12 músicas inéditas de forte tom político chegam às plataformas digitais a partir desta sexta-feira, 30
Lançamento na área!
Nesta sexta-feira, 30, estará disponível em todas as plataformas digitais o novo álbum de MV Bill, Voando Baixo, que conta com 12 canções inéditas e participações especiais, como Kmila CDD, Nocivo Shomon, ADL, Stefanie, Bob do Contra e DJ Luciano Rocha.
O álbum é uma crônica sobre o cotidiano caótico de um país desestabilizado, que soa como um despertar coletivo. As canções abordam indignação coletiva, injustiças sociais, inconsciências e relações líquidas.
Durante a coletiva, que ocorreu na tarde do último dia 28, o rapper explicou como surgiu a ideia para o trabalho, que, segundo ele, está com assuntos bem atuais: "Eu sempre trabalhei muito ouvindo as ruas, o que as ruas me dizem. Em tempos de pandemia, eu passei a ouvir ainda mais as redes sociais. E aí, eu vinha fazendo alguns ‘singles’, juntando para fazer um álbum. Alguém no Twitter me disse: 'pô, você tinha que fazer um álbum, faz um álbum'. Essa sugestão surgiu no final de janeiro de 2021, então as músicas estão com uma fervura, uma quentura, muito atual, sabe?! Os assuntos, a forma com que eu fiz, além de estar visceral, ele está bastante atual. Com certeza, foi a internet que me deu esse 'start' para fazer um álbum para galera ouvir de novo".
MV Bill também citou as principais diferenças deste trabalho para os antigos: "Este ficou um pouco mais político do que os outros. Todos os outros têm um pouco de política social, mas este tem um pouco mais de política partidária. Mostrar que as coisas só vão ser modificadas do jeito que a gente precisa através da política e não pedindo para outras pessoas nos representar. Por conta da situação de ficar isolado, de não poder sair, de perder amigos e parentes, de ver o negacionismo ganhando força [...] uma falta de coordenação política para não deixar a situação mais crítica do que já era, isso tudo acabou servindo de caminho, de letra, de conteúdo para fazer este disco. Eu não sei se eu faria um disco deste se a gente tivesse em outro momento, um disco como este é muito específico. Se daqui a três meses acabar a pandemia, não sei se este disco vai fazer tanto sentido mais".
"Eu fiz um disco que não é para o corpo, é para mente. Que não é dançante, é reflexivo. Com as pessoas em casa, pode ser que este tipo de som tenha um pouco mais de atenção, no mundo normal, que a gente vivia, isso já era dito, mas não era visto ou ouvido", emendou ele, afirmando que toda a gravação do álbum ocorreu de maneira remota devido à pandemia da Covid-19.
Além das músicas atuais, o que também chamou atenção no novo trabalho foi a capa do álbum, que mostra MV Bill no canto esquerdo, com o dedo em riste, apontando para um avião que lança-chamas e voa baixo, como se sobrevoasse de perto uma comunidade.
Sobre a arte e a mensagem que quis transmitir, o rapper falou: "A capa é de um artista chamado Fred, do Rio Grande do Sul, ele sempre consegue captar bem as ideias que eu falo para ele. As palavras que eu usei para ele dizia que era um voo baixo, observando de perto a realidade brasileira que precisa ser modificada", explicou.
Para encerrar, ele comentou a expectativa para o seu novo trabalho: “As pessoas em casa precisam de alento, que também pode vir da música. Talvez o conforto esteja no meu trabalho. Quero entregar uma experiência musical que possa mobilizar as pessoas para uma vida melhor."
Além de ser rapper, MV Bill é escritor e ator, tem 47 anos, e começou a carreira na música em 1988. Considerado um dos pioneiros no rap de protesto, ele ficou conhecido por letras contundentes com críticas à desigualdade social.
Confira a capa de Voando Baixo: