Em entrevista à CARAS Bem-Estar e Saúde, o oncologista Jorge Abissamra explica processo de remissão do câncer na cantora Preta Gil
Publicado em 03/10/2024, às 22h33 - Atualizado em 04/10/2024, às 21h11
Em agosto deste ano, Preta Gil (50) revelou que o "câncer voltou" após oito meses de anunciar cura. Foi diagnosticada com câncer no intestino em 2023 e, desde então, seguiu um tratamento em hospitais particulares. Após alguns meses curada, ela informou que está com a doença em quatro locais do corpo: dois linfonodos, uma metástase no peritônio e um nódulo no ureter.
Em entrevista à CARAS Bem-Estar e Saúde, o oncologista Jorge Abissamra explica que a remissão de doenças oncológicas podem ocorrer em pacientes, mas que nem todos passam por esse momento delicado, desde que recebam o diagnóstico rápido e iniciem o tratamento com urgência.
"Toda doença oncológica, todo câncer tem a chance de voltar. É muito difícil a gente falar em cura, [principalmente] quando se termina o tratamento em um curto prazo de tempo. É uma doença oncológica, há chance da metástase, ou seja, da doença espalhar, da doença retornar. Então, qualquer doença oncológica tem a chance de voltar. Claro que umas mais, outras menos. Depende do estágio da doença, de quando foi diagnosticado, como é tratado. Depende do tipo celular. Mas geralmente, toda doença oncológica pode voltar", afirma.
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O especialista analisa o caso de pacientes na mesma condição da cantora, de acordo com informações que foram divulgadas pela imprensa. Segundo Abissamra, a volta do câncer pode ocorrer após uma célula tumoral entrar na corrente sanguínea. O retorno, no entanto, pode ser ainda mais complicado, já que a doença pode se desenvolver em outras partes do corpo que a diagnosticada inicialmente.
"Muito provavelmente a [paciente] operou a lesão, e eu estou falando de informações que eu tive pela imprensa. Não tive acesso a detalhes do caso dela. Mas pelas informações que me chegaram pela imprensa, muito provavelmente quando a [paciente] operou a lesão, alguma célula tumoral deve ter escapado antes da cirurgia ali na corrente sanguínea. Ela fez quimioterapia. Foi o que eu também vi pela imprensa, um objetivo adjuvante, ou seja, um objetivo preventivo da doença não retornar, mas nem sempre a gente consegue sucesso. Então, quando a [paciente] operou, provavelmente alguma célula tumoral já estava circulando na corrente sanguínea, mas que na terapia naquele momento não foi capaz de matar essas células, em algum momento elas fizeram a doença em outros locais", conclui.