Em entrevista à CARAS Brasil, Pedro Neschling conta que personagem de Renascer tem ajudado a desmistificar a surdez e diminuir o capacitismo no Brasil
Pedro Neschling (41) tem comemorado a repercussão positiva de seu trabalho na novela Renascer, projeto que marca seu retorno à TV Globo. Personalidade marcante no debate quanto a deficiência auditiva na mídia, o ator contou à CARAS Brasil que ele mesmo sugeriu à direção do folhetim que o personagem Eriberto também fosse uma pessoa com deficiência.
"Conversei com a direção da novela sobre assumirmos meu aparelho em cena e eles toparam. Essa visibilidade é muito importante. Somos 18,6 milhões de pessoas com algum grau de perda auditiva no Brasil, e poder mostrar isso de forma natural na novela das 21h, numa trama onde a deficiência não é o foco da dramaturgia, ajuda a desmistificar a surdez, que é uma deficiência invisível. Precisamos ter mais PCDs ocupando espaços e mostrando seu talento e potencial", declara.
Apesar de sua fama e comentários quando a visibilidade de pessoas com deficiência auditiva no Brasil, Pedro conta que muitas pessoas ainda não sabem sobre sua condição e, às vezes, a surpresa acaba gerando situações diversas. Para ele, o capacitismo é o principal problema quando o assunto é a dificuldade do acesso e entendimento das pessoas que convivem com a perda auditiva.
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"Nossa sociedade é capacitista e a ideia coletiva que impera sobre PCDs é de alguém incapaz, o que é um grande equívoco. São muitos os tipos de deficiência e muitas as características particulares de cada um de nós, não dá pra generalizar. Precisamos, como sociedade, entender isso e acolher os PCDs com suas características e necessidades", avalia.
Mas não somente a deficiência de Eriberto tem chamado atenção no remake de Bruno Luperi. O personagem, que tinha outros contornos na versão original, tem se destacado também com o triângulo amoroso mais Eliana e José Venâncio, o qual ele garante que deu um novo sentido para a história. "O Eriberto é um personagem inédito que ocupa um pouco o espaço do Egberto, personagem do José de Abreu, na primeira versão. Mas as mudanças no perfil foram tão grandes que dá, sim, pra dizer que é um personagem novo", conta.
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