Em entrevista à CARAS Brasil, Jorge Aragão celebrou avanços tecnológicos e contou novidades da carreira
Sambista ou pagodeiro? Para o cantor Jorge Aragão (74), não há fronteiras ou definições em sua carreira. Sempre buscando o novo, o artista celebra seus 40 anos dedicados à MPB com a agenda à todo vapor e sem planos para parar. "Quero aproveitar enquanto papai do céu me deixar aqui, nunca vou parar de escrever. É isso que me mantém vivo. Se essa vontade acabar, acho que saio da vida."
Em conversa com a CARAS Brasil, Jorge Aragão conta estar feliz com a longevidade de sua carreira e todos os trabalhos que já fez e continua fazendo. Agora, em sua movimentada rotina de shows, ele diz viver uma nova gestão de sua vida, com a companhia das filhas e do genro, além de toda a equipe que o acompanhou durante os anos, em suas viagens e apresentações.
"O artista tem que ir onde o povo está", acrescenta. A reflexão o acompanha até nos avanços tecnológicos dos últimos anos, como as redes sociais. Aragão é ativo em quase todas as plataformas, tendo perfis no Instagram, Twitter, TikTok e também alimentando o próprio canal no YouTube, em que comanda o programa De Carona com o Aragão, um bate-papo com amigos e famosos.
"Eu sou de um tempo de não haver internet, nada disso existia. Então eu fico doido com essas coisas. Sou fascinado pelo avanço da tecnologia, e isso me instiga e me faz buscar o novo a todo instante. Acho incrível viver na era da revolução tecnológica!", completa Jorge Aragão, que também nutre uma paixão pelo automobilismo e, recentemente, adquiriu um carro totalmente elétrico.
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Para o futuro, o artista pretende trabalhar na divulgação das músicas de seu novo EP O Samba Ainda é Raiz, e afirma que continuará reinventando a carreira com mais representatividade e musicalidade, para deixar seu legado. "Eu não preciso mais de nada para continuar vivendo feliz e em paz. Eu sobrevivi, né, então tudo o que vou fazer agora é para deixar para vocês."
Abaixo, Jorge Aragão comenta sobre sua visão sobre sua trajetória e carreira, além da relação com as redes sociais, tecnologia e o recente episódio que o emocionou, quando teve a oportunidade de revisitar a escola da rede pública de ensino que estudou durante sua infância. Confira trechos editados da entrevista do artista à CARAS Brasil.
Qual foi a sensação de voltar à escola que você estudou na infância?
Visitar a escola onde estudei quando criança foi memorável! Fiz uma verdadeira viagem ao meu passado e me emocionei muito. Passar por aqui lá, depois de tantos anos e ter esse carinho, esse abraço das crianças e de todos da diretoria da escola, tantas pessoas que fizeram parte dessa homenagem, me deixa muito feliz! Foi uma visita para relembrar o passado e inspirar o futuro.
Sua agenda de shows é sempre agitada, com diversas apresentações. Como é manter esse ritmo?
É uma nova gestão da minha vida. Hoje eu tenho do meu lado as minhas filhas, genro, que estão sempre comigo em todas as viagens e apresentações, mais toda a equipe que sempre cuidou muito bem de mim. Para além disso, tenho o público que sempre me enche de energia, então manter o ritmo, acaba sendo uma coisa que flui de forma natural para mim. E sempre brinco, que é aquela história de que o artista tem que ir onde o povo está.
Você tem mais de 40 anos de dedicação à MPB. Como é ver esse marco?
Eu não tinha muita noção dessa coisa de público, por exemplo, eu tocava num barzinho em Copacabana, e às vezes tinha um casal só lá dentro namorando e eu tocando, fazendo voz e violão. E quando eu parava para beber água que eles perguntavam porque parou? Eu estava achando que aquilo era só para alimentar mesmo esse ambiente. Mas muitas coisas aconteceram na minha vida e eu sempre achei que tive aquilo que mereço. Sempre gostei que fosse desse jeito. Não era que eu tivesse procurando mais, não. Talvez por isso a longevidade da minha carreira. E talvez por isso, também, seja difícil fazer uma análise, um balanço da minha carreira. Já compus e gravei muitas músicas, gravei alguns álbuns, fiz turnês, e cada coisa que fiz tem uma importância na minha vida.
Qual a sua relação com as redes sociais?
Sou bem ativo e estou presente em quase todas. Eu gosto muito de interagir com a galera e estou sempre atento a tudo o que está acontecendo. Mas me incomoda um pouco a falta de espontaneidade de quem frequenta a rede, aquela coisa de ficar só pensando em engajamento.
No seu canal do YouTube você tem o quadro De Carona com o Aragão. Como surgiu a ideia?
O programa é um bate-papo, uma coisa que já gosto muito de fazer com meus amigos. E conversando com minhas filhas, surgiu a ideia de fazer essa junção entre a minha paixão por tecnologia, a música, a cultura e o automobilismo. E aí tivemos todo o apoio dos patrocinadores, para levar essa energia gostosa das minhas conversas com os nossos convidados, a bordo do primeiro carro SUV de sete assentos 100% elétrico, para o público.
Você tem novos projetos que possa contar?
Tenho certeza que vou desconstruir alguns mitos que rolam no meu seguimento. Eu não vejo fronteiras. Se me chamarem de sambista direi que sou pagodeiro; se me chamarem de pagodeiro direi que sou sambista. Estou divulgando aos poucos as músicas do meu novo EP “O samba ainda é raiz”, e tenho muita coisa para fazer este ano e para o ano que vem. E a todo vapor. É o momento em que eu tenho de me reinventar, e todos os que estão à minha volta pensam dessa maneira. Com certeza, daqui a pouco tudo será realidade. E se eu puder expandir muito mais o que é meu, em musicalidade, eu vou buscar fazer isso. Buscar mais representatividade em todo canto, porque já não é mais para mim. Já me basta o que eu tenho, muito, muito, muito.
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