Campanha Setembro Amarelo traz reflexão sobre importância da música para o bem-estar das pessoas
Educação musical pode ser uma experiência transformadora. Além dos benefícios que o aprendizado traz à capacidade cognitiva dos alunos, os ensaios proporcionam ensinamentos.
Estes vão além da música e abrangem ética, desinibição, convívio social, experiências da dinâmica de banda, de palco e trabalho em equipe.
Com tudo isso em mente, a School Of Rock, rede internacional de franquias de escolas de música com 40 unidades no Brasil e mais de 300 pelo mundo, também acredita que isso pode auxiliar o combate à problemas relacionados a saúde mental, tais como depressão e a prevenção ao suicídio.
Com o início do mês de setembro, inicia-se a campanha Setembro Amarelo, promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com o Conselho Federal de Medicina (CFM).
O objetivo é a prevenção e redução dos números de suicídios. A iniciativa chega ao seu oitavo ano, trazendo um novo mote: a vida é a melhor escolha.
A música e o bem-estar
Existem fortes evidências que o contato com a música pode melhorar a nossa felicidade. Intervenções, aproximações e práticas em grupo, ou ouvir e fazer terapia musical, se mostraram efetivas, reduzindo sintomas.
O bem-estar, conforme o estudioso em psicologia positiva, Martin Seligmann, é construído em cima de cinco pilares:
• Emoções positivas, incluindo alegria e satisfação pela vida;
• Engajamento, completando a imersão na atividade;
• Relacionamentos, recebendo carinho e sendo valorizado;
• Razão, trazendo o significado da vida e pertencer algo maior;
• Conquistas, que dão a ideia de completar ou dominar algo.
A diretora-geral da unidade Alto da Boa Vista da School Of Rock,
Cris Valente, comenta a transformação de alguns estudantes. “A
lguns dos alunos acabam entrando de cabeça baixa aqui na escola, meio tímidos, e agora me infernizam na recepção”, se diverte.
“Eu meio que viro mãe deles. Puxo orelha, cobro por notas, converso e com o passar do tempo vejo aquele garoto tímido no palco, tocando numa banda”, completa.
A especialista em educação musical, música e neurociência, Marina Moreno, reforça a fala de Cris.
“Provaram que a música é capaz de liberar um neurotransmissor que se chama dopamina. Popularmente conhecido como hormônio da felicidade ou hormônio do prazer. Nem todas melodias musicais soltam a quantidade de dopamina igual em todos os Humanos. Elas atingem as pessoas de formas diferentes. As que me faz bem, nem sempre fazem bem para você. Nem sempre melodias alegres liberam mais dopamina do que aquelas consideradas mais tristes. Cada pessoa possui sua identidade sonora e ela é formada já no útero, relacionando aquilo que sua mãe ouvia, canta ou gosta de ouvir. Na infância com canções infantis, na adolescência com os amigos”, afirma
Pandemia e as ferramentas digitais
Pensando no bem-estar de alunos e musicistas de todo o Brasil, as escolas de música promoveram diversas atividades extras nesses últimos anos. Na School Of Rock não foi diferente. Ocorreram diversas iniciativas para que todos pudessem se sentir acolhidos e que servissem para distração, lazer e profissionalização.
O sócio-diretor de comunicação da rede School of Rock no Brasil, Fernando Quesada, detalha um pouco mais estas ideias.
“Criamos experiências presenciais e online para as pessoas tocarem, cantarem socializarem e sentirem que a música realmente transforma o seu dia. Desde workshops com artistas nacionais e internacionais falando sobre saúde mental, lives de shows, camps temáticos de história de grandes bandas, até as aulas de música, que são os momentos mais importantes para essa qualidade de vida”, explica.
Em setembro, também vão promover a campanha #orockabraça, com postagens, posters e muita conversa, fazendo com que os alunos vejam que a escolha pela vida é sempre o melhor caminho.
E como sair dos momentos de tristeza?
Uma das tarefas mais difíceis é sair do momento de tristeza e entender a situação. Marina indica criar uma lista de quatro a cinco faixas favoritas, que remetem a algo feliz.
“Não existe mágica que faz uma música liberar mais dopamina que a outra. Uma das soluções para estas pessoas em depressão, ou tristes, é a criação de uma lista de reprodução com quatro ou cinco canções que as remeta felicidade e momentos alegres. Eu tenho numa playlist minha uma da trilha sonora do Rei Leão, que eu ouvia lá na infância”, exemplifica.
Outra possibilidade interessante é criar um projeto musical, montar uma banda ou cantar no chuveiro, e tentar fazer algumas reflexões sobre os sentimentos e as resoluções dos conflitos do dia a dia. A música protege a alma, traz coragem para enfrentar os desafios e é utilizada como ferramenta de transformação para crianças, jovens e adultos.
“Entrar na escola ou iniciar contatos com pessoas que curtem o mesmo estilo que você já é o primeiro passo para sair da tristeza”, acrescenta Cris Valente.
Exemplificando esta força de superação temos o filho do astro de rock Taylor Hawkins (Foo Fighters), Shane Hawkins. O baterista tocou num show que homenageava o pai, falecido durante uma turnê na América do Sul. O adolescente escolheu o grande clássico da banda, My Hero.
O menino certamente estava passando por um momento de luto, dor e sofrimento, e cada batida ou pancada que dava na bateria trazia uma infinidade de sentimentos. “Recomendo muito que assistam a este vídeo, pois ele é um momento de catarse”, reforça Marina.
“A metodologia de ensino da rede é muito útil para pessoas com dificuldade de socialização e depressão, pois uma das principais atividades é a criação e prática em conjunto”, finaliza.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e atua diretamente na prevenção ao suicídio. A entidade atende, de forma voluntária e gratuita, a todas as pessoas que desejam e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas, todos os dias.
Crédito do texto para Marcos Franke - colaboração especial
Conteudo de responsabilidade de Hoffmann & OBrian Marketing.