Candé, caçula do ator Reginaldo Faria, e sua Priscila Ubba decoram casa com filmes do clã
A história cinematográfica da família Faria é um legado nacional, mas, para quem carrega o sobrenome e o talento genético, é muito mais do que um marco na memória viva do Brasil, é um relato de vida compartilhado com o público nas grandes telas. O diretor Candé Faria (37), filho caçula do ator Reginaldo Faria (85), sobrinho do cineasta Roberto Farias (1932–2018) — ele teve um ‘s’ adicionado ao sobrenome por erro de cartório —, e irmão do cineasta Regis Faria (53) e do ator Marcelo Faria (50), carrega o cinema nas veias e, começando uma nova vida ao lado da mulher, a atriz Priscila Ubba (32), decidiu fazer a própria homenagem ao clã. Candé decorou a sala da casa em que moram, no Rio, com cartazes emblemáticos dos filmes do pai. “O cinema sempre fez parte da história da nossa família. Esse amor passou de geração para geração. Vivemos o cinema no nosso dia a dia, em nossas conversas, sonhos, projetos, em nossas casas, salas, paredes. Não existe um dia que não respiramos o amor pela sétima arte. Entrar na casa do meu filho Candé e de Priscila me faz ter orgulho dessa paixão”, disse Reginaldo, que não sabia da surpresa. “Ele achou que ia apenas conhecer minha nova casa, mas foi surpreendido com a homenagem e ficou muito emocionado quando viu o que fizemos”, completou Candé.
Há sete anos, Candé decidiu desenvolver a espiritualidade e conheceu a mineira Priscila fazendo meditação. Logo depois, descobriram que são da mesma área profissional e, claro, apaixonados pela sétima arte. Já com a relação fortalecida, encararam a pandemia morando isolados no sítio da família Faria em Friburgo, interior do Rio. Na época, decidiram oficializar a união em uma cerimônia íntima. “Estávamos vivendo 24 horas juntos, já éramos casados”, brincou Priscila, que até então tinha planos de voltar para Portugal, onde morava antes da pandemia, mas decidiu ficar de vez no Brasil e viver o novo amor. “Esse é o nosso primeiro apartamento juntos, de fato. Nossa casa. E decidimos fazer essa homenagem porque a família do Candé começou o cinema no Brasil”, explicou a atriz, que acaba de apresentar o Festival de Cinema de Petrópolis, na região serrana do Rio, e ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival do Rio, em 2020.
Para compor o ambiente, Candé contou com a ajuda das profissionais Jackie Britto e Virna Carvalho e de
seus próprios parentes para resgatar os cartazes originais de filmes lendários, como O Assalto ao Trem Pagador (1962) e Pra Frente, Brasil (1982), ambos com direção de Roberto e atuação de Reginaldo. “Sou o caçula da casa, mas não sou o preferido. Cada um de nós tem uma personalidade e meu pai é um homem muito generoso, que ama a todos nós de forma igual”, disse ele. Móveis de design e peças vintage, como um spot de luz de cinema e uma máquina de escrever antiga completam a decoração. “Somos muito apaixonados por cinema e essa paixão está agora na nossa casa”, resumiu Priscila, que lançou no Festival de Petrópolis o longa-metragem Coisa Pública, de André Borelli, e já finalizou outro filme, Um Acorde para Despertar, de Julio Quinam. Já Candé começou a carreira como ator, interpretando o jovem drogado João em Malhação ID (2010) e, no ano seguinte, atuou no longa dirigido pelo pai, O Carteiro (2011). “Foi o meu primeiro protagonista e tentamos manter o lado profissional, mas não deu para evitar a cumplicidade. Ser dirigido pelo meu pai foi um imenso aprendizado”, disse ele. Hoje, Candé integra o cast de diretores da Rede Globo e se dedica à continuação de Novelei, uma websérie dos Estúdios Globo dirigida por ele e veiculada no YouTube da emissora. O novo projeto foi batizado de Breakdown e conta com a apresentação de Paulo Vieira (29). Nas telonas, Candé está finalizando o longa-metragem Godiva, que conta com Reginaldo, Priscila e seu irmão Marcelo no elenco, e começou a ser rodado ainda na quarentena de covid-19.
Em casa, Candé vê mais uma geração da família ser “cooptada” pela arte. Sua filha, Sofia (12), de relação anterior do cineasta, ainda não estreou, mas também já é apaixonada pela profissão. Não à toa, quando ela ainda tinha 9 meses de vida e já frequentava o Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul, seu avô avisou: “O cinema faz parte da nossa vida desde cedo e quem passa a ser parte da nossa história já se envolve também. A Sofia já faz parte desse meio”, disse Reginaldo, sem esconder o orgulho ao prever a continuação do clã Faria.
Fotos: Mattha Fotografias de Interiores