Paulo Coelho faz viagem romântica a Atenas e conta que procura não se pressionar para escrever um novo livro
Com mais de 140 milhões de exemplares de livros vendidos em 160 países, Paulo Coelho (65) é um legítimo cidadão do mundo, capaz de perder-se entre as inúmeras boas lembranças de suas andanças por aí. A mais recente viagem à Grécia, porém, teve sabor especial. “Quando você tem a chance de conhecer lugares lindos, o seu primeiro pensamento é na pessoa que você ama. Por que ela não está ali com você? Eu conhecia a Grécia, tinha visitado o país outras três vezes, e ficava pensando ‘preciso mostrar isso ou aquilo para ela’. Até que enfim tive a minha chance”, diz o escritor referindo-se à amada, a artista plástica Christina Oiticica (61).
Com apenas três dias, a estada em Atenas foi relâmpago, mas intensa. O casal maravilhou-se, dentre outros, com o Partenon, o Anfiteatro da Acrópole e com os Templos de Hefesto e Erecteion. Mestre das palavras, o membro da Academia Brasileira de Letras recorre à extensa lista de adjetivos para descrever sua inesquecível jornada e enfatiza um recado aos fãs. “Vão logo visitar a Grécia! Dizem que o país está devendo, mas quem deve somos nós, por proporcionaram”, dispara o autor de sucessos como O Diário de um Mago, O Alquimista, O Manual do Guerreiro da Luz e O Aleph.
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– Que tipo de turista vocês são?
Christina – Somos turistas bem normais. Andamos, entramos nos cafés, priorizamos os programas das pessoas que moram no lugar. O legal é “se perder”. (risos)
Paulo – Christina e eu somos muito parecidos neste aspecto, não nos prendemos a roteiros, programações ou horários rígidos. Quando se tem tudo muito planejado, o sentido de aventura se perde. E não há nada melhor do que o elemento surpresa. A gente viaja para fora, para outro país, por exemplo, mas não deixa de viajar para dentro de si. Mas tem que estar aberto às experiências, não dá para ficar comparando “isso é melhor do que aquilo”. É uma maravilha quando você aceita cada lugar como ele é.
– O que destacariam nesta recente viagem a Atenas?
Christina – O lugar é lindo, tem uma força incrível. Adoraria poder enterrar alguns dos meus quadros por lá. Quem sabe da próxima vez? A comida também é maravilhosa, vem um prato atrás do outro e tudo é delicioso, especialmente os peixes e um queijo feta derretido.
Paulo – Foi uma viagem completa, alimentamos o corpo e o espírito. Confesso que estava um pouco receoso de tanto que ouvia pessoas falando mal da crise no país. Mas me surpreendi, encontrei um povo disposto, trabalhador, com uma riqueza interior capaz de enfrentar qualquer problema. Eles são o berço da nossa civilização.
– Seu mais recente livro, Manuscrito Encontrado em Accra, é sucesso absoluto. Já pensa em um novo projeto?
Paulo – Olha, esta é uma pergunta que me faço com frequência, inclusive nas viagens (risos). Sou muito comprometido com o meu trabalho, em algum momento eu vou ter uma resposta, mas também não vou me pressionar.