é só uma representação", aponta.
Além disso, Nany People explica que foi surpreendida com a informação de que seu repertório de músicas não seria aceito pela produção: "A grande surpresa dessa edição, não sei como foram as outras, depois da gente ter assinado o contrato, foi nos dado a informação de que não valeria as músicas que nós sugerimos".
"Eu dei uma sugestão de 35 músicas e, como tinha esse logo de ter homenagem a personagem de novela, nós tinhamos que cantar necessariamente temas de novela. Então, tinham várias músicas ali que eu não tinha menor condição de passar pela minha cabeça (...) As 35 músicas que eu sugeri, só uma eu consegui que fosse aceita e mesmo assim não cheguei a apresentar (...) Então, a gente teve que se adaptar. O canto é a minha primeira expressão de artes. Eu podia antes cantar do que falar", conclui.
A cantora destaca que os bastidores do reality show da Globo também a deixaram impressionada. A parceria com todos os profissionais por trás das câmeras foi fundamental para sua permanência na disputa. Apesar disso, ela também enfrentou uma grande dificuldade, permanecer no anonimato até ter sua identidade revelada: "Eu sou uma pessoa muito falante (....) Esse foi o maior desafio para mim. Me manter anônima e sem falar, pensar ou piar".
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