Drama com Antonio Petrin
Inspirada em três relatos reais, interpretados por Antonio Petrin (73), Camila Morgado (36) e Vera Holtz (59), Palácio do Fim estreou em SP após temporada carioca. “Demorei mais de um ano para aceitar essa personagem. Fiquei assustada ao ler o texto”, conta Vera, indicada a Melhor Atriz no 24º Prêmio Shell de Teatro do Rio pelo papel da militante comunista Nehrjas Al Saffarh, morta na Guerra do Golfo, em 1993, na peça dirigida por José Wilker (64), também concorrendo à láurea.
Assim como Vera, Camila se sentiu intimidada por sua personagem. “Lynndie England cometeu atrocidades. No início, fiquei mal, tive de parar de estudar, pois ela tratava tudo com crueldade”, lembra, citando a oficial do exército norteamericano acusada de torturar prisioneiros em Abu Ghraib, em 2004. “Reconheci no texto um potencial altamente provocador”, comenta Wilker sobre sua reação ao assistir em NY, há três anos, a montagem adaptada da obra da autora canadense Judith Thompson (57), cujo título faz menção à câmara de tortura do ditador Saddam Hussein (1937-2006), no antigo Palácio Real, em Bagdá.