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TV / Abriu o coração

Sucesso no Globoplay, Pedro Wagner acena para a própria história no caminho do audiovisual

Em entrevista à CARAS Brasil, Pedro Wagner fala sobre conquista de protagonista em O Jogo que Mudou a História e revela vontade pessoal para a carreira

Pedro Wagner já participou de outras séries de sucesso, como Justiça, Cangaço Novo e Segunda Chamada - Globo/Reginaldo Teixeira
Pedro Wagner já participou de outras séries de sucesso, como Justiça, Cangaço Novo e Segunda Chamada - Globo/Reginaldo Teixeira

Depois de muitas participações em séries de sucesso, o pernambucano Pedro Wagner (41) vive Amarildo, personagem de destaque em O Jogo que Mudou a História, sucesso original do Globoplay. Em entrevista à CARAS Brasil, o ator compartilha o impacto do papel em sua carreira e fala sobre o desejo pessoal de dar vida a mais personagens LGBTQIAPN+.

Entre os muitos personagens de sua carreira, o ator se lembra com carinho de um papel específico: Altair, de Treze Dias Longe do Sol, seu primeiro personagem gay. Como um homem gay, Pedro reforça a importância de ter personagens LGBTQIAPN+ em produções brasileiras e acrescenta que, como ator, se sentiu honrado em viver um personagem que tivesse um pouco de sua própria história.

"O Altair foi um personagem de muita delicadeza, que vive um sofrimento que tem a ver com o fato dele supor que o amor da vida dele, o parceiro dele (com quem ele tinha uma relação no armário, escondida), estava preso, talvez morto, soterrado por um prédio que cai, o que é a temática da série", relembra.

Um dos desejos do intérprete para o futuro é ter a oportunidade de dar vida a mais personagens da comunidade LGBTQIAPN+: "Para mim, foi muito bonito contar a história de um personagem que compreendo, de um lugar da minha masculinidade, da minha orientação de gênero, da minha sexualidade, de tecidos que eram próximos dos meus tecidos. Por isso, tive muito prazer e gostaria, inclusive, de fazer mais personagens gays, queers e afins", completa.

Destaque em streaming

Um dos protagonistas de O Jogo que Mudou a História, Amarildo é um líder comunitário que luta para manter a paz em Padre Nosso, favela fictícia que sofre com a crescente presença de facções e violência. O convite para viver o personagem, segundo o intérprete, foi um "presente inacreditável".

"O protagonismo sempre foi um lugar de desejo, mas de receio também, porque tem que dar conta de muitas coisas. Então, foi um susto muito grande quando o Amarildo chegou nas minhas mãos através de um convite feito pelo José Júnior, da AfroReggae, criador da série. Agora, ele é um dos personagens mais bonitos que eu já fiz, um presente inacreditável", completa.

Para dar vida ao líder comunitário, Pedro buscou se aproximar de histórias de vida genuinamente brasileiras, que fizessem sentido com o personagem íntegro e corajoso. "O Amarildo tem um lugar de muita dignidade, de muita coragem. Uma coragem árdua, porque ter coragem não é fácil, sobretudo quando você vive à margem da sociedade, empurrado pelo lugar da precariedade", comenta. 

O ator afirma que Amarildo representa uma beleza da coragem e da força: "Ele é um personagem genuinamente brasileiro, por isso foi um prazer muito grande, tenho um orgulho gigante de ter vivido isso". E, além do orgulho em contar uma história que ecoa na alma do espectador, Pedro vê a oportunidade de protagonizar Jogo que Mudou a História com um sentimento semelhante.

"Vejo que ser protagonista é ter um elo forte com o espectador. Quando quem assiste não sabe para onde ir dentro de uma obra, ele se agarra ao braço do protagonista, para seguir naquela narrativa", compartilha. Protagonizar, conforme o intérprete, é "dar conta de todo esse lugar de responsabilidade e ser farol dentro do set". Apesar da felicidade em conquistar esse espaço no streaming, Pedro ressalta: "Em termos de construção, todo personagem dá um trabalho absurdo para ser talhado no corpo, o fato de ser protagonista ou não é sobre tempo de tela, nada mais do que isso".

Agora, o ator se prepara para as futuras estreias no cinema e no streaming: a comédia O Rei da Feira, com o Leandro Hassum (50); Lispectorante, filme que passa pelo universo da Clarice Lispector (1920-1977), da cineasta RenataPinheiro (53), onde ele fará par romântico com MarcéliaCartaxo (60), a eterna Macabéa; e mais uma produção da Globoplay, Guerreiros do Sol, uma releitura épica da história real de Lampião e MariaBonita no Nordeste entre os anos de 1920 e 1930.