Ao lado de Renata Gaspar e grande elenco, Felipe Abib interpreta arquiteto que vê fantasmas em Fervo, longa que estreia nesta quinta, 17
Uma dramédia de respeito. É assim que Felipe Abib e Renata Gaspar classificam o filme Fervo, longa-metragem nacional que estreia nos cinemas de todo o país nesta quinta-feira, 19. A trama conta a história de um casal de arquitetos que compra uma casa mal-assombrada e logo começa a sentir os efeitos dos três fantasmas que ali vivem por não terem conseguido cumprir suas missões na terra –e os querem fora do imóvel.
Abib interpreta Leo, arquiteto casado com Marina (Georgiana Góes) e o único que consegue ver as três assombrações, vividas por Gaspar, Rita Von Hunty e Gabriel Godoy. Na trama, ele decide resolver a situação peculiar e conta com a ajuda de outros personagens. O ator diz que, apesar de nunca ter passado por nenhuma experiência sobrenatural, acredita em fantasmas e que há vida após a morte. "Somos muito pequenos para não crer que voltamos de outras vidas, e eu sempre quis ter uma experiência sobrenatural, mas nunca aconteceu."
A atriz acrescenta que também nunca teve experiências envolvendo espíritos ou fantasmas, mas assegura que não seria tão corajosa quanto o personagem que se envolve com as assombrações. "Eu ia morrer na casa [do filme], no primeiro minuto eu já ia embora. Sempre tive muito medo de levar susto", diz ela, que já atuou em séries como Sob Pressão e na novela Um Lugar ao Sol, ambas da Globo.
Segundo Thiago Gadelha, roteirista do longa-metragem, falar sobre fantasmas também é tratar sobre morte, amor, perdão e até mesmo culpa. Ele diz que a escolha de trazer os temas em uma comédia surgiu naturalmente, como uma forma de ressaltar o viés sério da produção e passar uma mensagem de forma leve para o público.
"Meu gato e meu avô morreram na semana que comecei a escrever o filme, então o longa deixou de ser apenas sobre uma casa assombrada, mas sim, sobre uma segunda chance de falar com quem se foi", acrescenta ele, que deu início à produção do projeto antes da pandemia de Covid-19.
O filme esperou dois anos para ser lançado, e os atores disseram que ao reassistir se emocionaram novamente e viram um novo significado para a mensagem do longa, especialmente após as mortes causadas pelo coronavírus nos últimos dois anos. "Depois da pandemia, falar sobre esse assunto é quase uma reconciliação com a morte", reflete Gaspar.
O elenco ainda ressalta que a questão LGBT+ está presente durante todos os minutos do longa-metragem, de forma natural, em especial nos fantasmas e dilemas que eles representam. A personagem de Gaspar, por exemplo, se casou com uma mulher e realizou o sonho de adotar um filho, porém, morreu pouco depois.
Além disso, Leo, personagem do humorista Abib, também passa por uma reflexão sobre sua sexualidade, ao se tornar alvo de uma das brincadeiras dos fantasmas. Ele chega até a pedir ajuda de um grande amigo para entender o que estava acontecendo em seu subconsciente.
"Como ainda é raro de ver, infelizmente, precisa de uma representatividade. Porém, nesse filme é que os personagens LGBTQIAP+ não falam sobre esse assunto, apenas passam pelos mesmos dilemas de todo mundo. Estamos falando sobre perdão, amor… É outro viés", completa a atriz.
Agora, Abib, Gaspar e todo o elenco seguram a ansiedade para a estreia do longa nos cinemas e torcem para que o público se emocione e divirta com a história dos fantasmas. "São dois anos contando cada semana para o dia de lançamento. É um momento que todos estão precisando de amor, o que o filme traz no final", diz ainda Gadelha.
O longa traz ainda nomes como Paulo Vieira, Dudu Azevedo, Julia Lemmertz, Bukassa Kabelenge, Tonico Pereira, Marcelo Adnet, Welber Rodrigues, Joanna Fomm Rosi Campos e Suely Franco no elenco, e estreia nesta quinta-feira, 17, em todos os cinemas do país.
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