Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira avalia que relatos como o de Daniela Albuquerque são fundamentais para ampliar o debate
Publicado em 04/04/2025, às 17h55
A apresentadora Daniela Albuquerque (42) compartilhou um relato impactante sobre sua infância, marcada por episódios de violência doméstica. Segundo a apresentadora da RedeTV!, seu padrasto era um homem agressivo, que não apenas a agredia, mas também a seus irmãos e sua mãe. Em recente entrevista, ela revelou que enfrentou situações de fome e medo constante, e relembrou momentos em que seu padrasto chegava alcoolizado e jogava panelas, além de se alimentar sem oferecer comida às crianças.
Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira avalia que relatos como o de Daniela são fundamentais para ampliar o debate sobre os impactos da violência doméstica na infância. "O que Daniela trouxe à tona é algo que infelizmente muitas pessoas enfrentam, mas poucas falam abertamente. Crianças expostas a esse tipo de ambiente tendem a desenvolver uma série de dificuldades emocionais e comportamentais, como ansiedade, medo excessivo e problemas de autoestima", explica a especialista.
Segundo Leticia, a vivência de um ambiente violento na infância pode ter efeitos duradouros. "O cérebro infantil está em formação, e tudo o que a criança vive fica registrado de maneira intensa. Quando se cresce em um ambiente onde prevalece a insegurança, o medo e a falta de acolhimento, a tendência é carregar esses traumas para a vida adulta. Isso pode resultar em dificuldades para estabelecer relações saudáveis, seja no âmbito pessoal ou profissional", analisa a psicóloga.
Outro ponto levantado pela especialista é a relação entre a fome e os impactos psicológicos. "Quando uma criança passa fome, como Daniela relatou, isso vai muito além da privação alimentar. O sentimento de abandono, de negligência, gera uma sensação de desamparo que pode refletir na forma como essa pessoa lida com suas emoções e com o mundo ao longo da vida. Muitas vezes, a insegurança alimentar vivida na infância pode até gerar comportamentos compulsivos na vida adulta, como distúrbios alimentares", destaca Leticia.
No entanto, a psicóloga enfatiza que, apesar dos desafios, é possível ressignificar o passado. "Daniela é um exemplo de que a superação é possível. O primeiro passo é reconhecer que houve um trauma e buscar ajuda profissional para trabalhar essas questões. A psicoterapia é essencial para reconstruir uma relação saudável consigo mesmo e com os outros", conclui Leticia.
‘BATIA EM MIM’
Durante bate-papo no podcast Bispa Sonia Talks, Daniela Albuquerque relembrou momentos difíceis de sua infância. A apresentadora revelou que sofria violência doméstica ao lado da mãe e dos irmãos. “Minha mãe era casada com esse homem, e ele era muito violento. Batia em mim, nos meus irmãos, na minha mãe. Ele era alcoólatra, chegava em casa e jogava as panelas”, relatou.
A famosa também revelou que o padrasto não gostava de dividir comida. "Fazia doce, comia na nossa frente e guardava na geladeira. Eu queria comer, mas ele nem oferecia”, desabafou.
A famosa afirmou que foi a fé que lhe deu forças para seguir. "Tinha uma mulher fazendo uma oração com a mão na minha cabeça. Eu comecei a pedir com muita fé para não ter mais aquela vida, para não ver minha mãe sofrendo, minha mãe apanhando”, contou.
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