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Ricardo Vianna brinca sobre irmão 'fura-olho' em Malhação: "Daria uns tapas”

O ator diz que a filha Cecília, de um ano e nove meses, já o reconhece na TV e conta que recebe comentários ousados de fãs nas redes sociais

Kellen Rodrigues Publicado em 07/12/2016, às 12h19

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Ricardo Vianna - Globo/Cesar Alves
Ricardo Vianna - Globo/Cesar Alves

Em Malhação o personagem de Ricardo Vianna (Giovane) vive o dilema de se apaixonar pela mesma garota que seu irmão e melhor amigo (Gabriel), vivido por Felipe Roque. Longe das telas, ele também mantém uma relação de amizade e companheirismo com o irmão mais novo, Weryk. “Gabriel era um espelho para o Giovane, esse orgulho que ele tinha pelo irmão é como o Weryk tem comigo e eu faço por onde retribuir”, conta o ator.

Mas e se o caçula bancasse o ‘fura o olho’? “Ia dar uns tapas”, brinca Ricardo, que está solteiro após o fim do casamento com Aline, em março. Da união nasceu Cecília, o grande xodó do ator. “A Aline é fantástica, a gente se dá super bem. Temos muito respeito”, conta ele. “A Cecília já me reconhece na TV. No início ela ficava um pouco confusa, olhava pra TV e pra mim. Agora já entende e fala ‘papai papai”, diverte-se.

Assim como a pequena de um ano e novo meses, muita gente tem reconhecido o intérprete do Giovani nas ruas. Para Ricardo isso é fruto de muita dedicação nos estudos. A procura por novas experiências como ator, aliás, lhe renderam até uma amizade com o astro espanhol Javier Bardem quando fez um curso em Madri. Nada mal para quem começou no teatro por insistência de um amigo enquanto cursava administração. “Foi uma das melhores decisões que eu já tomei”.

Confira o bate-papo com o ator!

- Quando você decidiu que queria ser ator?
Um amigo me convidou para uma aula de teatro, cursávamos administração na ESPM e ele dizia que teatro tinha tudo a ver comigo. Tinha acabado de voltar de um intercâmbio na Inglaterra, planejava entrar em uma multinacional, dizia que ele estava ‘viajando’. De tanto ele insistir eu fui e participei da aula. Adorei e não parei mais. Troquei a faculdade por uma mais perto para poder fazer teatro, até que não consegui conciliar mais e tranquei. Foi uma das melhores decisões que eu já tomei. Fiz peças, cursos, participações na Globo. Fui correndo atrás.

- Como surgiu a amizade com Javier Barden?
Esse ano estava morando em Madri, fazendo uma oficina do Juan Carlos Corazza. Tinha pessoas de oito nacionalidades, eu era o único brasileiro. Logo no primeiro dia eu estava trocando de roupa ele e apareceu, se apresentou, começamos conversar, falei que era do Rio e ele ama o Rio de Janeiro. Ele me ajudou com burocracia de documentação. A gente criou uma relação legal, por ele ter vindo também do teatro,  ele também sofreu muito com isso, fazer teatro não é fácil. Falei como eu estava sofrendo de saudade da minha mulher e da minha filha. Aí ele falava que já passou por isso, cada escolha é uma renúncia. Ele me dava muitos conselhos por já ter passado por tudo isso e ser quem é. Me dava muito conforto e segurança conversar com ele e era uma aula. Provavelmente se não tivesse ido não estaria hoje onde estou.

- Você mantém contato ainda?
Mantenho contato com algumas pessoas de lá. O próprio Javier tenho o e-mail dele, mas não fico enviando e-mails. Tenho um carinho muito grande por ele pela pessoa fantástica que é. Foi uma benção para mim ter ido estudar em Madri. Depois voltei em março e fui para Buenos Aires fazer um trabalho com o Corazza, que virou meu mentor. Foi uma das primeiras pessoas que eu avisei quando passei para Malhação.

- Após Malhação mudou o assédio?
O assédio sempre existiu, eu era lutador, moleque forte, bonitão (risos). Se acostumar com coisa boa é fácil. Quem não gosta de receber carinho? Querendo ou não te dá uma sensação ‘opa estou fazendo um bom trabalho’, dá uma confiança. O gritante é o reconhecimento. O teatro é mega desvalorizado aqui no Brasil. Antes eu tinha 4 ou 5 mil seguidores nas redes sociais, hoje em dia não existe sair na rua e uma pessoa não pedir uma foto.

- E nas redes sociais?
Nas redes sociais tem comentários bem bizarros, tem comentários engraçados tipo ‘se a Joana não quer eu quero’ (risos). Tem alguns para refletir e tem um pouco da galera pesada que fala coisa pornográfica... Mas tem muita gente que comenta porque gostam do seu trabalho e de você como pessoa. É ótimo.

- Qual a sua torcida para o Giovane?
A novela é uma obra aberta, o Jacobina (autor de Malhação) pode escrever o que ele quiser, eu tenho isso resolvido, que vamos na onda. Pelo que eu tenho de texto até hoje quero que ele continue com a Joana (Aline Dias), mas tudo pode acontecer. Pode dar reviravoltas que podem ser interessantes para o personagem. Minha torcida é que continue esse carinho com o Giovane.

- Já passou por alguma situação de um irmão ou grande amigo querer a mesma garota que você?
Eu tenho um irmão mais novo e uma irmã mais velha. Nunca me aconteceu nada disso. O Gabriel (Felipe Roque) era um espelho para o Giovane, o orgulho que ele tinha pelo irmão é como Weryc tem comigo e eu faço por onde retribuir. Comigo nunca aconteceu isso com uma pessoa de tamanha importância, graças a Deus. Se acontecesse acho que eu ia dar uns tapas (risos). Não sei, não tem como tentar imaginar isso, não é uma coisa casual, embora aconteça.

- Como você concilia o tempo para ficar com a Cecília? É aos finais de semana?
Eu e a Aline (ex-mulher) somos muito próximos, ela é fantástica, a gente se dá super bem. Nos falamos  20, 30 vezes por dia, ela vive mandando fotos da nossa filha e quando a Cecília está comigo eu mando foto para ela. Temos muito respeito e admiramos um ao outro. Não temos uma divisão. Se eu saio cedo da gravação eu passo e fico com a Cecília, não tem isso de só aos finais de semana.

- Ela já te reconhece na TV?
Reconhece. No início ficava um pouco confusa, chegada perto da TV, olhava pra TV e olhava pra mim. Agora ela já entende, fala ‘papai papai’.

- Quais são seus sonhos e seus próximos passos na carreira?
Se eu estou sendo valorizado hoje em dia é graças ao teatro, foi como eu me apaixonei por essa arte. A TV é uma vertente dessa arte que eu estou adorando fazer. Acabando Malhação, se Deus quiser, virão outros trabalhos na Globo. Quero que meu nome se torne importante, com respeito, um trabalho valorizado pelo meio artístico. Estou muito feliz podendo me sustentar e sustentar minha família com o que eu amo fazer. Não existe coisa mais gratificante. O teatro sempre fez parte de mim desde o momento que entrei nessa carreira, nunca vou largar o teatro.