Em um ano marcado pela diversidade, saiba mais sobre a importância de cada produção indicado a categoria de Melhor Filme do Oscar 2021
Foi dada a largada na contagem regressiva para a premiação da estatueta mais disputada do mundo cinematográfico e para te preparar, elaboramos uma explicação detalhada sobre as produções que concorrem ao Melhor Filme, a principal categoria da noite.
Em um ano marcado pela diversidade, a premiação passou por mudanças e começou a aceitar inscrições de produções transmitidas apenas por serviços de streamings, como Netflix, Amazon Prime Video, Disney+ e outros.
Nem todos os filmes estão disponíveis em plataformas de streaming para o público brasileiro, como Nomadland e Judas e o Messias Negro, que estão sendo exibidos nos cinemas.
É importante ressaltar que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas pode surpreender em algumas cerimônias, porém, é possível prever quais filmes vão levar as principais estatuetas.
Nesse ano, quem apostar em Nomadland, da diretora Chloé Zhao, não ficará decepcionado. O filme é o grande favorito a vencer. Além disso, o Betfair.net, especialista em cálculo de probabilidade, apontou Os 7 de Chicago, Minari e Bela Vingança, como vencedores também - porém, não em Melhor Filme.
Nomadland - Sobreviver na América:
O favoritismo da produção é explicado pelas premiações organizadas na qual saiu como vencedor em todos. O drama foi reconhecido em duas categorias no Globo de Ouro e no Critics' Choice Awards, duas prévias importantes para o Oscar.
Chloé Zhao, diretora e mente por trás produção, compila uma expansiva observação da vida pela ótica da personagem, que optou por um estilo de vida diferenciado.
Frances McDormand, atriz responsável por viver a personagem principal, uma recente viúva que perdeu seu emprego e decidiu vender seus poucos bens e pertences para comprar uma van, viajando pelos Estados Unidos, em busca de algo, trabalhando em serviços temporários e conhecendo pessoas com passados dramáticos similares e uma grande comunidade de viajantes modernos, conhecidos como nômades.
Meu Pai:
O filme clássico foi considerado envolvente, emocionante e reflexivo. Segundo críticos, o drama encontra uma história em um mundo desafiador que faz você repensar sobre o seu passado, vida e o amor que você deve entregar a quem você ama.
A produção conta a história de Anthony (Anthony Hopkins), um senhor de 81 anos, que nega a ajuda da filha, Anne (Olivia Colman), e vive sozinho em Londres. Certo dia, Anne anuncia que se mudará para Paris com o namorado. Após a mudança, eventos bizarros atormentam Anthony, diagnosticado com alzheimer.
O filme pode até não levar o maior prêmio da noite, mas soma seis fortes indicações, incluindo Melhor Ator com Anthony Hopkins, melhor atriz coadjuvante com Olivia Colman e melhor roteiro adaptado.
Bela Vingança:
Uma das maiores apostas da noite e também o que marca um ano para a diversidade na premiação mais importante do cinema. O filme, que aborda um assunto delicado e que traz cenas que causam um forte desconforto, traz uma certa identificação ao público feminino e/ou queer.
O terror sinuoso de Emerald Fennell, de The Crown, se concentra em Cassandra, uma médica recém-formada que vê a sua carreira se perder após ver a melhor amiga se tornar vítima de uma agressão sexual que, infelizmente, termina em tragédia.
O filme, que dominou as premiações assim como Nomaland, recebeu indicações ao prêmio de melhor diretora no Globo de Ouro, ao lado de Regina King, de Uma Noite em Miami, e Chloé Zhao, de Nomadland.
Vale lembrar que o filme já possui 10 prêmios, incluindo o Critics' Choice Award de Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz.
Os 7 de Chicago:
O diretor Aaron Sorkin, que foi indicado três vezes e venceu uma por A Rede Social, sabe o que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas busca em um filme: elenco estrelado de peso, história real, patriotismo e temas sociais atuais como racismo, violência policial e a luta de diferenças por uma causa maior.
Essa nova aposta da Netflix detalha o julgamento de manifestantes contrários à Guerra do Vietnã depois de um protesto terminar em violência na Convenção Nacional Democrata de 1968, em Chicago. Os líderes de movimentos sociais são detidos nessas manifestações e acusados de incitar uma rebelião, vivendo um dos mais famosos julgamentos políticos do país.
Seguindo os trabalhos de Aaron, o filme reúne um humor ácido, drama e uma história que te fascina. O filme concorre a cinco categorias, incluindo Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia.
O Som do Silêncio:
Uma produção que merece toda a atenção. O drama é de longe um dos maiores destaques do Oscar 2021, principalmente pelo raro destaque à cultura dos surdos, foi nomeado nas categorias de Melhor Filme, Som, Montagem, Roteiro Original e Melhor Ator e Coadjuvante, para Riz Ahmed e Paul Raci.
O filme original da Amazon Prime Video aborda a história de um baterista que lida com a perda gradual de audição. O personagem principal, Ruben, é convencido pela fiel namorada a buscar ajuda em um refúgio para pessoas que passam pela mesma situação.
De forma tocante, desesperadora e de negação, a história percorre diversos passos, até a aceitação final. Embora as apostas de Melhor Filme fiquem para outras produções, esse é o favorito na categoria de melhor som.
Judas e o Messias Negro:
Desde Corra (Get Out), podemos afirmar que nenhum filme que tenha Daniel Kaluuya no elenco é algo fraco - e sim, espetacular. Judas e o Messias Negro não é diferente. Dito isso, a produção dirigida por Shaka King concorre a seis prêmios na cerimônia.
O filme possui uma narrativa envolvente e mostra um ativista que chegou a ser líder dos Panteras Negra. A produção acompanha a traição de O’Neal e o assassinato de Hampton, assim como apresenta o legado do ativista em uma narrativa de tributo.
Seguindo a estratégia de Os 7 de Chicago, Judas e o Messias Negro traz um enredo emocionante sobre traição, ativismo, preconceito e violência. Para completar, ela é baseada em fatos reais.
Minari:
Drama sul-coreano e inglês que concorre o prêmio mais importante da noite em tempos de xenofobia e violência contra asiáticos nos Estados Unidos. Apesar de ser um motivo doloroso, esse contexto facilita enxergar a produção com um olhar mais afundo e emocional.
A história de Lee Isaac Chung relata as dificuldades de adaptação de imigrantes coreanos, uma caminhada sempre marcada por esperança - como destaca o filme - e uma busca de redescobertas do pertencimento e família.
Minori é uma história norte-americana terna e arquetípica sobre uma família de imigrantes que tenta se aprimorar criando uma fazenda no Arkansas nos anos 1980.
Apesar da linda história, a atenção dos críticos ficou nas mãos de um elenco surpreendente, incluindo Steven Yeun, de The Walking Dead, e pela veterana atriz sul-coreana Youn Yuh-Jung, que merecidamente venceu BAFTA de Melhor Atriz Coadjuvante - na qual concorre na mesma categoria no Oscar 2021.
Mank:
A nova produção de David Fincher para a Netflix, Mank, foi um dos filmes mais promissores nas premiações antecedentes ao Oscar 2021. O filme, que conta a história de Herman J. Mankiewicz, roteirista do clássico dos anos 1940, Cidadão Kane, foi considerado uma das melhores obras de cinema de todos os tempos por críticos.
O filme, que soma 10 indicações, também foi indicado a nove Oscars, em 1942, e continua sendo uma referência para os cineastas. Apesar do sucesso, a produção não está sendo vista como a grande vencedora da noite.
Um detalhe importante a ressaltar é que o diretor possui um histórico importante em premiações, principalmente pelas produções como Se7en - Os Sete Crimes Capitais, Clube da Luta, Garota Exemplar, e outros.
A 93ª Cerimônia do Oscar acontecerá em 25 de abril, a partir das 21 horas, e se dividirá entre o Dolby Theater, tradicional casa do Oscar em Hollywood, e a Union Station, estação de trem no centro de Los Angeles.