O muso de Madonna diz ser um cavalheiro nas relações e fala do seu desejo de ser pai
Redação Publicado em 09/02/2010, às 10h40 - Atualizado às 23h29
Na manhã do dia 17 de dezembro de 2008, lá estava Jesus Luz (23) no Hotel Glória, Rio, à espera de mais uma sessão de fotos de sua carreira de modelo iniciada aos 16 anos. O trabalho poderia ser apenas mais um, salvo certo detalhe: ele posaria ao lado da popstar Madonna (51) para um editorial da revista W, sob as lentes do fotógrafo de moda americano Steven Klein (48). O ensaio com pouca roupa e muita ousadia resultou em uma química inegável entre o carioca e a diva americana.
Depois de todos os flashes, que só terminaram às 23h, sua vida nunca mais foi a mesma. "Representou o começo de tudo e, sem dúvida, foram as fotos que mais gostei de fazer. Por Madonna, que admiro muito, por Steven, um verdadeiro gênio, e pela própria publicação, reconhecida mundialmente. Alguns podem dizer que tudo o que ocorreu se deve ao acaso, uma coincidência ou pura questão de sorte. Já eu não penso assim. Acredito na força de atração das pessoas. Ali, foram duas energias que se encontraram, duas mentes conectadas", contou Jesus, que hoje, além de realizar campanhas para grifes como Dolce & Gabbana e Ellus, comanda as carrapetas de badalados eventos de música. Na sexta-feira, dia 12, tocará ao lado do DJ e produtor francês Bob Sinclar (42) em festa carioca no Vivo Rio.
A mudança radical de sua rotina não o surpreendeu. "Já esperava por isso. Me tornar modelo não foi fácil. No entanto, desistir nunca passou pela minha cabeça. Sempre acreditei que algo incrível iria me acontecer um dia. Praticar a certeza é o que me fazia manter a fé", explicou.
- Sempre foi confiante?
- Não, e, até hoje, tenho minhas inseguranças. A autoconfiança precisa ser renovada e trabalhada constantemente. Por isso, procuro me entender melhor, me descobrir e aprender a maneira correta de viver. Isso, aos poucos, vai fortalecendo a pessoa. Mas, claro, há momentos em que sinto receios e acho que sou incapaz. O que poucos sabem é que sou tímido e, às vezes, por isso, passo a impressão de ser uma pessoa arrogante.
- Você se acha bonito?
- Nem sempre. Quando criança, era bem esquisitinho. Aparência franzina e olhos esbugalhados são motivos de piada no Colégio Pedro II, no Rio, onde estudei por dez anos. Cheguei a ser chamado de "tampinha", por ser o mais baixo da turma. Hoje, tenho 1m81. Nunca fiquei chateado com as brincadeiras que faziam. Ao contrário. Gostava da atenção que isso trazia.
- Quando percebeu que sua carreira havia alavancado?
- No meio de 2009. Quando vi que tinha feito campanhas como a para Dolce & Gabbana, pensei: "Caramba, já tenho história para contar". Mas custei a perceber que meu trabalho estava fluindo.
- Quais os sonhos de consumo que já conseguiu realizar?
- Sempre quis ter meu equipamento de música, montar estúdio e comprar aparelhos de produção. Quando consegui realizar esse sonho, foi uma grande satisfação. Mas nunca almejei muito. Possuir milhões de dólares, por exemplo, não passava pela minha cabeça. Mas sonho um dia poder ter uma ilha, quem sabe... E ir ao Egito.
- Como é o dia-a-dia em NY?
- Acordo, me exercito, vou para o estúdio e dou atenção àqueles que estão trabalhando pela minha carreira. Tento manter uma rotina saudável. Gosto de nadar, andar de skate, jet ski, correr, praticar musculação. Mas nem sempre a carreira de DJ permite isso. Por conta da correria, é fundamental encontrar um momento para relaxar. À noite, gosto de diminuir a luz do quarto, deixar só uma vela acesa e meditar. Nova York tem uma energia eletrizante. Por isso, sempre encontro uma forma de aliviar minhas tensões, ter uma válvula de escape no meio da agitação.
- Tem alguma religião?
- Não. Acredito em um único Deus. Tento buscá-lo e me conectar com a espiritualidade. Leio a Bíblia, livros de espiritismo... Seja qual for a crença, é importante acreditar em uma força maior.
- Pensa em levar sua mãe, Cristiane, para morar com você?
- Sua base é o Brasil. Acho que ela não gostaria de ir morar comigo. A verdade é que ninguém deseja ficar muito tempo fora. No Rio, as opções de lazer são mais amplas. As pessoas não querem viver com frio. É difícil conhecer algum brasileiro que tenha vontade de passar o resto da vida morando nos Estados Unidos.
- Já quer voltar ao Brasil?
- Para ser sincero, me considero um cidadão do mundo agora. Esse ano que passou, fiquei em muitos lugares diferentes, sempre viajando. Agora mesmo, não me sinto morando em Nova York, mas apenas passando a maior parte do tempo lá. Volta e meia, estou aqui pelo Brasil ou em algum outro país. Hoje em dia, é muito difícil dizer onde é a minha casa.
- Ser pai é um desejo seu?
- É. E, certamente, seria a grande experiência da minha vida, a maior realização. Mas sei como isso muda toda uma rotina. E, hoje, não poderia me dedicar e depositar minha atenção em uma criança. Não vejo a paternidade como um ato impulsivo, que possa ser realizado sem medir consequências. Ter um filho é o maior acontecimento que pode ocorrer a um ser humano. É algo que terá que ser pensado muito bem, planejado com antecedência. No momento, jamais poderia ser pai.
- E a adoção faz parte das suas vontades também?
- Claro, se tiver condições. Essa é uma das atitudes mais nobres que alguém pode ter. É uma troca intensa. Ao mesmo tempo em que os pais dão uma nova oportunidade para a criança, ela traz felicidade para essa família. É uma pessoa que não tem vínculo nenhum com você, não tem o seu sangue, mas o amor, mesmo assim, ali, é criado.
- É um bom namorado?
- Gosto de escrever palavras bonitas e tocar no coração de quem amo. Sou transparente. Joguinhos são perda de tempo. Afinal, se você está com uma pessoa com quem tenha afinidades haverá harmonia. O problema é quando se envolve com alguém que está a fim de fazer mil armadilhas na relação, confundir sua cabeça. Mas adoro mandar flores, jantar à luz de velas. E, também, abro porta de carro, puxo cadeira... Tento ser atencioso sempre. O romantismo deveria ser considerado algo trivial para as pessoas que amam.
- Qual a qualidade que mais o atrai em uma mulher?
- Pode parecer hipocrisia, mas é a inteligência. Gosto muito da mulher que cuida da alma, que tem o lado espiritual forte e que seja conectada com o universo à sua volta. Não me interessaria por alguém só por ser bonita. Lógico que a beleza me atrai, mas, definitivamente, não é o primordial.
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