Uma mistura de sensações e vontades divide o universo criativo de Frida Gianinni. De um lado a sobriedade e a rigidez dos anos 1940, do outro o glamour provocante e nada discreto
da década de 1970. Afinal, como unir esses dois momentos tão opostos em uma única coleção? Fácil! Para o dia, propostas inspiradas nas precisas formas da era do pós-guerra e para a noite toda a irreverência sofisticada dos tempos áureos da disco music. Nada disso impede, porém, que num detalhe aqui ou num acessório ali esses universos se encontrem em perfeita
harmonia. Sobre uma cartela de tons escuros e materiais que se revezam entre metalizados, cetins, couro (de cobra) e jacquards, a silhueta está sempre em evidência. Mas não daquele jeito comum, previsível e nada elegante da famosa dupla “justo e decotado”. A designer italiana sempre conseguiu traduzir nas roupas que cria o conceito do sensualizar sem
mostrar. Vestidos e saias na altura dos joelhos são as peças-chave deste inverno, que não dispensará as golas altas, os ombros arredondados dos casacos, os xadrezes e as botas de cano alto. Vale destacar até mesmo as composições dessas botas com vestidos fluidos, fazendo um interessante contraponto no look festa.
Falando nele, longos, macacões e saias bordadas dão o tom de exuberância dos anos 1970 que se esperava. E, já que os acessórios são uma parte vital da história da marca, dois eminentes clássicos parecem estar por vir nas bolsas durinhas em píton colorido e nas botinhas com providenciais recortes que alongam as pernas. Afinal de contas, se elas ficarão mesmo tão à mostra,
nada melhor do que ser bem delineadas.