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Revista / MERGULHADA NA ARTE

Aisha Moura, de Família É Tudo, vê sonho se concretizar na TV: 'Experiência incrível'

Em entrevista à Revista CARAS, a atriz Aisha Moura festeja primeiro papel de destaque em novela. Em Família É Tudo, ela dá vida a skatista Nicole

por Tamara Gaspar
[email protected]

Publicado em 01/09/2024, às 11h00

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No Hotel Pestana Rio Atlântica, Aisha Moura festeja papel em novela da Globo - Marcio Farias
No Hotel Pestana Rio Atlântica, Aisha Moura festeja papel em novela da Globo - Marcio Farias

Faça chuva ou faça sol, não existe tempo ruim para Aisha Moura (24)! “Sou uma pessoa muito feliz, isso tem a ver com minha personalidade. A gente vive uma rotina muito corrida, mas tento sempre
manter o alto-astral e aproveitar a vida”, diz a atriz, que nos últimos tempos ganhou ainda mais motivos para celebrar. No ar como Nicole, na global das 7, Família É Tudo, ela encara seu primeiro papel de destaque na TV. “É a realização de um sonho! E o feedback do público é uma das partes mais legais”,
afirma a artista.

Nascida na Alemanha, Aisha mora no Brasil desde os 6 anos e seu coração tem espaço para as duas culturas! “Sou realmente uma mistura, mas acho que meu jeitinho é brasileiro!”, explica ela, filha de pai
alemão e mãe brasileira. “Eu cresci nesse ambiente das artes. Minha mãe é coreógrafa e diretora de teatro e meu pai, curador de festivais. Lembro de dormir na coxia! Sempre foi um ambiente de muito conforto para mim e sempre experimentei todos os tipos de arte”, conta a atriz, cujo coração também se divide no quesito ofício, já que ela, além de se dedicar à atuação, é formada em Relações Internacionais. “Essas duas áreas fazem parte de mim, é sobre quem eu sou”, frisa Aisha, durante papo exclusivo com CARAS.

É seu primeiro papel de destaque na TV. Como tem sido?

Uma experiência incrível. Meu primeiro trabalho no audiovisual foi Amor de Mãe, um papel pequeno. Quando passei no teste de Família É Tudo, me falaram que era um personagem pequeno, mas
a história cresceu, ganhei espaço e acho que isso tem a ver com a recepção do público, que se identifica com o personagem. Apostei minhas fichas, dei o meu melhor para que isso acontecesse. O crescimento dela na trama é visível.

Crescer na trama também traz mais exposição pública...

Virou uma realidade para mim as pessoas me pararem nas ruas, pedirem fotos e, para ser sincera,
acho tudo isso o máximo.

A fama acaba sendo consequência desse sucesso. Como faz para não deixar subir à cabeça?

Sempre tive consciência dessas coisas, não me vejo uma pessoa que se acha melhor que os outros
e isso tem muito a ver com a minha família. Sou humilde, gosto de transitar por vários espaços e
realidades diferentes e acho que eu tenho autoconsciência para manter isso ao longo da carreira. Não
vou perder a minha essência.

Apesar de ter crescido no meio artístico, em qual momento viu que queria seguir na carreira?

Sempre experimentei todos os tipos de arte, fiz aulas de tudo que você pode imaginar, circo, canto,
sapateado, jazz, mas foi no teatro que eu encontrei esse lugar de santidade absoluta. Com 13 anos, eu
entrei para o Teatro Tablado e foi ali o momento de virada. Foi ali que eu pensei: isso aqui me faria
feliz para a vida!

E por que decidiu fazer faculdade de Relações Internacionais?

Quando eu estava no final do ensino médio, na época do Enem, eu precisava decidir o que iria fazer da vida! Amava fazer teatro e atuar, mas eu gostava muito de estudar Política, História, e o curso me atraiu por isso. Poderia fazer teatro em paralelo. No segundo período da faculdade, fui chamada para fazer Amor de Mãe.

As duas áreas se conversam?

Sim! Elas fazem parte de mim. Por exemplo, fiz um trabalho voluntário com crianças refugiadas da Venezuela em uma escola municipal aqui no Rio. Essas crianças passam por situações complicadas, não falam nossa língua direito e, por meio da arte e da atuação a gente consegue ajudá-las a se abrirem, a se expressarem.

O que aprendeu com as crianças nesse trabalho?

Gosto muito de criança e, antes da faculdade, eu passei três meses no Zimbábue em um voluntariado com crianças e aprendi muita coisa. Com as refugiadas, eu aprendi que a gente não tem controle sobre a vida, mas sempre existe a possibilidade de a gente se adaptar e ser feliz.

Temos visto um movimento forte de representatividade na área cultural. Como vê esse processo?

Estamos em um momento de virada. A indústria, o mundo e o Brasil estão mudando e isso reflete
na TV. Para mim, é uma realização do sonho que é meu, mas que veio antes de mim. Minha família brasileira é preta e sempre se dedicou a conquistar direitos e espaços do povo preto. Estamos ocupando esses espaços com força e ainda há outros que precisam ser conquistados, como as questões de gênero e padrões estéticos, mas estamos no caminho e fico feliz de fazer parte desse movimento.

Como pessoa pública, acha que tem certa responsabilidade em dar voz às causas?

Esse é um dos meus sonhos, por meio da atuação usar a visibilidade para coisas que tenham impacto positivo na sociedade e para levantar bandeiras com as quais eu me identifico. Isso seria uma forma também de conciliar com o curso de Relações Internacionais!

Como define essa mistura: meio alemã, meio carioca?!

É uma pergunta difícil! Eu sou bem misturada mesmo. Meu jeitinho é mais brasileiro e, apesar de
falar alemão, a língua com que me sinto mais confortável é realmente o Português. Por outro lado, tenho a pontualidade e a organização alemãs: eu não me atraso para os compromissos, chego sempre no horário marcado! 

Aisha Moura
Aisha Moura
Aisha Moura
Aisha Moura