Durante coletiva de imprensa, a CARAS Brasil conversou com a atriz Marjorie Estiano; ela adianta sobre seu novo longa e fala de família
Publicado em 18/10/2024, às 12h16 - Atualizado às 12h19
Emendando diversos projetos no audiovisual, Marjorie Estiano (42) integra o elenco do novo longa, Precisamos Falar, que foi exibido na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo na última quinta-feira, 17. A CARAS Brasil marcou presença na coletiva de imprensa do evento e conversou com a artista, que adiantou o enredo de sua personagem e declarou sobre relações familiares no cinema: "Uma provocação".
No longa, Marjorie Estiano dá vida a personagem Sandra, uma mulher de classe média alta, que junto ao marido Paulo (Alexandre Nero), se surpreende com um crime cruel: o filho adolescente, na volta de uma festa, mata uma mulher que dormia em um caixa eletrônico.
"Eu acho que é o cinema, ele é um documento. O audiovisual, o cinema é um documento histórico, ele é um retrato do que a gente é, e do que a gente está vivendo naquele momento. Então acho que Precisamos Falar traz essa necessidade do acordo e o contexto da polarização, que é uma questão, um contexto mundial. A gente está vivendo isso há muitos alguns sem conseguir realmente entrar num acordo", declara.
A atriz analisa sobre polarização e necessidade do diálogo: "O filme vem trazer essa problemática e acho que o título sintetiza muito essa necessidade do diálogo, acho precisamos falar e precisamos ouvir. Seria fundamental, acho que é um exercício mesmo de reflexão, o filme não traz nenhuma resposta".
No filme, Sandra e Paulo, junto com o casal Celso (Emílio de Mello) e Anna (Hermila Guedes), acabam descobrindo que seus filhos são os culpados pelo assassinato. Nem todos os adultos estão dispostos a revelar à polícia o que aconteceu. A atriz menciona que o filme traz esse assunto como uma forma de provocação.
"A arte de uma maneira geral, ela é um provocador e permite que a gente se perceba e identifique as personagens e os conflitos que a gente vive no dia a dia, de uma maneira distanciada, com alguma capacidade crítica sobre aquilo. Acho que a família é um dos organismos, das células, mais complexas que existem no mundo humano, é a família assim, mas o que a gente está discutindo aqui sobre a diferença e o choque entre duas visões de mundo completamente opostas é a necessidade do diálogo [...] acho que é mais uma provocação", afirma.
Por conta do enredo do filme, Marjorie Estiano revela que não foi um trabalho fácil a construção da personagem, mas reforça que sempre evita julgar a narrativa dos seus papéis:"Eu sempre busco personagens na vida real, e um exemplo hoje é a internet, né? Enfim, as redes sociais há um acesso à intimidade das pessoas. Então, eu tenho ali um material acessível de compreender [...] As pessoas falam ali sobre elas [...] isso tem vários lados, mas para mim me serviu muito de material".
"A minha preocupação era muito não criticar assim, tentar me conectar com ela era importante para compreender essa linha de raciocínio, senão você cria um estereótipo, uma fantasia [...] o que me incapacita de realmente sentir um lugar humano dela, eu acho que dentro da maternidade eu descobri ali uma lógica", finaliza.
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