Em seu lar, a expert em etiqueta relembra trajetória e retoma paixão pela música
Herdeira de uma das famílias mais tradicionais de São Paulo, a jornalista Claudia Matarazzo (58) se tornou referência quando o assunto é etiqueta e comportamento. Não à toa, já lançou 18 livros sobre o tema e por sete anos foi chefe de cerimonial do Palácio dos Bandeirantes. Frescura? Que nada! “Na família, o pessoal brinca: ‘Como pode a Claudia, a pessoa mais estabanada do mundo, a que saiu fora da curva, que era hippie, falar sobre etiqueta?’”, diverte-se ela, que começou a construir seu universo simbólico ainda na infância. “Estudei em colégio bilíngue, com filhos de expatriados. Na minha classe tinha chinês, norueguês, libanês e acabei criando um traquejo para conviver com as diferenças. Além disso, sempre viajei muito. Minha mãe me colocou na estrada cedo e pude ter a experiência da diversidade antes de toda essa globalização”, explica, em seu apartamento paulistano.
Segura de seus passos, Claudia diz não sentir o peso do poderoso sobrenome, mas que nem sempre foi assim. “No passado, eu vivia pedindo desculpa para as pessoas. Elas questionavam o porquê de eu cursar uma faculdade e trabalhar. Diziam que eu estava tirando o emprego de outras pessoas. Eu me sentia culpada e trabalhava em dobro. Chegou uma hora que coloquei um ponto final nisso. Não tenho de me sentir culpada por ter nascido bem e querer trabalhar”, aponta, exibindo o mesmo espírito visionário de seus antepassados, afinal, além dos livros, ela se dedica à Claudia Matarazzo Ensina — sua plafaforma de cursos online —, dá palestras, possui um site, que integra a Rede CARAS Blogs, e assina linhas de louças. “Sou disciplinada, mas não gosto de rotina. De uma forma ou de outra, tudo que faço envolve a comunicação”, frisa a jornalista, que já trabalhou em revistas e na TV.
Entre tantas facetas, ela ainda encontra tempo para aprimorar uma de suas grandes paixões, a música. “Comecei a estudar canto na adolescência, mas minha mãe era rígida, queria que eu fizesse uma faculdade e dizia que cantar não daria dinheiro. Acabei fazendo Jornalismo, mas ainda assim fiz shows durante um tempo. Estava com saudade e quero retomar isso”, confessa ela, que segue estudando piano e faz planos de lançar um CD e um pocket show ainda este ano.
Eleita de Fernando Mieli (58), com quem tem Valentina (19), Claudia é amante da gastronomia. “Aos 15 anos, já fazia aulas de culinária! Costumo preparar os jantares aqui em casa”, diz, contando que o amado e a filha são fãs de suas receitas. “Valentina e eu somos muito companheiras, estamos sempre juntas”, celebra. Sobre a aparência, ela garante ser tranquila. “Sou desencanada! Já fui bastante vaidosa e me cuido, mas hoje minha preocupação é com a saúde e o bem-estar, não com a beleza”, afirma.