Em entrevista a CARAS Brasil, a nutróloga Camila Ciancio fala sobre riscos a saúde física e mental associados ao trabalho excessivo
O estresse causado pelo trabalho excessivo provoca diversos efeitos negativos no corpo. Preocupação, insônia e até comportamentos compulsivos. O hábito de comer por estresse é um exemplo, e pode interferir na capacidade das pessoas de adotarem e manterem hábitos saudáveis em sua vida cotidiana. Em entrevista à CARAS Brasil, a nutróloga Camila Ciancio explica esse processo, que chamamos de círculo vicioso.
“O estresse promove um aumento do cortisol que pode levar a um círculo vicioso. O cortisol elevado promove aumento do apetite, principalmente por alimentos ricos em gordura e açúcar, que leva fadiga e cansaço. Além disso, o cortisol aumentado impacta diretamente no sono. Isso leva a aumento do cortisol! Em resumo, o estresse e o aumento do cortisol crônico podem reduzir a motivação e levar a escolhas alimentares pouco saudáveis e a uma menor capacidade de se engajar em atividades físicas”, informa.
Camila relata quais são os riscos para a saúde física e mental associados ao trabalho excessivo, e como a adoção de hábitos saudáveis pode ajudar a reduzir esses riscos. “Os riscos físicos associados a um trabalho excessivo são: hipertensão arterial, AVC, obesidade, diabetes tipo 2, dores musculares, problemas na coluna, aumento da suscetibilidade a infecções. Os riscos mentais são: burnout, ansiedade, depressão e principalmente problemas do sono”, diz.
“A adoção de hábitos saudáveis atua não somente na prevenção como no tratamento. Muitas dessas condições são melhoradas e até revertidas com alimentação saudável, exercício físico regular, sono adequado, técnicas de relaxamento e atividades de lazer”, emenda a médica.
A nutróloga ainda cita as consequências de longo prazo do excesso de trabalho na saúde e bem-estar dos indivíduos. “Ganho de peso e gordura visceral, levando à obesidade, diabetes tipo 2, doença cardiovascular, musculoesquelética e problemas gastrointestinais, como gastrite, úlcera e síndrome do intestino irritável. Além disso, é comum aparecer distúrbios do sono, que piora cada vez mais as condições físicas e pode levar à ansiedade, depressão e o burnout”, salienta.
“Em paralelo, podemos ver um isolamento social e piora no rendimento profissional, gerando mais problemas emocionais. A pressão e o estresse do excesso de trabalho podem levar ao aumento de comportamentos de risco, como consumo excessivo de álcool, tabagismo e uso de substâncias para lidar com toda essa carga acumulada. Isso, consequentemente, reduz a qualidade de vida”, completa.
Camila Ciancio - Médica especialista em nutrologia e saúde integrativa; Faculdade de Medicina pela Unigranrio; Residência de Clínica Médica no Hospiral da Força Aérea do Galeão – HFAG; Residência de Nutrologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - HMFRP/USP; Especialização em Ayurveda pela ABRA; Especialização em Saúde Integrativa - Dra. Elizete Kaffer; Atualmente, atua na gestão da Clínica Raggi Saúde e da BC Infusion, além de atendimentos presenciais e on-line. CRM: 52.92333-8.