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Atualidades / PRECISAMOS FALAR

Diretores levam debates familiares para o cinema: 'Tribunal familiar'

Em entrevista à CARAS Brasil os diretores, Rebeca Diniz e Pedro Waddington, adiantam detalhes do novo longa 'Precisamos Falar'

Arthur Pazin e Felipe França
por Arthur Pazin e Felipe França
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Publicado em 18/10/2024, às 13h52 - Atualizado às 14h24

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Rebeca Diniz e Pedro Waddington são os diretores do filme 'Precisamos Falar' - Tomzé Fonseca/ Agnews
Rebeca Diniz e Pedro Waddington são os diretores do filme 'Precisamos Falar' - Tomzé Fonseca/ Agnews

O longa, Precisamos Falar, foi exibido na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo na última quinta-feira, 17. A CARAS Brasil marcou presença na coletiva de imprensa do evento e conversou com os diretos do filme, Rebeca Diniz e PedroWaddington, eles adiantaram sobre o novo projeto e falaram de relações familiares: "Tribunal familiar".

A trama acompanha dois casais que se deparam com a dura realidade de descobrirem que seus filhos estão envolvidos em um cruel assassinato. Precisamos Falar marca a estreia na direção de Pedro Waddington e Rebeca Diniz com debates sobre a ética e o desprezo pelo outro.

"Trata de questões morais e éticas e a gente passa um pouco por responsabilidade parental. Eu acho que a gente lida um pouco com isso, até onde os pais são responsáveis pelas ações dos próprios filhos? E o quanto a tua própria relação construída com teus filhos, o quanto faz deles terem tais ou outras atitudes, né? A gente está sempre com várias questões envolvidas, nunca é só uma coisa. Tem sempre outras camadas envolvidas e é isso, tem muita discussão ética", afirma Rebeca Diniz. 

"Eu acho que, nos últimos tempos, muitas famílias se separaram, ruíram um pouco diante desse cenário um pouco polarizado. Então, acho que antes do grande crime acontecer no filme, já existe essa atmosfera de irmãos que não se falam, não acho que têm visões completamente diferentes é uma relação feita por ter uma conveniência de ter que conviver, mas você vê que nitidamente, esse tal jantar acontece por um motivo totalmente fora da curva. Eu acho que o filme ele passa para os filhos o que na verdade já estava um pouco nos pais", confessa o diretor Pedro Waddington. 

SOBRE O QUE PRECISAMOS FALAR?

Os diretores dão mais detalhes de por que escolheram abordar essas narrativas familiares em meio a esse cenário de um crime e em um filme. Na visão dos artistas, eles declaram que o cinema é uma forma de arte que consegue abordar diversos assuntos. 

"Eu acho que um cinema é uma comunidade muito interessante no aspecto de você conseguir abordar e falar sobre as mais diversas coisas de um olhar muito único [...] e que você pode às vezes numa coisa muito única, ter uma coisa muito universal  que fala para todos, né? Então, eu acho que o cinema está aí para falar sobre tudo", menciona a diretora. 

"A gente está vivendo um momento um pouco acima do tom, esses personagens, eu acho, cada vez mais, eles estão existindo e às vezes a gente acha que uma ficção eles estão aqui no limite,, mas eu acho que às vezes a gente pode estar um degrau abaixo, porque a galera está violenta", avalia Pedro. 

No cartaz do filme, a imagem retrata essa família reunida atrás de uma mesa de jantar, o diretor afirma que foi proposital essa escolha, pois esse ambiente das conversas feitas durante os jantares familiares é como se fosse um tribunal. 

"Eu acho que essa mesa de jantar ela é justamente o tribunal familiar, [uma] fronteira da ética privada com uma ética pública, vamos resolver aqui entre nós essa coisa política que eu acho que talvez seja um ponto principal do filme", finaliza Pedro Waddington.