Em entrevista à CARAS Brasil, Dr. Guilherme Henrique Porceban fala sobre os dois diagnósticos de Wesley Safadão após cirurgias para hérnia de disco
Publicado em 05/04/2025, às 10h18
Em 2022, Wesley Safadão (36) recebeu o diagnóstico de artrose na coluna. Desde então, seu futuro nos palcos é incerto, principalmente após seu afastamento para cuidar da saúde física e mental. A doença degenerativa, conhecida por não ter cura, pode impactar a vida pessoal e profissional do cantor. Em entrevista à CARAS Brasil, Dr. Guilherme Henrique Porceban fala sobre o quadro do artista.
"A situação do Wesley Safadão, que foi submetido a duas cirurgias para hérnia de disco e agora tem dores relacionadas à artrose da coluna, não segue o que normalmente vemos nestas situações. A hérnia de disco e a artrose da coluna são problemas distintos que acometem lugares diferentes das vértebras", explica.
"Enquanto que a hérnia de disco pega a cartilagem que fica interposta entre duas vértebras e serve para amortecer os movimentos e dar elasticidade, a artrose acomete a cartilagem das articulações, na parte de trás das vértebras, e serve para permitir o deslizamento adequado ao movimento, sem atritos, como, por exemplo, quando nos agachamos", acrescenta.
O especialista em ortopedia ainda aponta que a hérnia de disco costuma aparecer entre os 30 e 50 anos, sendo passível de resolução completa. Neste caso, o tratamento pode ser feito por forma conservadora ou cirúrgica. Por outro lado, a artrose é uma doença degenerativa progressiva que acomete pessoas a partir dos 65 anos.
"Assim, uma vez instalada, somos incapazes de 'regenerarmos' as articulações ao estado normal. Ocorre quando há um desgaste desta cartilagem nas articulações que expõe o osso abaixo dela e, assim, ao se movimentar, o paciente com artrose gera um atrito entre o osso de uma vértebra com o osso da outra e, assim, sente dor", esclarece.
"A situação do Safadão é particular porque, em virtude dos procedimentos cirúrgicos repetidos, é provável que tenha ocorrido, em virtude da técnica inerente às cirurgias, um processo de aceleração da degeneração, o que o fez desenvolver a artrose com uma idade mais jovem que habitualmente encontramos. Ainda que não tenha cura, há formas de mitigar os sintomas relacionados à artrose, seja pelo fortalecimento muscular para retardar a progressão (que irá acontecer, visto que é uma patologia progressiva de ‘mão única’) ou de procedimentos intervencionistas para dor como o bloqueio", finaliza.
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