Em cartaz em festival de filmes franceses, o longa conta a história de amor da vida do estilista e mostra ainda seus momentos mais sombrios. Confira a entrevista exclusiva com o diretor Jalil Lespert
Yves Saint Laurent pode ser descrito por sua genialidade e talento. Com apenas 18 anos, o estilista ganhou o prêmio de “Melhor Vestido” da Secretaria Internacional de Lã, em Paris, e logo foi convidado a integrar a equipe de Christian Dior. Com a morte de Dior,assume a direção da maison e, apenas oito anos depois, em 1961, já estabelece sua própria casa de costura. Criando peças icônicas como o vestido “tubinho” Mondrian e o smoking feminino, Saint Laurent coloca seu nome entre os grandes da moda. Agora, toda essa trajetória chega às telas do cinema.
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O longa Yves Saint Laurent atraiu grande público na França e critícas positivas e negativas na imprensa. A de maior destaque, no entanto, não poderia ser melhor. Pierre Bergé, companheiro e sócio de Saint Laurent, afirma que a atuação de Pierre Niney, ator que dá vida ao estilista, não poderia ser mais fiel. “Às vezes achava que era o próprio Saint laurent”, disse em entrevista ao WWD. Não é para menos, Niney assistiu incansavelmente a entrevistas do costureiro e até fez cursos de desenho e design de moda.
Diretor do longa, Jalil Lespert procurava pela história de alguém que tivesse vindo do nada e, com o talento, chegado ao topo. Vivendo em Paris, sob a influência da capital mundial da moda, Lespert automaticamente pensou em Saint Laurent. “Eu poderia falar sobre criação, sobre um gênio e sob um contexto que todo o público pode entender: uma bela história de amor. Para mim, o ponto mais importante do filme é esse equilíbrio entre a história de amor e a dimensão do talento de Yves Saint Laurent como estilista.”
O filme também retrata o lado mais sombrio do estilista. “Ele tinha obsessão pela beleza e, depois de se tornar um ícone, caiu em um momento de depressão. Tornou-se um alcóolatra e viciou-se em drogas”, explica Lespert. Era impossível uma vida de casal perfeita sob essas condições e Saint Laurent e Bergé romperam diversas vezes. No entanto, o estilista e seu parceiro seguiram juntos até à morte de Saint Laurent, em 2008. “Para Pierre Bergé, uma pessoa comum, ser tão importante para um gênio, como Saint Laurent, significava muito.”
Para os amantes da moda, mais um detalhe merece atenção. “Yves Saint Laurent” tem cenas gravadas no próprio ateliê do estilista. “Conversamos por 30 minutos e, logo depois, Bergé já tinha aprovado a ideia para o filme”, conta Lespert.
O filme está em cartaz no Festival Varilux de cinema Francês, que acontece até o dia 16 de abril em diversas salas de cinema do país. Confira a programação: www.variluxcinefrances.com
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Assista ao trailer de “Yves Saint Laurent”