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Bem-estar e Saúde / HABILIDADES EXCEPCIONAIS

Lulu precisa de suporte emocional? Saiba como lidar com crianças superdotadas

Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira explica se crianças superdotadas precisam de suporte emocional para lidar com suas particularidades

Leticia de Oliveira
por Leticia de Oliveira

Publicado em 03/10/2024, às 18h57

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Lulu com os pais, Arthur Luis Cardoso e Maju Mendonça - Reprodução/Instagram
Lulu com os pais, Arthur Luis Cardoso e Maju Mendonça - Reprodução/Instagram

Os pais da mini influenciadora digital Lulu, de apenas 4 anos, revelaram que a filha é superdotada. Nas redes sociais, Arthur Luis Cardoso e Maju Mendonça explicaram, recentemente, que perceberam habilidades excepcionais na criança e decidiram procurar a ajuda de especialistas. Foi aí que eles descobriram que, na verdade, a menina possui superdotação profunda.

O casal afirma que sempre notou habilidades diferenciadas na filha, como sua capacidade de improviso e a facilidade para se comunicar. Inclusive, foi justamente o talento comunicativo que acabou atraindo uma legião de admiradores para a pequena. No Instagram de Maju, por exemplo, onde são publicados vídeos e fotos de Lulu, ela conquistou (até o momento) mais de cinco milhões de seguidores. 

No relato, Arthur e Maju contaram que a menina possui habilidades que normalmente se desenvolvem apenas alguns anos mais tarde. “No caso dela, é chamado superdotação profunda", disse a mãe da pequena.

Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira explica que uma criança superdotada é caracterizada por uma aprendizagem acelerada e uma capacidade cognitiva acima da média, absorvendo informações em uma velocidade significativamente maior do que outras crianças da mesma idade. Embora essa habilidade possa parecer vantajosa, ela também traz desafios emocionais e sociais que muitas vezes são difíceis de serem compreendidos e gerenciados.

Segundo a especialista, uma criança superdotada tem uma sede intensa de aprendizado, mas essa mesma rapidez na aprendizagem pode levar ao tédio e ao desinteresse quando o ambiente não é suficientemente estimulante. “Isso ocorre porque essas crianças precisam de desafios constantes para manter seu interesse, e a ausência de tais estímulos pode gerar frustração e, em alguns casos, comportamentos explosivos. Eles sentem uma raiva muito intensa quando se frustram. Alguns gritam, outros correm, e essa é a forma deles expressarem a frustração que sentem", ressalta.

Outro aspecto importante é que, apesar de serem empáticos e perceberem o ambiente ao seu redor com profundidade, muitas crianças superdotadas têm dificuldade em desenvolver habilidades sociais. "À medida que crescem, elas vão percebendo que são diferentes e, muitas vezes, acabam isoladas. Diferente das crianças autistas, que não têm a mesma percepção do isolamento, as superdotadas são hipersensíveis ao ambiente e à rejeição", pontua Letícia. Esse isolamento é muitas vezes doloroso, pois elas são conscientes de sua dificuldade de integração social.

Além disso, crianças superdotadas tendem a ter expectativas muito altas em relação às atividades e aos programas que participam, mas uma baixa tolerância à frustração. Isso pode gerar problemas, já que, ao se depararem com situações que não correspondem às suas expectativas, a frustração surge de forma intensa. "É muito importante que os pais antecipem as possíveis dificuldades de um programa ou atividade e expliquem as regras com antecedência, pois isso diminui as chances de frustração", sugere a psicóloga.

Uma das melhores maneiras de apoiar uma criança superdotada é proporcionar atividades desafiadoras e estimulantes que atendam sua sede de conhecimento. "Enquanto elas estão aprendendo, elas estão bem, como se o conhecimento as nutrisse", salienta a especialista. Além disso, é fundamental que os pais validem o mundo interno de seus filhos, compreendendo e reconhecendo as dificuldades que eles enfrentam.

Ambientes estimulantes e conversas constantes sobre as expectativas ajudam essas crianças a desenvolverem uma maior tolerância à frustração e a aceitarem suas diferenças. "Embora muitas sejam crianças resolvidas, líderes e satisfeitas com seu desempenho, elas sentem muito a perda social e o fato de não se encaixarem nos padrões", conclui Letícia.