Ator da versão original de Vale Tudo morreu aos 59 anos, vítima de câncer no fígado, enquanto participava de outra novela da Globo
Publicado em 10/04/2025, às 07h00 - Atualizado em 14/04/2025, às 08h20
Na primeira versão de Vale Tudo (1988), o ator Lutero Luiz interpretou Seu Vargas, um dos personagens que aparecem logo no começo da trama, quando o Grupo Roitman compra a empresa que havia acabado de contratar Ivan (Antônio Fagundes) e demite vários funcionários. Lutero morreu em 1990, dois anos após o grande sucesso da Globo, por complicações de câncer no fígado enquanto estava em novela.
Antes de chegar à televisão, Lutero Luiz construiu sua carreira nos palcos e estúdios de rádio do Rio Grande do Sul. Formado em artes cênicas, começou sua trajetória artística em 1952, ainda como radialista. Nos anos 1960, mudou-se para São Paulo, onde mergulhou no universo teatral e televisivo. Com o sotaque, ele especializou-se em personagens simples, com raízes regionais, sempre com uma carga emocional muito presente.
No cinema, participou de mais de 30 produções, muitas delas parte do ciclo de comédias brasileiras que marcaram época. Trabalhou em clássicos como Vai Trabalhar, Vagabundo, Se Segura, Malandro! e Guerra Conjugal, além de estrelar produções dos Trapalhões, como O Cangaceiro Trapalhão e Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, onde interpretava vilões caricatos.
Na TV, Lutero Luiz se fez presente em diversas novelas e minisséries. Seus papéis iam de coronéis do interior, como em Gabriela, a figuras pitorescas como Bodão, amigo fiel de Sassá Mutema (Lima Duarte) em O Salvador da Pátria (1989), ou Lulu Gouveia, personagem que interpretou tanto na novela quanto no seriado de O Bem-Amado.
Seu último papel, o jardineiro Bastião de O Sexo dos Anjos, refletia sua capacidade de humanizar figuras simples. Lutero seguiu gravando até quando a saúde permitiu, mas com o agravamento do câncer e sua morte no dia 20 de fevereiro de 1990, a produção optou por uma despedida discreta.
Seu personagem, de uma hora para outra, ganhava na loteria e partia em uma viagem inesperada. Foi a forma delicada que a Globo encontrou para homenagear, em silêncio, um artista que viveu para o ofício.
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