Em entrevista à CARAS Brasil, Beth Goulart fala com carinho de Paulo Goulart, que completaria 92 anos nesta quinta-feira, 9, e de Nicette Bruno, que faria aniversário dia 7
Paulo Goulart (1933-2014) – considerado um dos maiores talentos do teatro e da televisão do Brasil, além de um dos mais queridos e talentosos atores nacionais – completaria 92 anos nesta quinta-feira, 9, se ainda estivesse vivo. Sua carreira de mais de 60 anos deixou um enorme legado para o País; e sua missão como pai, marcas eternas de gratidão nos corações dos filhos, Beth Goulart (63), Bárbara Bruno (68) e Paulo Goulart Filho (59). Quem também se tornou a maior representação do amor puro e verdadeiro para os três irmãos, é Nicette Bruno (1933-2020). Mãe do trio e uma das mais brilhantes atrizes brasileiras, com mais de 70 anos de carreira, ela também completaria 92 anos, na última terça-feira, 7. “Legado do amor, do respeito e da dignidade", diz Beth.
Em entrevista exclusiva à CARAS Brasil, filha do meio – que também é atriz, além diretora, escritora e palestrante – fala com enorme carinho de suas maiores referências na carreira e na vida. Para a artista, o dia 9 de janeiro é uma data de muita reflexão. “É um dia reflexivo, faço minhas orações e minha homenagem de amor e gratidão em forma de energia, vibração de amor para eles (seus pais) e fazemos isso cada um em sua casa, porque meus irmãos moram longe de mim, minha irmã mora em São Paulo e meu irmão nos Estados Unidos. Nosso encontro é através do pensamento e da saudade, estamos unidos em energia e sentimentos”, conta Beth.
Questionada se seus pais ainda estivessem conosco, o que eles poderiam estar fazendo hoje, a artista – que completou 50 anos de carreira em 2024 – destaca: “Ah, estariam os dois comemorando a vida, usufruindo de cada momento com alegria, distribuindo amor e sabedoria em todos os lugares. Eles eram assim, contagiantes. Estariam acompanhando nossa trajetória com orgulho e emoção, vendo os netos e bisnetos crescendo e seguindo o legado deles com muita dedicação. Eles eram símbolos de amor e nos ensinaram a ser assim também. Estariam recebendo todo o bem que realizaram e todo o nosso carinho e amor”.
Ela ainda relembra um aniversário inesquecível, em que os pais comemoram juntos. “Me lembro de um que foi especial porque eles comemoraram juntos o aniversário. Minha mãe nasceu no dia 7 de janeiro e meu pai no dia 9 de janeiro. No dia 8, meu pai brincava com mamãe dizendo que ela era mais velha que ele, pelo menos nesse dia, mas foi uma comemoração única dos dois, foi uma festa linda, com muitos amigos, com música ao vivo, com tudo o que tinham direito, foi linda e inesquecível aqui na casa do Recreio. Momentos que ficaram em nós para sempre. Momentos de pura felicidade”, revela.
Nicette Bruno e Paulo Goulart – que completariam 71 anos de casados em fevereiro – colecionaram dezenas de trabalhos marcantes na história da dramaturgia, deixando um enorme legado para o País. E Beth fala sobre isso. “Foram dois artistas de um talento único, fizeram parte da história do teatro, da televisão e do cinema brasileiros. Minha mãe teve duas companhias de teatro e meu pai foi contratado de minha mãe. Depois do casamento é que eles assumiram juntos a companhia “Nicette Bruno e seus comediantes“. Tiveram três teatros. Papai participou das primeiras novelas na televisão, mamãe participou do primeiro programa que foi ao ar na televisão brasileira na TV Tupi, e foi estrela de várias novelas na casa”, salienta.
“Meu pai participou de filmes importantes como O Grande momento, Faca de dois gumes, Gabriela e O Tempo e o Vento, entre muitos outros. Foram dois grandes atores premiados e reconhecidos pela crítica, e principalmente pelo público. Uma carreira sólida e de sucesso. Eles estarão para sempre na nossa história da cultura brasileira”, completa a atriz.
'LEGADO DO AMOR'
Sobre o legado que o casal deixou como pais, Beth aponta: “O legado do amor, do respeito, da dignidade. Eles nos ensinaram a importância do trabalho, da honestidade, do amor ao ofício e do respeito ao público, ao próximo e a vida. Nos ensinaram a agradecer as oportunidades de crescimento e de serviço que devemos aproveitar para doar o nosso melhor em qualquer circunstâncias. Fui testemunha de sua generosidade com outros em vários momentos, e aprendi com eles o valor da generosidade e da fé”.
Além da admiração como filha, Beth também era apaixonada pelos trabalhos dos pais na TV. E ela revela qual deles tem um carinho especial. “Tem um personagem de meu pai que foi inesquecível para mim, o Claude Antoine, da novela Uma Rosa com amor. Eu era criança e adorava vê-lo nesse personagem, também foi um lindo trabalho dele; além de seu Donato de Mulheres de Areia. De minha mãe, foi inesquecível vê-la como Dona Lola de Éramos Seis, e também dona Iná de A Vida da gente. Belíssimos trabalhos entre tantos que os dois fizeram”, diz a artista.
Sobre a saudade, Beth Goulart dá lição: “A saudade é para sempre. Na verdade, a saudade é a confirmação de um amor, é sinal de que se viveu coisas importantes e significativas, é um registro dessa memória em nosso coração e será sempre viva e bela”.
O ator Paulo Goulart nasceu no dia 9 de janeiro de 1933, em Ribeirão Preto, São Paulo. Estreou na TV Globo em 1969, atuando em duas novelas no mesmo ano: A Cabana do Pai Tomás e Verão Vermelho. Ele morreu em 2014, aos 81 anos, em decorrência de um câncer renal em estágio avançado.
A atriz Nicette Bruno nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, no dia 7 de janeiro de 1933. Estreou na TV Globo em 1981, no seriado Obrigado, Doutor, já tendo sólida carreira no teatro. Morreu no dia 20 de dezembro de 2020, aos 87 anos, vítima de Covid-19.
Leia também:Beth Goulart relata alegria ao rever a mãe, Nicette Bruno, em reprises de novelas