'Príncipe Encantado', música do CD de estreia da cantora, embala a protagonista Cristina (Leandra Leal) na novela da Globo
Quando escolheu o nome de seu primeiro CD O Sonho Aconteceu, Hellen Caroline não imaginava que a carreira deslancharia muito mais rápido do que sempre sonhou. Logo no álbum de estreia, a cantora emplacou o hit 'Príncipe Encantado' no horário nobre da Globo e hoje sua voz embala as cenas da protagonista Cristina (Leandra Leal) em Império.
"Sempre quis ouvir a minha voz em uma novela. Essa foi a primeira canção que lancei nas rádios e é uma música que eu fiz. Foi a maior alegria. Acho que é o resultado desse trabalho bonito que eu e toda a minha equipe estamos fazendo. É um presente que Deus deu pra gente", disse à CARAS Digital. "Estou em êxtase ainda, meio boba. Toda vez que eu vejo a cena, e já assisti a umas 365 vezes, choro", confessa, aos risos, sobre a primeira vez que a música tocou na novela. "A primeira vez que ouvi, minha reação foi gritar, chorar, rir e agradecer muito a todo mundo que está envolvido e a Deus, sempre".
Segundo ela, a repercussão vem sendo muito maior do que a esperada. "Não consegui responder a todos os amigos, os fãs e nem as pessoas novas que apareceram nas redes sociais", conta a artista, que vê semelhanças entre sua história e a da personagem Cristina. "Acho parecida com a minha porque ela estava lá cuidando do sobrinho e eu cuido da minha sobrinha desde que ela nasceu. Prefiro acreditar que não foi coincidência, que já estava escrito tudo isso", diz.
Para chamar a atenção de Rodriguinho
Hellen começou a cantar aos cinco anos em Ubatuba, sua terra natal, e participou do coral na fundação de artes da cidade no interior de São Paulo. "A minha irmã mais velha já cantava. Ela foi grande influência para mim. Ela é pagodeira e eu gostava de olhar pra ela e fazer igual", lembra. Mas enquanto Michele decidiu não se tornar cantora profissional, Hellen optou por investir nesta carreira. "Com 16 anos, precisei trabalhar, éramos em cinco filhas, então entrei em banda de baile. Mas sentia necessidade de cantar o que eu gosto. Banda de baile é todo tipo e do jeito que o dono da banda manda", conta.
A história começou a mudar quando ela entrou para o programa Ídolos, da Record, em 2011 e ficou no Top 3. "O Ídolos tirou totalmente a minha timidez, foi um divisor de águas. Quando saí de lá, senti a necessidade de mostrar as minhas músicas. Então comecei a postar meus pagodes no Youtube. E aí foi quando as coisas começaram a acontecer", lembra.
Enquanto mostrava sua arte na internet, ela trabalhava na produção de seu primeiro álbum, mas com uma pegada mais pop. Foi preciso coragem para abandonar o trabalho no meio e começar do zero de forma independente, mas fazendo o que realmente gosta. "Não seria feliz se não fosse cantando pagode", avalia. "Dava certo receio por ser mulher, porque só tem homens em bandas de pagode. Ficava insegurança. Mas a vida é uma só, eu gosto muito, componho pagodes, resolvi que seria independente mesmo".
A chance de mostrar seu trabalho para alguém do meio do samba veio com o concurso Mulheres que Brilham, do Programa Raul Gil. O cantor e produtor Rodriguinho, vocalista do grupo Os Travessos, era um dos jurados. "Me inscrevi porque eu queria ver o que ele ia achar. Queria que ele me ouvisse", revela. Ela escolheu músicas de Thiaguinho e do próprio Rodriguinho nas apresentações e venceu o programa. "Senti que estava no caminho certo. Mesmo se não tivesse vencido, saí de lá com a certeza que queria cantar pagode mesmo", confessa.
Como prêmio ela ganhou um contrato com a Sony Music e escolheu Rodriguinho para produzir seu CD. O cantor mostrou seu trabalho para o empresário que cuida das carreiras de grandes nomes do segmento, como Thiaguinho e Péricles, e hoje Hellen é colega de seus grandes ídolos. "Era meu sonho entrar na Inovashow. Já tinha mandado e-mail para eles, entrava no site e ficava olhando as fotos e queria fazer parte daquilo um dia. Demorei um pouco para acreditar", confessa a cantora, que hoje já não se intimida mais em ser uma mulher no universo masculino das bandas de pagode. "As mulheres estão tendo espaço em todas as áreas, não só na música. Para mim foi fundamental acreditar e ir sem medo. Quando acreditei e perdi o medo as coisas começaram a fluir naturalmente. E sempre entregando tudo nas mãos de Deus".
'Sou bem careta, não gosto de sair para beijar'
Desde que lançou o CD, em março deste ano, a agenda de divulgação e shows mudou a rotina da cantora. Com isso, foi preciso ficar longe de Bianca - a sobrinha que Hellen cuida como filha desde o nascimento. A menina de 10 anos está em Ubatuba com a mãe de Hellen, mas as duas conversam diariamente. "Tive que liberar o Whatsapp pra ela, a gente se fala por ali. E sempre que tenho alguma folga eu vou pra lá", diz. "Quero que ela seja cantora, ela é afinada, mas é tímida. Ela diz que quer ser confeiteira", entrega.
Hellen passou a cuidar de Bianca quando tinha apenas 16 anos. "Fiquei adulta antes da hora, virei automaticamente mãe da minha sobrinha, ela é meu tudo", conta. "Acho que sou brava, mas sou boazinha também. Não consigo falar não, mas sou bem rigorosa", confessa.
Solteira após terminar um relacionamento de quatro anos, ela diz que não gosta de 'ficar' com várias pessoas. "Se eu estivesse namorando, acho que a gente sempre arranja um tempinho, mas prefiro pensar que agora não dá tempo senão a gente fica triste", diz entre risos. "Graças a Deus todos me respeitam demais. Sou bem careta, não gosto de sair para beijar, as pessoas no meio já sabem disso", conta a artista, que sonha em formar uma família. "Não costumo separar profissional e pessoal. Quero ter a minha família e, ao mesmo tempo, quero fazer com que minha voz e minha música cheguem no coração das pessoas", explica.
Enquanto isso, ela segue trabalhando na divulgação do álbum que está com a segunda música de trabalho nas rádios, chamada De Repente Amor. "Meu sonho é ser realizada cada dia mais profissionalmente e perpetuar na música brasileira - se possível, no mundo inteiro".
Ouça 'De Repente Amor':