Brasiliense, o ator percorre trilha lúdica em viagem a Goiás
O trauma de comer pequi, fruta típica do cerrado brasileiro, tem explicação. Nascido em Brasília, Anderson Tomazini (29), sucesso como o Xodó, de O Outro Lado do Paraíso, ouviu, ainda pequeno, que não poderia morder o caroço, que tem espinhos. Mas, claro, acabou com a boca cheia deles. “Foi horrível. Ficaram com uma pinça arrancando tudo. Não gosto nem de lembrar”, brincou ele. De volta à região de sua infância em uma lúdica viagem que refez a rota da poetisa goiana Cora Coralina (1889–1985), o ator resgatou essa e outras lembranças de sua infância. “Hoje moro no Rio por conta do trabalho, mas minhas raízes estão aqui. Minha família é de Alexânia, para mim essa região significa liberdade. É onde eu podia brincar na rua até de noite, onde eu andava a cavalo, onde eu aproveitava mais a minha infância”, explicou ele, que viajou a convite da Mostra Viajar, que será realizada dos dias 8 a 10 de junho na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo.
Inspirado no caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, o Caminho Cora Coralina conta com 282km de morros verdes e crepúsculos espetaculares. Começa na pequena cidade de Corumbá de Goiás e termina na Cidade de Goiás, antiga capital e antes conhecida como Goiás Velho. “Eu vinha muito para cá de farra. Passava o carnaval em Pirenópolis tomando cerveja com os amigos. Agora, estou fazendo descobertas incríveis. É tanta história, tanta riqueza cultural e eu, como um candango ali do lado, nunca tinha visto tudo isso... Ainda bem que conheci”, disse o ator, que quer voltar com o filho, Caio (2), que mora em Brasília, cidade para a qual corre toda vez que tem folga.
Ao contrário da maioria dos atores, Anderson não precisou discutir com a família para ser artista. Seus pais o alertavam que essa era a sua vocação. Mesmo assim, ele se formou em Administração e montou uma loja de autopeças até se descobrir infeliz. “Vendi tudo e me mudei para São Paulo para fazer cursos de teatro. Acabei trabalhando como modelo, morei nas Filipinas e, então, surgiu a oportunidade na Globo.” Já a boa forma foi “incentivo” dos amigos. Gordinho na infância, Anderson era chamado de cinturinha de ovo. “Morria de vergonha. Acabou sendo um combustível. Comecei a me cuidar por vaidade. Hoje sou viciado em esporte, mas, no início, queria era ficar bem e ter as meninas por perto”, se diverte ele, solteiro. Assédio, porém, não falta mais. Por onde passava Anderson era cercado pelas mulheres e atendia os pedidos de fotos. “É um grande elogio.”