A jornalista e apresentadora Gabriela Prioli, que voltou ao trabalho quinze dias após dar à luz a Ava, passou por uma depressão pós-parto profunda
Publicado em 29/07/2024, às 13h01
A jornalista e apresentadora Gabriela Prioli abriu seu coração ao falar sobre a maternidade. Ela, que voltou ao trabalho quinze dias após dar à luz a Ava, passou por uma depressão pós-parto profunda que a levou ao psiquiatra e à medicação pesada. Em entrevista, ao portal ao jornal O Globo, ela falou sobre o assunto.
"Tive a Ava e vivi uma depressão pós-parto violenta. Em uma semana estava fazendo a live do Clube do Livro; em um mês, no "Altas Horas" anunciando o "Saia Justa"; em dois meses, doente ainda, estava no ar. Não é porque não me permita sangrar em público que não sofra. Só choro quando não estou diante da câmera... Às vezes, falo, "tô mal, tô tomando remédio"... Minha equipe diz: "Não precisa gravar". Respondo: "Preciso". É nesse sentido que sinto a pressão".
Em seguida, a jornalista relembrou sua experiência com o parto. "O efeito da anestesia foi ruim.. Antes, viver a gestação... Aparecia opinando sobre assuntos controversos. Quando falei que a minha filha era um bebê pélvico e ia fazer uma cesárea... A reação foi de uma violência.. E eu prestes a parir. Lembro de perceber que não estava legal quando levantei do sofá, olhei pro Thiago (Mansur, seu companheiro) e falei: "Era melhor ter uma cesárea de emergência". Aí, pensei: "Olha o que eu tô falando!". Pedi desculpa para minha filha. Estava enlouquecendo", contou.
Ela disse ainda que viveu momentos intensos na gravidez e, após o nascimento da herdeira, passou por outro choque. "Tive a Ava em dezembro de 2022. Uma semana antes da eleição, estava no olho do furacão porque o ex-presidente me postou na timeline dele. Vieram as cobranças: "Por que não tá falando disso, daquilo?". Eu com a barriga imensa, mil projetos. Quando parei um pouco no hospital, deu vertigem: "Onde estou? O que está acontecendo? Quem sou eu agora?". Tive uma menina. Essa responsabilidade por enfrentar essas expectativas em relação às mulheres bate muito mais forte em mim. Se antes não queria me dobrar àquilo que esperavam, a essa docilidade, à subserviência, agora... Que mensagem vou estar passando para ela?".
E Gabriela relatou o que sentiu no auge da depressão. Uma tristeza profunda, incapacidade de ver sentido em qualquer coisa. Trabalhava porque era o automático, o que achava que tinha que fazer. O que, muitas vezes, traz a sustentação de que está se violentando... Está ali, sorrindo, e pensa: "Gente, não tô bem". Fui para a psiquiatra, tomei remédios. Continuo até hoje controlando. Deveria meditar mais. Você vai se entendendo naquele papel. Sou ruim de falar de fragilidade, né?", detalhou.
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