Em entrevista à CARAS Brasil, o oncologista Jorge Abissamra esclarece sobre câncer de cabeça e pescoço e revela os fatores de risco para doença
Publicado em 24/07/2024, às 15h13
Inúmeras condições podem afetar a saúde e algumas delas têm causas bem definidas com tratamentos específicos. Contudo, alguns fatores externos contribuem para o aparecimento de problemas. Em entrevista à CARAS Brasil, o oncologista Jorge Abissamra alerta sobre o cancêr de cabeça e pescoço e reforça que essa é uma doença silenciosa: "Modo silencioso".
Segundo o especialista, esse é um tipo de tumor que se desenvolve de modo silencioso em face de um estilo de vida arriscado, que facilmente pode ser evitado com alterações no cotidiano, ao mesmo passo, quando diagnosticado em sua fase inicial, o tratamento pode resultar em 90% de cura.
"A exposição aos fatores de risco ao longo da vida contribui para o silencioso desenvolvimento das condições do surgimento de tumores; como consumo exagerado de álcool e tabaco, atividade sexual sem proteção, em particular o sexo oral e ausência de cuidado com a higiene bucal. A cada quatro diagnósticos, três são identificados em estágio avançado da doença", afirma.
O Dr. Jorge reforça que boa parte dos sintomas do câncer de cabeça e pescoço ocorre também em outras doenças, daí a necessidade de apontar que nos casos de tumores, a prevalência dos diagnósticos ocorre a partir dos 50 anos de idade.
"Os sintomas mais comuns são caracterizados pelo surgimento de feridas que não são cicatrizadas na região, dores e dificuldade de engolir alimentos, feridas na língua, dificuldade de respiração, perda excessiva de peso quando o paciente não consegue engolir os alimentos, rouquidão, alterações na voz, manchas brancas ou avermelhadas na boca, que podem ser acompanhadas de sangramento, tosse persistente", explica.
O oncologista avalia: "Evitar os fatores de risco ao longo da vida é a condição elementar para a mitigação do câncer de cabeça e pescoço, desse modo, bloquear o consumo excessivo de álcool e tabaco, realizar higiene bucal e acompanhamento odontológico, utilizar preservativo durante a atividade sexual oral, vacinação conta o vírus HPV e alimentação equilibrada são recomendações fundamentais", complementa.
Diante da necessidade da prevenção, a Associação do Câncer de Boca e Garganta (ACBG) organizou para o mês de julho a Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça Pescoço, uma iniciativa para alertar a sociedade brasileira sobre os fatores de risco que levam ao câncer de cabeça e pescoço.
"Há importantes avanços na oncologia para que os tratamentos sejam cada vez menos invasivos, os procedimentos cirúrgicos estão sendo evitados com o objetivo de diminuir o grau de mutilação aos pacientes", finaliza o oncologista.
Ver essa foto no Instagram