Em entrevista à CARAS Brasil, Keila Bueno conta as dificuldades para construir a modernista Anita Malfatti no teatro
Publicado em 15/05/2024, às 17h30
Para interpretar no espetáculo Tarsila, A Brasileira, a personagem Anita Malfatti (75), falecida em 1964, que viveu momentos de sucesso com seus quadros de cores vivas, em meados de 1917, Keila Bueno (56), disse em entrevista à CARAS Brasil, que teve dificuldades, mas conseguiu driblá-las.
O mais difícil para construir a personagem, segundo Keila, foi a falta de registros de imagens em vídeo, fotografias ou até mesmo algum familiar que pudesse falar sobre Anita. “Foi bem complexo pra mim construir a Anita Malfatti (...) Eu tive que pensar muito no psicológico dela pelos livros que eu li. Li dois livros de pessoas que conviveram, que estavam próximos dela, então falavam da personalidade dela, do jeito dela, as coisas que ela fazia, como ela se sentia, as coisas que ela viveu e como ela via as coisas que ela viveu.” disse a atriz, à Caras Brasil.
Atriz, coreógrafa, cantora, diretora de movimento e artesã também nunca havia feito um personagem que já tivesse existido na realidade e relevou que teve a chance de optar por não reproduzir a deficiência congênita que Anita tinha no braço direito, mas escolheu não utilizar o braço direito em cena: “O diretor me deu a liberdade de fazer com essa característica ou não, mas eu não consegui concebê-la de outra maneira, porque isso influencia em tudo, né? na vida de uma pessoa. (...) Foi muito complexo pra mim e um baita aprendizado.” concluiu.
Ao lado de Claúdia Raia (57), como Tarsila do Amaral e Jarbas Homem de Mello (54), dando vida a Oswald de Andrade, Keila dá um show de atuação que nos transporta ao início dos anos 1990 e nos faz refletir sobre a trajetória de uma mulher naquela época: “Uma artista naquela época estudar fora, viver fora, viajar assim... é muito impressionante. São pessoas empenhadas em se desenvolverem.” reflete Keila.
A produção do musical fica em cartaz até o dia 26, deste mês, em São Paulo e traz a vida e a obra de Tarsila do Amaral, dona de quadros icônicos como Operários e Abaporu, que inspirou o Manifesto Antropofágico, de Oswald de Andrade.