Estudioso do gênero com raízes na música dos negros revela motivos para se render ao estilo sofisticado, romântico e até desafiador! Confira
O jazz teve início como uma manifestação cultural influenciada pelo ritmo musical dos negros no início do século XX, em New Orleans. Ao longo dos anos, o gênero popular que teve como estilo base o blues passou por transformações até ganhar a forma variada de hoje em dia, que agrada aos gostos mais exigentes e ecléticos. Mas, quais os motivos para curtir o estilo que perpassa um século de história?
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Segundo o escritor e jornalista Helton Ribeiro, o jazz acumula razões para ser ouvido e apreciado por conciliar qualidades como romântico, sofisticado e até desafiador.
“O jazz está sempre inovando, se subvertendo, procurando novos caminhos. Por isso, quem ouve jazz sempre descobre algo novo”, salientou Ribeiro, que é autor de livros como Blues e Jazz Sem Complicação (título provisório), este último ainda em fase de produção.
Veja as 7 razões defendidas por Helton Ribeiro para você também entrar na onda do Jazz!
1. Porque tem para todos os gostos: rock, pop, hip hop, reggae, música eletrônica, erudita, latina, praticamente tudo já foi absorvido pelo jazz. The Bad Plus toca Nirvana, Erik Truffaz incorporou batidas eletrônicas, o Modern Jazz Quartet gravou Bach, e por aí afora.
2. Porque amplia os horizontes musicais. O jazz está sempre inovando, se subvertendo, procurando novos caminhos. Por isso, quem ouve jazz sempre descobre algo novo. Louis Armstrong criou o papel do músico solista, Duke Ellington colocou o jazz em partituras, Dizzy Gillespie ampliou a liberdade dos músicos, Ornette Coleman desestruturou o gênero, e a evolução nunca vai parar.
3. Porque não enjoa. Gosto de vários ritmos, principalmente rock, mas, se ouço as mesmas músicas repetidas vezes, elas me cansam. O jazz não, porque os músicos improvisam muito, então a mesma música pode ser ouvida dez vezes em sequência e sempre haverá detalhes que nunca tínhamos notado. Um bom exemplo é “A Love Supreme”, de Ornette Coleman.
4. Porque desafia e faz pensar. Quando o bebop surgiu, foi taxado de hermético. O free jazz era considerado barulho. Complexos, ambos tiveram que ser estudados e compreendidos pelo público, a crítica e os outros artistas. Difícil gostar de Charlie Parker ou Ornette Coleman sem ler muito sobre eles.
5. Porque é romântico. Nada como comemorar o Dia dos Namorados tomando um vinho ao som do saxofonista Ben Webster.
6. Porque é sofisticado. Muitos consideram o jazz como a música clássica americana. Os arranjos orquestrais de Duke Ellington são o melhor exemplo.
7. Porque é chique. Quem gosta de jazz é sempre visto como uma pessoa culta e de bom gosto. Ter discos (de preferência em vinil) do pianista Bill Evans é muito chique.