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Briga com Clodovil e veto na Casa dos Artistas: veja curiosidades sobre Jorge Lafond

Nos 21 anos sem Jorge Lafond, a CARAS Brasil mostra algumas curiosidades sobre o ator e humorista eternizado como Vera Verão, que morreu aos 50 anos

Thaíse Ramos
por Thaíse Ramos
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Publicado em 11/01/2025, às 09h00

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Jorge Lafond como Vera Verão no humorístico A Praça é Nossa - Foto: Reprodução/SBT
Jorge Lafond como Vera Verão no humorístico A Praça é Nossa - Foto: Reprodução/SBT

Há 21 anos, morria o ator Jorge Lafond (1953-2003) — que ficou nacionalmente conhecido por interpretar a personagem Vera Verão, uma das integrantes do programa A Praça é Nossa, do SBT, nos anos 1990. Foi no dia 11 de janeiro de 2003 que o Brasil recebeu a notícia da morte do artista, que atualmente é reconhecido como uma personalidade importante na história da comunidade LGBT+. Ele nos deixou aos 50 anos, após sofrer um infarto fulminante posterior a falência múltipla dos órgãos. A CARAS Brasil mostra, a seguir, algumas curiosidades sobre o humorista. Entre elas, briga com o apresentador Clodovil Hernandes (1937-2009) e veto na Casa dos Artistas, reality show do SBT.

AUDIÊNCIA NAS ALTURAS

O dono do famoso bordão “Epaaaa...” tinha 1,98m de altura e passava dos dois metros após calçar os saltos de Vera Verão. Toda vez que entrava em cena, elevava a audiência. Numa entrevista ao GLOBO, o diretor da Praça é Nossa, Marcelo de Nóbrega (60), contou que, se a produção estivesse marcando 9 pontos no Ibope, quando Vera chegava, ia para 10 ou 11.

BALÉ CLÁSSICO E DANÇA AFRICANA

O carioca Jorge Luiz Souza Lima foi criado na Vila da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele começou a trabalhar aos 9 anos de idade, numa oficina mecânica, mas continuou na escola e fez faculdades de Educação Física e Artes Cênicas. Ao longo de sua formação, também estudou balé clássico e dança africana e viajou com a dança por Europa e Estados Unidos antes de migrar para a televisão. Antes de se tornar um famoso humorista, Lafond também trabalhou como cabeleireiro.

BALÉ DO FANTÁSTICO E OS TRAPALHÕES

Nas telinhas, abriu portas para a comunidade LGBTQIA+ como uma drag queen e pedia respeito com seu bordão mais famoso: "Epa, bicha não!".  Apresentou-se em cabarés, atuou com a coreógrafa Mercedes Batista e integrou o balé do Fantástico, da TV Globo. Protagonizou diversos espetáculos teatrais, estreou na teledramaturgia com um papel na novela Sassaricando (1987) e viveu o soldado Divino no humorístico Os Trapalhões.

BRIGA COM CLODOVIL

Em entrevistas , Jorge Lafond afirmou que o estilista e apresentador Clodovil Hernandes o ajudou a se aceitar como um homem gay na juventude, ao aparecer em programas de TV. Porém, a admiração acabou em 1992, quando o humorista disse ter sido alvo de "ironias e alfinetadas" no programa Clodovil Abre o Jogo, na TV Manchete.

“Admirava o Clodovil até o dia em que fui fazer Clodovil Abre o Jogo. A entrevista foi ironia atrás de ironia. Depois, recebi um bilhete do diretor junto com flores: ‘Jorge Lafond, infelizmente a sua entrevista não pode ir ao ar por problemas técnicos’. Foi a bicha quem tentou me arrasar, mas comigo não deu. Foi pau a pau. Ela fez aquela linha de quem não é bicha, mas eu já sou a bicha mesmo e f***** tudo”, afirmou o ator, em entrevista.

CARECA E CASA DOS ARTISTAS

Lafond sempre manteve a careca por escolha e não por genética. Ele contou que passou a máquina zero na cabeça pela primeira vez ao ser aprovado no vestibular de Educação Física, mas gostou do visual e decidiu mantê-lo.

O artista ganhou uma enquete que perguntava ao público qual famoso queria ver na 2ª temporada da Casa dos Artistas, do SBT, em 2002. Mesmo com a vitória, ele fez apenas uma participação na estreia do reality show. A participação como concorrente foi vetada pela diretoria da emissora.

DOMINGO LEGAL

Semanas depois da enquete para entrar na Casa dos Artistas, com o nome ainda em alta, Lafond participou do Domingo Legal, outro programa da emissora de Silvio Santos, mas foi convidado a se retirar do palco para que o padre Marcelo Rossi (57) se apresentasse.

Em entrevista ao TV Fama, ele confessou que a situação o chateou. “Me magoou muito. Se eu tivesse mandado ele para aquele lugar eu não estaria estressado como ainda estou”, desabafou o ator.

CASO COM JOGADOR DE FUTEBOL

Lafond contou que teve um longo romance com um jogador da Seleção Brasileira em seu livro Bofes e Babados, lançado em 1998. Ele morreu anos depois sem revelar a identidade do atleta, deixando apenas algumas dicas sobre quem seria o amante misterioso. Ele garantiu que o jogador fazia parte da defesa da seleção e que o romance começou anos antes da Copa de 1998.

DESFILE NU

O ano era 1990 e a escola de samba Beija-Flor, do Rio de Janeiro, tinha como enredo Todo Mundo Nasceu Nu. Sem medo do preconceito e usando apenas uma tapa sexo, Lafond não passou despercebido e gerou o maior burburinho em todos que avistavam sua figura imponente sem roupas, em cima de um dos carros da agremiação carioca.

O ator teve uma passagem tão marcante pelo Carnaval do Rio, que após sua morte, ele foi homenageado com a criação do Troféu Jorge Lafond. A premiação acontece para celebrar os destaques do Carnaval carioca.

Briga com Clodovil a veto na Casa dos Artistas: veja curiosidades sobre Jorge Lafond
Jorge Lafond como Vera Verão no humorístico A Praça é Nossa - Foto: Reprodução/SBT

MADRINHA DE BATERIA EM SÃO PAULO

Jorge Lafond desfilou como madrinha de bateria da escola de samba Unidos de São Lucas, no Carnaval de São Paulo. Ele ganhou o posto em 2002, quando a agremiação apresentou o samba-enredo Humor, Humoral, Humorizado. Manuel de Nóbrega e os Filhos do Riso, em homenagem ao comediante.

Manuel era pai de Carlos Alberto de Nóbrega (88), apresentador do humorístico A Praça é Nossa. Este foi o último Carnaval do artista, que morreu menos de um ano depois.

BRIGA FAMILIAR POR HERANÇA DE ATOR

Há alguns anos o nome de Jorge Lafond voltou a ser destaque na mídia após surgir um processo judicial protagonizado por Marcelo Padula e a família do ator. Na época, o empresário afirmou que vivia uma relação estável com Jorge e tinha documentos que poderiam comprar seu vínculo.

O processo durou alguns anos na Justiça de São Paulo e, apesar do empresário ter comprovado a relação afetiva com Lafond, ele acabou perdendo. Padula morreu em 2020, ainda enquanto o processo estava em curso e sua mãe passou a representá-lo no tribunal.

Conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, foi entendido que apesar das provas a favor do empresário, a relação entre eles não cumpria os requisitos do Código Civil que reconhecem uma união estável. A herança do ator era composta por uma casa na cidade de Mairiporã, em São Paulo, e três seguros de vida que somam cerca de R$ 800 mil.

ESPÍRITO DE JORGE LAFOND

Silvia Abravanel (53) afirmou, durante participação no podcast Paranormal Experience, em agosto de 2024, que o espírito de Jorge Lafond estaria assombrando os estúdios do SBT. Segundo ela, um pintor teria ouvido o característico "Epaaaaa..." da personagem. 

"O estúdio 6 é muito assombrado, tanto que tem um nosso pintor, que nunca mais a gente viu, estava lá pintando, durante a madrugada, porque o pessoal sempre pinta e faz esses serviços quando não estão gravando mais, e disse que a Vera Verão, deu um grito 'Epaaaa', bem na cara desse pintor", disse Silvia.

Ainda de acordo com ela, o profissional se assustou tanto que quase sofreu um acidente de trabalho. "Ele caiu pra trás e viu aquele homem, daquele tamanho todo. O Lafond já havia falecido. O pintor pulou da escada e correu, e está correndo até hoje. Várias pessoas que trabalham lá, nos arquivos de fita, dizem que escutam coisas ali [durante a madrugada, enfim", continuou a apresentadora.

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