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Grávidas, bebês e gatos: as respostas para as dúvidas mais frequentes

Redação Publicado em 07/03/2013, às 14h34 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Profissionais esclarecem dúvidas sobre a convivência de gatinhos com grávidas e bebês - Shutterstock
Profissionais esclarecem dúvidas sobre a convivência de gatinhos com grávidas e bebês - Shutterstock

Durante a gravidez, é comum surgirem dúvidas relacionadas ao convívio com os animais de estimação. Uma delas é a presença dos gatos em casa. Os felinos têm uma fama injusta de serem traiçoeiros, mas são tão carinhosos quanto os cachorros e podem, sim, ser acostumados à presença do bebê. As futuras mães também têm receio de contrair a toxoplasmose, que felinos contaminados pelo protozoário toxoplasma gondii podem transmitir. Mas a doença não é transmitida somente pelos gatos e, se diagnosticada nos exames pré-natais, pode ser tratada. Para esclarecer essas e outras dúvidas e falar sobre mitos e verdades relacionados à convivência entre grávidas, crianças e gatos, CARAS Bebê conversou com as ginecologistas Flávia Fairbanks e Bárbara Murayama, e com o veterinário Lucas Fabian Camejo. Confira!

Quem tem gatos deve doá-los ao engravidar?
“Não! Normalmente, os gatos criados dentro de casa não têm contato com outros e se alimentam corretamente, com rações indicadas pelo veterinário. Por isso, se a futura mamãe souber cuidar do seu animal de estimação, ele não contrairá o toxoplasma e consequentemente não haverá risco para a gestante”, diz a ginecologista Flávia Fairbanks.

Os gatos são menos carinhosos do que cachorros?
“Depende da personalidade de cada gato”, diz o veterinário. “É verdade que os felinos têm temperamento forte e ‘escolhem’ os donos. Amam a casa e gostam também de privacidade. Muitos são sociáveis e gostam de ficar próximos das pessoas para ganhar carinho. Mas há outros que preferem ficar isolados e se sentem bem assim. Independentemente da personalidade, os donos devem agradá-los sempre e deixar que convivam com as crianças, afinal, assim como os cachorros, eles adoram os pequenos!”, diz o veterinário Lucas Fabian Camejo.

Como acostumar o gato à futura presença do bebê?
“O gato é um animal que valoriza muito o dono, mas também o seu ‘território’. Pelo menos nos primeiros meses, delimite o espaço do felino para que ele não tenha acesso ao quarto do bebê. Assim, evitam-se alergias, já que o recém-nascido ainda não está com sua imunidade formada. Lembre-se que o animal precisa ter um espaço confortável e limpo para poder circular e não se sentir reprimido”, diz a ginecologista Bárbara Murayama.

Como apresentar o recém-nascido ao gatinho?
“Comece aos poucos. Com o neném no colo, fique próximo do gatinho e mostre que há um membro novo na família. Deixe-o chegar perto e não faça movimentos bruscos para não assustá-lo. Os animais de estimação são como bebês, então, use a psicologia: não deixe de dar carinho ao bichano”, diz o veterinário Lucas Fabian Camejo.

O gato pode entrar no quarto da criança?
Flávia recomenda que o gato não entre no quarto do bebê e diz que o animal deve ter seu espaço delimitado. “Separe também os brinquedos e objetos de cada um. E proteja a área do seu gatinho com grade para bebês”, afirma. Já o veterinário Lucas Fabian Camejo recomenda outra abordagem. “Nos primeiros dias, deixe a porta do quarto do bebê fechada para evitar que o gatinho fique sozinho com ele. Aos poucos, e com a supervisão de um adulto, vá liberando a entrada do bichano no quarto da criança”, diz o veterinário.

Os pelos do gato podem prejudicar bebês com problemas respiratórios?
“Sim. Caso o problema da criança seja crônico, o bichano terá que ser doado, pois todas as vezes que o pequeno se aproximar do gatinho, terá crises. Mas existem pessoas que convivem com gatos mesmo tendo problemas alérgicos, pois com o tempo o organismo cria anticorpos. Por isso, é preciso que o pediatra analise o grau de alergia para orientar adequadamente os pais”, afirma Camejo.

Grávidas podem higienizar a caixa de areia do gato?
“Se for possível passar a função para outra pessoa durante a gestação, melhor. Mas a grávida pode higienizar a caixa desde que use luvas e lave bem as mãos quando terminar. As fezes devem ser retiradas diariamente, pois o tempo de exposição no ambiente também está intimamente relacionado aos riscos. É importante também não levar as mãos à boca durante o contato com animais e redobrar a higienização durante o preparo de alimentos”, sugere Flávia.

Gatos que ficam sempre em casa podem contrair a toxoplasmose?
“Se o gato tiver nascido em cativeiro e for mantido em casa, sem contato com areia e outros animais contaminados, as chances são menores. Mas leve-o sempre ao veterinário para consultas de rotina”, diz Bárbara. Apenas um exame chamado sorologia ou PCR diagnostica a toxoplasmose no gato. Caso ele esteja infectado, poderá ser tratado. A alimentação também é fundamental para evitar a contaminação. “Não deixe que ele coma carne crua ou que não foi cozida. Prefira ração e comidas enlatadas. E antes de escolher, peça orientação do o veterinário”, diz Flávia.

Como se pega a toxoplasmose?
“A contaminação acontece por meio do consumo de alimentos crus ou que tiveram contato com as fezes do animal infectado. Caso a gestante toque na terra onde o gatinho fez suas necessidades, é preciso lavar bem as mãos. E utilize sempre luvas para manusear jardins!”, diz Flávia.

A toxoplasmose é uma doença perigosa para grávidas?
“Extremamente perigosa pelo risco de dano ao bebê, desde más-formações até aborto e morte intrauterina”, afirma Bárbara Murayama. Mas se a grávida já teve a doença, não corre o rsico de se contaminar novamente. “Se ela já teve, fica imune e não há risco de passar para o bebê”, afirma a ginecologista. Flávia lembra que a maioria das infecções é assintomática, só sendo descoberta com exames de sangue específicos. “Quando os sintomas da toxoplasmose aparecem, costumam surgir gânglios inchados no pescoço, dores de cabeça, dores musculares, fadiga e sensação de gripe. Esses sintomas geralmente desaparecem em até três semanas”, afirma Flávia.

A toxoplasmose pode ser transmitida para o feto?
Quando a mãe é infectada durante a gestação, o bebê tem chances de ser contaminado também. “A transmissão acontece pelo sangue e através da placenta. As consequências podem ser a morte fetal e aborto, além de deficiências na visão e no cérebro. A grávida precisa receber tratamento com antibióticos. É importante que a gestante tenha um médico de confiança, que a auxilie e dê informações corretas durante a gestação”, diz Flávia.

Como a toxoplasmose é tratada nas gestantes?
“Se o exame de sangue sugerido pelo médico der positivo, deve-se avaliar se o bebê foi afetado ou não. Depois, o médico indicará o medicamento específico, que depende da avaliação dele através do ultrassom da mãe e do neném”, diz Bárbara.

Da Redação