Jorge Pontual relembra algumas das aventuras marcantes que viveu nas gravações do Globo Repórter
O Brasil explorou os quatro cantos do mundo diante da telinha por meio das viagens do Globo Repórter e, para fechar com chave de ouro as comemorações pelos 50 anos do programa global, o jornalista Jorge Pontual (74), correspondente da emissora em Nova York, relembra algumas dessas aventuras marcantes. “O programa criou uma relação mais íntima, trazendo a voz das pessoas comuns para a TV. Isso estabeleceu uma relação afetiva com o público através de gerações”, conta ele, em papo com a CARAS.
Ao longo de pelo menos cinco décadas dedicadas ao Jornalismo, Pontual viveu experiências inesquecíveis ao redor do planeta. “Em 2019, gravei dois programas que foram feitos aqui mesmo, em Nova York. Apesar de não ter precisado me deslocar, foi uma viagem que valeu por três! O Paulo Sampaio (diretor) me fez descobrir coisas que eu desconhecia, embora viva aqui há mais de 25 anos”, comenta. “Pessoalmente, foi um trauma estar em Nova York quando fomos atacados em 11 de setembro de 2001. Custou muito a passar. Vimos que somos alvo para o resto do mundo, no mau sentido. Me chocou também a reação, que mudou a sociedade americana, que se tornou mais fechada e dividida pelo ódio e pelo racismo. Me dói sempre a repetição de atos de extrema violência contra vítimas inocentes, em qualquer lugar”, lamenta ele.
O jornalista ainda destaca a situação mais difícil e complicada que já viveu em uma viagem a trabalho. “Em 1980, fiz parte de um grupo de repórteres levados pela ONU para encontrar guerrilheiros em Zimbábue. Fomos sequestrados e, durante horas, não sabíamos o que ia acontecer. Os representantes da ONU negociaram a nossa libertação. É uma experiência de viagem bem incomum e foi, sem dúvida, a mais complicada”, revela.
E não dá para falar das viagens do Globo Repórter sem lembrar de Glória Maria, que morreu em fevereiro deste ano. “Foi uma amiga muito querida. Sempre presente. No casamento dos meus filhos, Glória foi a alma da festa! Tinha o dom de iluminar qualquer grupo. Eu me lembro da primeira viagem que ela fez ao Japão, nos anos 1980. Foi uma revelação para o público brasileiro”, comenta Pontual, saudoso.
FOTOS: GLOBO/ALEX CARVALHO