No Dia Mundial do Rock, entenda como o gênero musical é importante na luta social e no registro de momentos históricos
Nesta terça-feira, 13, é comemorado o Dia Mundial do Rock. Tido por muitos como um gênero musical bagunçado por guitarras distorcidas e vocais gritantes, o rock se manifesta como algo muito maior: um movimento de rebeldia que luta pela liberdade.
A própria data comemorativa nasceu por um motivo humanitário, o festival Live Aid, de 1985, que reuniu diversos artistas para cantarem em prol da arrecadação de alimentos para combater a fome na Etiópia. Queen, U2, Led Zeppelin, Paul McCartney, Scorpions e David Bowie são alguns dos nomes que se apresentaram.
Devido à essência de sempre se opor a qualquer opressão, o rock ganha destaque por se manifestar como uma resposta aos problemas de sua época. Originário dos Estados Unidos durante as décadas de 1940 e 1950, o gênero musical ganhou força desde os anos 60 e é celebrado por gerações no mundo inteiro.
Aqui no Brasil, de acordo com dados de 2020 divulgados pelo Spotify, o rock teve cerca de 115 milhões de ouvintes, somando artistas nacionais e estrangeiros. Nos EUA, é o segundo gênero musical mais ouvidodo país, atrás apenas do R&B/hip-hop, segundo a MRC Data.
Grande parte dos sucessos do rock estão fora do imaginário coletivo, que já espera por sexualidade, uso de substâncias ilícitas, festas, entre outros. Muitas vezes, a agressividade ou a melancolia são as formas que os artistas encontraram de expressar um problema social.
Vale lembrar que o esteriótipo do "grito" faz parte de um dos vários subgêneros do rock, que se divide em categorias como garage rock, rock psicodélico, glam rock, punk rock, rock alternativo e muitos outros, que representam várias tendências de seu tempo, cada uma conversando com o meio em que nasceu e correspondendo na mesma intensidade. Confira abaixo alguns exemplos da diversidade do gênero, bem como os questionamentos filosóficos que trazem.
Lançada no fim de 1979, a faixa do álbum The Wall é um dos maiores exemplos de reflexão social. A letra faz uma crítica incisiva ao nazismo, movimento ditatorial que surgiu na Alemanha e se proliferou durante a Segunda Guerra Mundial.
Todo o álbum conta a história de Pink, personagem fictício inspirado na biografia de Roger Waters (77), vocalista da Pink Floyd, que perdeu o pai durante o combate quando era apenas um bebê.
A música é uma celebração da união da Alemanha feita pela banda que nasceu no país. Os “ventos da mudança” vem junto Queda do Muro de Berlim, que anunciou o fim da Guerra Fria e as tensões políticas entre os alemães e os estadunidenses.
Presente no álbum Crazy World, de 1990, a faixa é um dos 100 maiores sucessos na Alemanha e chegou a vender mais de 14 milhões de cópias ao redor do mundo.
A canção de 1968, que integra o álbum The Beatles, fala sobre a luta da mulher negra para viver em sociedade, uma vez que é vítima tanto do machismo quanto do racismo.
A palavra Bird, que significa pássaro, é uma gíria inglesa para “garota”. Os músicos se aproveitaram do trocadilho para demonstrar seu apoio à causa negra nos Estados Unidos e denunciar os conflitos raciais constantes no país.
No Brasil, o rock também eternizou a voz de lutas por igualdade e liberdade. Que País É Esse?, gravada pelo Legião Urbana em 1980, foi uma resposta à opressão dos 21 anos de Ditadura Militar em nosso país.
A letra como um todo expõe problemas da época que se assemelham com a realidade atual, como a corrupção, a violência e o abuso de poder, enquanto ironiza uma esperança coletiva de melhora nacional.
Um dos grandes hits do álbum de mesmo nome, lançado em 2003, levanta um questionamento sobre o consumo em sociedade; um mercado que obrigado os consumidores a quererem mais a ponto de transformá-los em robôs.
A cantora, logo em seu álbum de estreia, refletiu sobre a existência de uma liberdade individual, dizendo que “nada é orgânico, é tudo programado” e, no fim, o sistema nos controla em cada decisão.