'Amor à Vida', primeira novela de Walcyr Carrasco para o horário nobre, estreia na Globo. Autor fala sobre o desafio em conversa com a CARAS Online
Walcyr Carrasco: esse é o nome que vai aparecer pela primeira vez como autor principal da nova novela das nove, Amor à Vida, que estreia nesta segunda-feira, 20, na Rede Globo. O autor já escreveu para o horário nobre em outra ocasião – em 2003, quando assumiu a reta final de Esperança, de Benedito Ruy Barbosa, que precisou se afastar do trabalho por conta de problemas de saúde – mas só agora terá um projeto genuinamente dele. “Estou sentido muita emoção porque é um projeto que me entreguei inteiramente”, contou o novelista em conversa com a CARAS Online.
A trama, estrelada por Paolla Oliveira e Malvino Salvador, tem a missão de resgatar a audiência perdida nos últimos meses - Salve Jorge teve média de 33,9 contra 38,9 de Avenida Brasil. Mas, para Walcyr, o fantasma do Ibope não vai lhe assombrar. “Meu trabalho é de criação, o autor que tem medo de alguma coisa não é autor”, disse. A intenção, segundo ele, é apenas retratar a realidade. “Não há nenhuma outra preocupação. Esse é meu estilo de escrever e sempre escrevo voltado para realidade, até porque já fui repórter no passado. Estou mostrando as famílias do país, esse é meu objetivo”, afirmou o paulista, que começou a carreira como jornalista.
Amor à Vida começa com temas fortes. Walcyr escreveu um casal gay, vivido por Thiago Fragoso e Marcello Antony, que vai adotar uma criança; uma periguete que pode se tornar evangélica, que ficou a cargo de Tatá Werneck; uma jovem que terá câncer terminal, interpretada por Marina Ruy Barbosa; e uma criança com lúpus que vai precisar de um transplante de fígado, sob a responsabilidade da talentosa Klara Castanho.
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Mesmo com temas tão polêmicos, o autor insiste que não quer fazer nenhum trabalho social como sua antecessora, Glória Perez, fez com Salve Jorge ao abordar o tráfico humano. “Eu escrevo porque acredito na obra artística, o que acontece depois, a repercussão disso transcende o ato de criar”, disse Walcyr, que evita falar sobre as obras dos colegas: “Não quero fazer nenhuma referência a qualquer outra novela”.
Além do casal gay, Walcyr também colocará no ar um vilão bissexual vivido por Mateus Solano, que começa a trama com um casamento de fachada com a personagem de Bárbara Paz. Com a sexualidade tão presente na trama, o autor cansou de responder se irá escreverá a cena do primeiro beijo gay masculino das telenovelas brasileiras – o SBT exibiu o beijo entre duas mulheres na novela Amor e Reveolução, em 2011. “Essa virou a pergunta mais importante da imprensa brasileira e fico surpreso de ouvir tanto essa pergunta”, comentou.
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O novelista também se mostrou despreocupado com o que irá acontecer a partir de agora. A decisão de gostar da trama está nas mãos do público, assim como o que irá acontecer com as polêmicas do folhetim. “Vamos esperar para ver. Coloquei minha emoção nela, mas fazer previsão não é da minha capacidade”, concluiu.