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TV / Saiba quem

Ex-marido de Marília Pêra, ator de Vale Tudo morreu após complicações da AIDS

Ator da versão original de Vale Tudo foi casado com Marília Pêra por dois anos e morreu aos 58 anos após luta contra a AIDS

Cena da primeira versão de Vale Tudo - Reprodução/Globo
Cena da primeira versão de Vale Tudo - Reprodução/Globo

Na primeira versão de Vale Tudo (1988), o ator Paulo Villaça interpretou Gustavo, personagem com pouco destaque na trama de sucesso da Globo. Ex-marido de Marília Pêra (1943-2015), Villaça morreu aos 58 anos após complicações da AIDS. Conheça a história do artista e relembre outros papéis.

Artista múltiplo

Nascido em Bauru, interior de São Paulo, Paulo Villaça atuou como jornalista, publicitário, diretor de teatro, professor de literatura e até garoto-propaganda. Sua inquietude criativa refletia uma geração que rompeu barreiras entre as artes e os discursos políticos nos palcos e nas telas. No teatro, fez história com peças densas como Navalha na Carne e Fala Baixo Senão Eu Grito, mergulhando em personagens psicológica e socialmente complexos.

No cinema, participou de mais de 20 produções, com papéis que iam de bandidos a intelectuais, de policiais a personagens ambíguos. Em Perfume de Gardênia (1992), seu último filme, ele prestou uma espécie de homenagem a seu papel mais icônico, revivendo o arquétipo do criminoso com camadas humanas. 

Vida pessoal

Na vida pessoal, um capítulo marcante foi o casamento com a atriz Marília Pêra, nos anos 1970. Embora breve, o relacionamento uniu duas figuras intensas da cena artística brasileira. Enquanto Marília brilhava no teatro e na televisão, Villaça trilhava um caminho mais alternativo, mas igualmente relevante.

Apesar do papel ocupado no cinema nacional, o nome do intérprete foi sendo apagado da memória popular. A morte precoce, aos 58 anos, vítima de complicações da AIDS, ocorreu num momento em que o Brasil ainda carregava muito preconceito e silêncio em torno da doença.

Villaça faleceu no Rio de Janeiro, em 1992, e foi sepultado no Cemitério de São João Batista. Seu falecimento não teve o destaque que sua trajetória merecia — um reflexo da invisibilidade que muitos artistas marginais enfrentaram, mesmo após décadas de contribuição ao audiovisual brasileiro.

Símbolo do cinema marginal

Apesar da pouca notoriedade na televisão, Villaça é reverenciado entre cinéfilos e estudiosos do cinema nacional. Sua interpretação em O Bandido da Luz Vermelha (1968) é considerada até hoje um marco, não apenas pela atuação visceral, mas pela ruptura com as fórmulas tradicionais do herói e do vilão.

No contexto da ditadura militar, seu personagem simbolizava a violência urbana, a paranoia do regime e o caos cultural da época, transformando-o em um artista que desafiou limites, mesmo quando isso custava espaço no mainstream.

O ator Paulo Villaça - Reprodução/Band
O ator Paulo Villaça - Reprodução/Band

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