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Filho de Roberto Carlos, Dudu Braga diz que o Rei ‘é muito mais roqueiro do que parece’

O produtor musical e baterista criou o show 'RC na Veia', uma releitura dos grandes sucessos do pai. Ele se apresenta em São Paulo no próximo fim de semana

Kellen Rodrigues Publicado em 25/06/2015, às 14h21 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Dudu Braga se emociona com participação de Roberto Carlos em show - AgNews
Dudu Braga se emociona com participação de Roberto Carlos em show - AgNews

Dudu Braga cresceu vendo seu pai ser o cantor mais admirado do Brasil. Filho mais velho de Roberto Carlos, foi praticamente inevitável seu envolvimento com a música. Agora, aos 46 anos, o produtor musical e baterista reuniu amigos em um projeto que faz homenagem ao Rei e reúne grandes sucessos com uma pegada bem rock and roll, o show 'RC na Veia'.

"Faço palestras para pessoas com deficiências visuais e, de vez em quando, finalizava os eventos tocando. Resolvi tocar algumas músicas do paizão em ritmo de rock and roll e ficou tão bom que decidimos fazer um show só disso", conta. "Ele é muito mais roqueiro do que possa parecer. As pessoas esquecem que a Jovem Guarda era o rock na época", completa.

Ao lado de Alex Capela (vocal), Fernando Myata (guitarra) e Juninho Crispim (baixo), ele se apresenta nos dias 26 e 27 de junho no Tom Jazz, em São Paulo. Em bate-papo com CARAS Digital, Dudu Braga falou sobre a infância, os pitacos do pai no trabalho, a polêmica das biografias não autorizadas e o projeto para ajudar pessoas que, assim como ele, têm deficiência visual.

Confira o bate-papo!

Como foi a escolha do repertório?
A gente partiu de uma lista que eu mesmo fiz, meus amigos deram alguns pitacos, mas acho que sou melhor conhecedor de Roberto Carlos do que eles. Foram surgindo algumas músicas que não estavam no repertório. A gente não tocava 'Esqueça', por exemplo, que fez sucesso na voz dele. Começamos a pegar algumas românticas em ritmo de rock, algumas pós-Jovem Guarda. Tocamos 21 músicas e uns 60% é Jovem Guarda.

Ele também deu seus pitacos?
Sempre, tem que dar... eu até queria que ele desse. Ele dá uns toques, por exemplo, uma música que a gente estava fazendo um pouco mais rápida, ele disse que se tocássemos mais lenta ficaria melhor. Quem sou eu para desdizer o Rei? (risos).

Você cresceu tendo um pai famoso. Como foi sua infância e adolescência em meio a ídolos da música?
Na verdade, cresci nesse meio até meus nove anos. Depois que meus pais se separaram, ele morava no Rio de Janeiro e eu em São Paulo. Meu pai é um cara que tem uma agenda muito complicada, não dava para acompanhá-lo. Eu participava, mas não convivi muito com os artistas, só quando ia passar o final de semana com o paizão. O Erasmo é meu padrinho de batismo, mas não me considero um cara que convivi com os famosos.

Ele influenciou você na carreira musical?
Totalmente. Descobri a música principalmente por ele, claro. A época que mais me apaixonou foi o final da Jovem Guarda. De 1968 a 1974 é a época que eu mais gosto dele. E tem também o Led Zeppelin, minha parte roqueira é total vinda deles. Amo o que ele faz, como ele trata a música.

Por ser filho de um cantor muito famoso e ter optado pela carreira musical, você sentiu cobranças?
Acontece sim, existe esse tipo de comparação, mas existe mais a autocobrança. Por ser filho de um cara famoso nós mesmos nos cobramos pelo nosso referencial ser muito alto. Sempre me cobrei muito. Acho que demorei para entrar no mundo musical por causa disso. Tentei achar minha própria identidade, acho que todo adolescencte tem isso. Acho que todo filho que resolve seguir a profissão do pai, seja ela qual for, passa por isto.

Ele era rígido com você?
Ele sempre me deixou muito à vontade e é muito participativo. Quando estava compondo, ele sempre chamava eu e meus irmãos para a gente ouvir e falar o que achava. Nunca foi muito fechada essa questão pra ele. Confesso que, na primeira vez que eu toquei, em uma apresentação um ano atrás, e ele foi ouvir, sabia que com o Rei lá eu estaria numa pressão muito maior. Mas eu queria muito que ele fosse. E ele foi e até cantou com a gente.

Roberto Carlos falou sobre as biografias não autorizadas. E a publicação destas obras foi aprovada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal. Qual a sua opinião sobre o assunto?
Acho que isso foi tratado com certa virulência. Entendo quem defende as biografias não autorizadas, mas eu, como filho de artista e artista (entre aspas), fiquei um pouco chateado. Você querer manter privacidade de certos detalhes da sua vida é um argumento tão fraco assim? Acho que lei é lei, mas a Justiça não tem condição de julgar com tanta sensibilidade certas questões, é um pouco mais dura. Se eu me sentir ofendido posso pedir uma retratação, perfeito, mas o judiciário brasileiro é lento. Estamos em novos tempos, hoje em dia se você quiser fazer pesquisa você usa a internet, eu não sou contra nenhum tipo de reportagem. Acho que a pessoa não tendo cometido nenhum crime não vejo porque ela não autorizar. Mas concordo com meu pai que a nossa história é nossa. Detalhes sobre com quem um artista transou, por exemplo, são muito íntimos. Acho que a gente tem esse direito (de não falar). Mas queria dizer que eu adoro ler biografias.

Você continua com as palestras para pessoas com deficiências visuais?
Sim, e a minha palestra é nome de uma música dele ‘É Preciso Saber Viver’. Trabalhei com a Gloria Perez na novela América, na Globo, eu tinha um piloto de programa que mandei para ela. Faço pelo Brasil inteiro, onde me chamarem. E estou fazendo um trabalho muito legal com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Secretaria de Educação de São Paulo nas comunidades carentes.

Quais sãos os próximos passos da banda?
Vamos fazer shows em alguns estados. Temos a ideia de gravar um disco do 'RC na Veia' e fazer um grande show em um teatro no segundo semestre.