Como ocorre em grande parte do mundo, o Brasil promove neste mês o Outubro Rosa, movimento criado nos Estados Unidos em 1990 para alertar as mulheres sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Este câncer é o mais comum e que mais mata brasileiras. As recomendações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), para detectar a doença logo que ela surge, são estas: a) apalpamento frequente das próprias mamas pela mulher; b) exame clínico anual das mamas por um médico; e c) realização de mamografia. Mulheres de 50 a 69 anos devem fazer exame clínico anual e mamografia de dois em dois anos. Já as de 40 a 49 anos precisam realizar exame clínico anual e mamografia em caso de resultado alterado.
Mas as Sociedades Brasileiras de Radiologia e Mastologia recomendam uma mamografia anual a partir dos 40 anos. Para mulheres com risco de câncer de mama acima de 20% e história familiar da doença, porém, se recomenda que comecem a fazer anualmente ressonância magnética das mamas mais cedo, em geral 10 anos em relação ao caso mais jovem da família. Ressonância é mais indicada do que mamografia, nessa situação, pois as mamas das jovens são muito densas. Quando a mulher faz mamografia, vale destacar, os resultados são dados em Bi-Rads, sigla da expressão inglesa Breast Image Reporting and Data System, que pode ser traduzida como Sistema de Dados e Relatório de Imagens de Mama. Trata-se de uma forma de classificar o que o exame capta nas mamas da mulher.
É usado também nas ultrassonografias e nas ressonâncias magnéticas de mama. O Bi-Rads foi criado pelos órgãos de saúde dos Estados Unidos. Com base no histórico de um grupo de pacientes, ou seja, no que mostravam suas mamografias e se desenvolveram câncer ou não, se criou uma classificação que vai de Inconclusivo (Bi-Rads Zero) a Diagnóstico já confirmado por exame de biópsia (Bi-Rads 6). Uma vantagem do Bi-Rads é que, a partir de sua criação, os laudos das mamografias podem ser escritos da mesma maneira por todos os radiologistas. Outra vantagem é que a classificação livra muitas mulheres de fazer biópsia sem necessidade.
De maneira geral, Bi-Rads Zero é quando não é possível tirar nenhuma conclusão e se precisa fazer outros exames; o 1 não tem nenhum achado e é tido como normal; no 2, achou-se alguma coisa, indicativa de benignidade, e também é conbsiderado normal; no 3 existe um achado provavelmente benigno, isto é, com menos de 2% de risco de ser câncer; no caso do 4, classificado como suspeito, o risco de câncer vai de 2% a quase 90%, ou seja, é variado demais, por isso foi subdividido em a, b e c, de acordo com o risco; no caso do 5, ou altamente suspeito, há mais de 95% de risco de ser câncer; e o 6 é quando a paciente já confirmou o câncer com biópsia, mas fez um exame de imagem complementar, por exemplo, antes de tratar. O Bi-Rads é só uma classificação do exame de imagem. No caso do 1 e do 2, não se faz nada; no do 3, se repete a mamografia a cada 6 meses por dois anos; já no do 4 e do 5, retira-se um fragmento do tecido mamário e se faz biópsia, para se descobrir se a lesão é benigna ou maligna. Caso se confirme que é câncer, precisa-se ainda, com exames específicos, descobrir o estágio do tumor para, só então, se determinar o tipo de tratamento.