Atriz, terapeuta e escritora, Ingra Lyberato também prepara nova série sobre paixão que nasceu em Ana Raio e Zé Trovão
"Filha de Chico e Alba, mãe de Guilherme". É assim que Ingra Lyberato (56) se define em suas redes sociais. Porém, suas facetas não param por aí. Atriz, amazona, terapeuta, escritora e ícone dos anos 1990, agora a artista prepara uma série sobre sua antiga paixão, que surgiu ainda nos bastidores de A História de Ana Raio e Zé Trovão, novela que protagonizou, e também usa o amor pela natureza para desenvolver uma nova área e escrever seu terceiro livro.
Do famoso folhetim da extinta TV Manchete, ela tirou inspiração para seu novo trabalho no audiovisual, a série As Amazonas. No projeto, ela apresenta histórias de mulheres que, assim como ela, tem uma paixão por cavalos, que contará com oito episódios de 26 minutos, em que ela viaja pelo Brasil e Colômbia conhecendo mulheres com uma ligação com os animais e o meio rural.
"Quando acabou a novela, eu fui criar cavalo e fiquei quatro anos sem atuar, nem foi algo planejado. Mas a arte me chamou profundamente e eu precisava da minha carreira de atriz para me sentir realizada", conta. A ideia surgiu após sua irmã, a produtora cultural CandidaLuz Liberato, perguntar sobre a vontade de fazer algum projeto e então surgiu a oportunidade para retomar o grande amor pelo universo.
Ingra conta que o projeto começou a ser idealizado antes da pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2021, mas que só começou a ser gravado agora. Além da parceria com sua irmã, ela ainda contou com o financiamento de Vânia Lima, da Tem Dendê Produções, para essa "gestação a três", como chamou a série documental. Ela adianta que o primeiro episódio conta com a presença de Almir Sater (66) e narra sua trajetória com os animais.
Em paralelo às produções artísticas, a atriz passou a estudar sobre terapias de constelação familiar, com foco na Terapia Sistêmica Fenomenológica Integrativa (TSFI) e ecoterapia, que finaliza neste ano. Ingra ressalta que as raízes de sua criação e a paixão pelos cavalos e natureza também apareceram na escolha de novos aprendizados.
Durante a conversa, a atriz não poupou a admiração ao mostrar as obras que seu pai, o artista plástico Chico Liberato (1936-2023), fez relacionadas à natureza. "Sou de uma família de artistas e meus pais flertaram muito com o modo hippie de viver, essa busca de reconexão com a natureza. E essa semente que eles plantaram lá atrás floresce em várias coisas que eu faço."
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Além dos estudos, ela compartilha em suas redes sociais tudo o que aprendeu e vivenciou em relação às práticas e também atua profissionalmente como terapeuta de constelação familiar, usando a união do xamanismo, crença espiritual que busca a força interior nos ensinamentos da natureza, com a terapia.
Ela conta que começou a prática de terapeuta ainda durante a formação em constelação familiar, e que conseguiu aplicar isso em sua vida, já que seu primeiro contato com a terapia aconteceu há mais de 25 anos. Ela diz que com os estudos e aprofundamento, conseguiu enxergar cada vez mais os momentos de infelicidade e que usa suas próprias experiências para abordar o tema nas redes.
"Mexia com a minha maneira de ver as coisas e com a postura nas relações, porque eu não estava no meu estado pleno de consciência. Assim é com uma pessoa que toma muito café, usa muitos remédios para dormir… Eu experimentei tudo isso", conta. E com os estudos, ela escreveu dois livros, O Medo do Sucesso e A Natureza Oculta Iluminada.
Agora, a artista trabalha em sua terceira obra literária, que deve ser concluída em breve. O livro irá abordar justamente os estudos que teve enquanto terapeuta e como isso se relaciona ao xamanismo, além de tratar a arte como um caminho de cura. Ingra diz que, caso consiga terminar o texto, deve lançá-lo ainda no primeiro semestre deste ano.
Apesar de todas as suas facetas, Ingra ainda torce para que novos projetos na atuação cheguem e a instiguem a fazer o que mais ama. "[A atuação] me trouxe para a vida e todas as experiências que me possibilitaram hoje estar nesse lugar de busca de humanidade. Qualquer convite para um trabalho como atriz, que seja desafiador, que vai me instigar a trazer novos conteúdos eu vou amar", completa.