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A filosofia de vida da atriz Isabella Dragão

Na Paraíba, atriz fala de ofício, amor e da fase de autoconhecimento

Marcos Salles Publicado em 11/01/2018, às 07h16 - Atualizado às 07h17

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Isabella Dragão - Reprodução/Revista CARAS
Isabella Dragão - Reprodução/Revista CARAS

Foi amor à primeira vista. Assim que Isabella Dragão (23) foi apresentada ao mar calmo e cristalino e à natureza da Paraíba, ela teve certeza de que aquele seria mais um tour inesquecível. E foi! De férias da TV após viver a Cecília na global das 6 Novo Mundo, a atriz renovou as energias em meio às paisagens do Estado. “Nunca havia entrado em piscinas 
naturais, dentro do mar. Também adorei conhecer a aldeia, tenho muito respeito pelos índios. Foi como receber um presente”, destaca ela, que passou pela capital, João Pessoa, Cabedelo, Barra de Camaratuba e ainda visitou uma aldeia indígena. Outro ponto que chamou atenção de Isabella foi o sol. Por estar na parte mais oriental do País, é ali que o Astro Rei primeiro desponta no continente. “Aproveitei para acordar mais cedo e meditar no momento em que o sol estava nascendo. Meditar, para mim, é precioso”, diz a artista, que viajou a convite de CARAS, do Governo da Paraíba/PBtur e do Fest. Gastronômico de Cabedelo.

Solteira e sem pressa para encontrar um novo amor, Isabella segue dedicada às artes. Um de seus compromissos para este ano é lançar seu primeiro livro, A Cor Dando. “Comecei a escrever por necessidade de sentir muito e colocar para fora. A primeira vez que escrevi, mandei para minha melhor amiga e não falei de quem era. Ela adorou. Hoje, tenho muitos escritos e, no livro, reúno cerca de 180 prosas poéticas. Estou bem animada com ele”, adianta a aspirante a autora, seguindo os passos de sua personagem na novela, que escrevia textos revolucionários.

A paixão pelo ofício começou a ser construída ainda na infância, em São João da Boa Vista, no interior de SP, onde nasceu. “Minha brincadeira era o balé. Reunia as crianças e dava aula. Dava aula até para o meu amigo invisível”, recorda, aos risos. Aos 10 anos, fez um curso na capital com professores russos e o sonho começou a se realizar ao ser convidada para fazer teste na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville, SC, onde ficou por três anos e meio. Lá, também fez aulas de teatro e acabou descobrindo sua verdadeira vocação.

– Como define a experiência de se encontrar com os índios?

– Foi muito forte, amei. Fico tocada com a relação deles com a natureza, com o divino, com a criação. Para mim, isso é muito significativo. Adorei ser pintada e me deu muita vontade de ficar ali ouvindo as histórias deles, brincando com as crianças, com a Luara, que ficou grudada em mim, além de ver os rituais.

– Desde quando medita?

– Desde 2012, quando tive uma crise existencial muito forte. Para mim, a arte é muito potente e, às vezes, a gente se entrega sem um autocuidado e se perde. E houve um momento em que eu estava me perdendo, completamente desorientada. Percebi que não conseguia me relacionar com nada e ficava me perguntando ‘O que eu sou?’ e ‘O que é a vida?’. Do nada, ficava muito feliz e, do nada, ficava muito triste. Eram muitas emoções, mas tinha clareza que o problema estava em mim e precisava de ajuda para lidar com ele. Então, pedi a um amigo para me indicar um templo budista, um centro espírita, e ele me indicou um terapeuta que une a terapia e a psicologia com a parte espiritual. A vida foi mudando completamente.

– Acabou se encontrando?

– Era exatamente o que precisava. Comecei a fazer retiros espirituais. Alguns de 12 dias no silêncio e com meditação duas vezes ao dia. Teve uma época em que acordava às quatro da manhã, meditava, corria e ia para faculdade.

– Segue alguma religião?

– Não gosto de falar em uma religião específica porque isso pode separar e o que interessa na espiritualidade é a união. Então, não faz sentido me separar das pessoas. Costumo falar que minha religião é o amor. Assim como Jesus, Buda, Prem Baba, quero expandir este amor através do que vou fazer; no meu caso, a arte.

– Curte a fase solteira?

– É uma ponte para me conhecer, entrar em contato com a minha carência e com a minha liberdade. Eu não cumpro uma relação se for para me tirar das minhas decisões. Se eu quero, eu vou. Estou muito bem assim.

– Sonha em casar, ter filhos...

– Tenho muita vontade de ser mãe, amo criança, mas não sei o que vai acontecer amanhã. Sabe essa coisa que se chama Síndrome de Walt Disney, de encontrar o príncipe encantado, casar, ter uma família e viver feliz para sempre? Sabe o casamento ideal? Isso só atrapalha a felicidade e o amor. É uma mentira e vejo isso nas relações. Ficam vendendo uma perfeição nas redes sociais, uma coisa romantizada, quando, na verdade, a gente está se enganando, mentindo um para o outro. É ilusão.

– Além do lado espiritual, cuida da alimentação?

– Sou vegetariana desde 2013 e, hoje, sou quase uma vegana, pois ainda tomo mel e, às vezes, como ovo, já que o vegetariano não come carne e o vegano, nada de origem animal. Sou vegetariana sem leite ou quase vegana desde 2016.

– Difícil se alimentar assim?

– É muito difícil porque nossa cultura está baseada na carne e no leite. Com o tempo, fui percebendo o quanto tudo isso me faz mal. Eu não tenho o intuito de ficar levantando bandeiras e de ficar reprimindo quem ainda quer comer carne. Acredito que seja ato muito sincero e pessoal.